A Máquina Infernal

A Máquina Infernal: Um Relógio de Enigma com Engrenagens Soltas

Guy Pearce, com sua capacidade ímpar de transmitir fragilidade e força simultaneamente, é o principal atrativo de A Máquina Infernal, um thriller que promete suspense psicológico e entrega… bem, algo menos ambicioso. O filme acompanha Bruce Cogburn, um autor recluso cujo best-seller de décadas atrás volta à tona de forma explosiva, arrastando-o de volta para um passado sombrio que ele acreditava ter enterrado. Um fã obsessivo o força a confrontar as consequências de sua obra e a desvendar uma trama que o envolve em uma teia de mentiras e perigos.

O roteiro e a direção, ambos sob a batuta de Andrew Hunt, demonstram uma ambição louvável. A sinopse já sugere uma exploração interessante da relação entre autor e obra, e a promessa de uma montanha-russa emocional é mantida em alguns momentos. A atmosfera de suspense é construída com maestria, principalmente no início, criando uma expectativa genuína pelo desfecho. O problema reside na execução. A trama, embora inicialmente intrigante, se torna confusa e arrastada, repleta de reviravoltas previsíveis que, longe de surpreender, frustram o espectador.

Pearce, como Bruce Cogburn, está excepcional. Sua performance carrega o filme nas costas, e consegue dar profundidade a um personagem que, honestamente, merece mais do que o roteiro lhe proporciona. Ele transmite perfeitamente a angústia e a paranoia do autor, construindo uma empatia que o público precisa para se manter engajado. Os outros membros do elenco, incluindo Alice Eve e Jeremy Davies, oferecem desempenhos competentes, embora seus personagens sejam pouco desenvolvidos, servindo mais como peças de um quebra-cabeça que nunca chega a se encaixar perfeitamente.

AtributoDetalhe
DiretorAndrew Hunt
RoteiristaAndrew Hunt
ProdutoresSpencer McLaren, Lionel Hicks
Elenco PrincipalGuy Pearce, Alice Eve, Jeremy Davies, Alex Pettyfer, Iris Cayatte
GêneroThriller, Mistério
Ano de Lançamento2022
ProdutorasFilmology Finance, Moviebox

Aqui concordo parcialmente com a crítica que compara o filme a “Descontrolado” (2020), citando a excelente atuação de Pearce como um ponto alto. Entretanto, enquanto em “Descontrolado” a fragilidade da trama era compensada pela visceralidade e pela energia do protagonista, aqui a força da atuação de Pearce não é suficiente para mascarar o roteiro fraco e a narrativa desorganizada. A Máquina Infernal se perde em seus próprios meandros, oferecendo um final anti-climático que deixa muitas perguntas sem resposta, e algumas até mesmo sem sentido.

A ideia central do filme, a exploração das consequências da arte e a relação problemática entre autor e leitor, é fascinante e deveria ter sido explorada com mais profundidade. A película toca em temas de obsessão, manipulação e culpa, mas o faz de forma superficial, falhando em desenvolver esses elementos de forma satisfatória.

Em resumo, A Máquina Infernal é um filme que desperdiça seu potencial. A atuação de Guy Pearce é um ponto inegavelmente positivo, mas não consegue salvar a película de sua trama confusa, reviravoltas previsíveis e um desfecho decepcionante. Recomendo o filme apenas para os fãs obstinados de Pearce, que talvez consigam encontrar algum prazer na observação de seu talento. Para o resto do público, sugiro que procurem outros thrillers psicológicos que ofereçam uma experiência mais coesa e satisfatória.

Trailer

Ofertas Imperdíveis na Shopee

Que tal uma pausa? Confira as melhores ofertas do dia na Shopee!

Aproveite cupons de desconto e frete grátis* em milhares de produtos. (*Consulte as condições no site).

Ver Ofertas na Shopee