Acusada e Foragida

Ah, a vida! Uma eterna dança entre o previsível e o totalmente inesperado. E, convenhamos, o mundo do cinema – especialmente aquele nicho delicioso dos thrillers feitos para a televisão – é um prato cheio para quem, como eu, adora mergulhar nessas águas nem sempre profundas, mas quase sempre turbulentas. É por isso que, quando me deparei com a premissa de Acusada e Foragida (originalmente lançado em 2021 e, lamentavelmente, ainda sem data por essas bandas brasileiras), senti aquele arrepiozinho familiar. Você sabe, aquela sensação de que algo intenso, talvez um tanto familiar, mas ainda assim capaz de prender a gente no sofá, está prestes a acontecer.

Imagine só a cena: uma mãe, Leah, cuja vida vira do avesso quando é acusada de negligência infantil. A mente já começa a construir o cenário, não é? A injustiça, o desespero. Mas o golpe de mestre, o tempero que eleva a trama de “ok” para “preciso ver isso!”, surge quando ela descobre que a verdadeira vilã, a babá que a incriminou, não é outra senão a nova namorada de seu ex-marido! É um soco no estômago, um daqueles momentos que te fazem engasgar com a pipoca. De repente, a luta por justiça não é apenas sobre a inocência de Leah; é sobre uma vingança fria, calculista, que se infiltrou na sua vida, destruiu sua reputação e, agora, ameaça sua família de um jeito ainda mais íntimo. E é aí que Leah, essa mãe desesperada e injustiçada, decide que não tem mais nada a perder. Ela foge. Se torna uma foragida em busca da verdade, da redenção, e da chance de expor a verdadeira face do mal.

E é nesse cenário que o filme, com a batuta de Troy Scott na direção e o roteiro afiado de Paul A. Birkett – um nome que, para os aficionados por thrillers de TV, já evoca uma certa expectativa de reviravoltas e tensões bem construídas – nos joga. Birkett, aliás, tem um talento particular para tramar esses nós apertados de intriga familiar e perigo iminente. Ele não se limita a nos contar que Leah está desesperada; ele nos mostra isso no suor frio que escorre pelo rosto de Cindy Busby (que vive Leah) em momentos de perseguição, nos olhos arregalados que expressam não apenas medo, mas uma determinação férrea. Cindy Busby, que já nos acostumou a vê-la em diversos papéis, aqui veste a pele de Leah com uma vulnerabilidade e uma força que nos fazem torcer por ela a cada passo incerto. Ela é o coração pulsante da história, e a sua performance, que transita entre a fragilidade de uma mãe que perdeu tudo e a bravura de uma leoa lutando por sua cria, é o que nos mantém grudados na tela.

Mas um herói só brilha de verdade quando tem um antagonista à altura, não é mesmo? E é aqui que Chelsey Reist, no papel de Valerie Dobbs, a babá maquiavélica, rouba a cena. Valerie não é uma vilã caricata que grita seus planos malignos. Não, ela é o tipo de monstro que se esconde à luz do dia, por trás de um sorriso doce e uma fachada impecável. É uma víbora que se aninha no ninho do ex-marido de Leah, Adam (interpretado por Lane Edwards com uma dose convincente de ingenuidade e cegueira emocional), e usa a confiança dele como uma arma. A frieza nos olhos de Valerie, o jeito sutil como ela manipula cada situação para apertar ainda mais o cerco em torno de Leah, é o que torna o filme tão eficaz no gênero thriller. Ela não treme as mãos; ela as usa para tecer uma teia de mentiras quase perfeita. E, enquanto a Detetive Santos (Lucia Walters) tenta juntar as peças do quebra-cabeça, a sensação de que o tempo está se esgotando para Leah é quase palpável.

Atributo Detalhe
Diretor Troy Scott
Roteirista Paul A. Birkett
Produtor Navid Soofi
Elenco Principal Cindy Busby, Lane Edwards, Chelsey Reist, Lucia Walters, Leia Bajic, Wendy Abbott, Susie Lee, Hamza Fouad, Avery Crane, Naiah Cummins
Gênero Thriller, Cinema TV
Ano de Lançamento 2021
Produtoras Johnson Production Group, Novus Ordo Seclorum Entertainment

A produção da Johnson Production Group e Novus Ordo Seclorum Entertainment entrega o que se espera de um “Cinema TV”: uma narrativa direta, sem grandes floreios cinematográficos, mas com um foco inegável na tensão e no drama humano. O ritmo é constante, com picos de adrenalina que nos fazem prender a respiração, intercalados com momentos de desespero e reflexão de Leah. A gente se pergunta: como ela vai sair dessa? Será que alguém vai acreditar nela antes que seja tarde demais? É essa a magia desses filmes, né? Eles não prometem uma revolução artística, mas garantem uma boa dose de entretenimento e aquele gostinho agridoce de torcer por quem está no limite.

Acusada e Foragida não reinventa a roda do gênero, mas a faz girar com uma energia e uma paixão que são difíceis de ignorar. Ele nos lembra que a verdade, por mais que tentem escondê-la, sempre encontra um caminho para vir à tona. E que a força de uma mãe é uma das mais poderosas do universo, capaz de mover montanhas – ou, neste caso, de fugir e lutar contra um sistema inteiro para proteger o que é seu. É um filme que, mesmo sem uma grande estreia em terras tupiniquins, merece ser descoberto por quem aprecia uma boa história de injustiça, determinação e, claro, aquele friozinho na espinha que só um bom thriller pode proporcionar. Fica a dica para quem curte uma boa perseguição emocional!

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