A Sombra do Inimigo

A Sombra do Inimigo: Uma Perseguição Pessoal que Cai na Mesmice

Em 2012, o detetive Alex Cross, imortalizado nas páginas de James Patterson, ganhava mais uma adaptação para as telas. A Sombra do Inimigo, dirigido por Rob Cohen, prometia um thriller policial visceral, com a marca registrada da violência gráfica e da investigação tensa que se espera de um filme estrelado por Tyler Perry no papel icônico. A trama acompanha Cross na perseguição de Picasso, um assassino em série cruel e implacável que deixa um rastro de terror em Detroit. A caçada, no entanto, toma um rumo pessoal e devastador quando a família de Cross se torna alvo do psicopata. Sem revelar muito, posso dizer que o filme cumpre a promessa de ação frenética, mas se perde em um roteiro que, apesar dos momentos de tensão, não consegue se sustentar ao longo de sua duração.

A direção de Rob Cohen, conhecido por sucessos de ação como Velozes e Furiosos, é competente, entregando sequências de perseguição de tirar o fôlego. As cenas de ação são bem coreografadas, mas o ritmo do filme oscila entre momentos de eletrizante suspense e longos períodos de narrativa arrastada. O roteiro, assinado por Marc Moss e Kerry Williamson, sofre com a síndrome do “já vi isso antes”. A premissa, embora intrigante, é explorada de maneira previsível, com reviravoltas que, na maioria das vezes, são fáceis de antecipar. Ainda que o elemento de a família de Cross ser afetada injeta um necessário peso emocional na trama, ele não é desenvolvido com a sutileza necessária, parecendo mais uma fórmula narrativa do que uma genuína exploraçãoda fragilidade do protagonista.

O elenco, no entanto, se sai bem. Tyler Perry entrega uma performance convincente como Alex Cross, captando o lado sombrio e determinado do detetive, apesar de alguns críticos ainda questionarem sua capacidade de interpretar papéis tão distintos de suas outras produções. Edward Burns como Tommy Kane e Matthew Fox como o perturbado Picasso cumprem seus papeis com talento, principalmente este último que consegue representar a frieza calculista do assassino de forma eficaz. Rachel Nichols e Carmen Ejogo, como Monica Ashe e Maria Cross, respectivamente, conseguem dar profundidade aos papeis femininos, embora a narrativa não lhes dê tanto espaço quanto mereciam.

AtributoDetalhe
DiretorRob Cohen
RoteiristasMarc Moss, Kerry Williamson
ProdutoresBill Block, Steve Bowen, Randall Emmett, Paul Hanson, James Patterson, Leopoldo Gout
Elenco PrincipalTyler Perry, Edward Burns, Matthew Fox, Rachel Nichols, Carmen Ejogo
GêneroAção, Thriller, Crime, Mistério
Ano de Lançamento2012
ProdutorasSummit Entertainment, QED International, James Patterson Entertainment, Block / Hanson, Emmett/Furla Films, Envision Entertainment

Apesar das boas atuações e cenas de ação impactantes, o grande calcanhar de Aquiles de A Sombra do Inimigo reside em seu roteiro previsível e em certos artifícios narrativos clichês. O filme, ao se esforçar para explorar o lado pessoal de Alex Cross, perde o fôlego na investigação em si, com os elementos policiais muitas vezes relegados a segundo plano em prol do drama familiar. Há um desperdício de potencial nesse sentido, já que o universo de Alex Cross, construído ao longo dos anos nos livros de James Patterson, oferece um rico terreno para explorar as complexidades psicológicas de um assassino como Picasso e também a jornada moral do próprio detetive.

Em termos de temas e mensagens, o longa aborda a luta contra o mal, a fragilidade da justiça e o peso do passado sobre as ações presentes, mas não de forma profunda ou inovadora. A sensação que fica é a de um filme que poderia ter sido muito melhor, que não explorou todo o potencial de sua premissa. Lembrando-me de um comentário que li em 2012, “Not bad, thought it was going to be a lot worse. It was ok”, acrescento que, sim, A Sombra do Inimigo não foi um desastre, mas tampouco foi algo excepcional. Ele se encontra na zona cinzenta do “passável”, ficando aquém das expectativas para um filme baseado em um autor tão popular quanto James Patterson.

Ao final de tudo, A Sombra do Inimigo oferece uma experiência de entretenimento mediana. Se você busca um filme de ação com momentos tensos e atuações sólidas, pode ser uma opção razoável para uma noite de cinema em casa, numa plataforma de streaming. Mas, se você espera uma obra-prima do gênero thriller policial, prepare-se para se decepcionar. A recomendação é para apreciadores do gênero que não se importam com roteiros previsíveis e que buscam mais entretenimento do que uma profunda imersão na trama. Em 2025, o filme continua sendo uma prova de que uma boa premissa não garante, necessariamente, um bom resultado final.

Trailer Oficial

Capa do trailer de A Sombra do Inimigo
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