O Alerta Vermelho: Uma Fuga Frenética para o Coração da Família
Doze anos se passaram desde que Olivier Megaton nos presenteou com O Alerta Vermelho, e, revisitar esse thriller francês em 2025 é uma experiência curiosa. A trama gira em torno de Alice, uma garota de treze anos que, em meio a uma crise familiar explosiva, acusa sua mãe, Eva, uma mulher poderosa e aparentemente implacável, de assassinato. Sem provas, Alice foge para Portugal em busca do pai, considerado morto pela polícia, enquanto Eva mobiliza sua própria força paramilitar para encontrá-la. No meio dessa caçada frenética, Alice encontra um improvável aliado: Hugo, um ex-soldado e assassino de aluguel, que a ajuda em sua jornada. A trama se desenrola numa corrida contra o tempo, com a polícia, representada pela perspicaz Anita, na cola de Alice.
A direção de Megaton, apesar de sua experiência posterior com filmes de ação mais estilizados, aqui se concentra na construção de suspense. O ritmo é acelerado, a fotografia é eficaz em criar uma atmosfera tensa, e a trama se desenrola com um suspense que prende a atenção. Porém, em certos momentos, o roteiro, assinado por Alain Berliner, Robert Conrath, Olivier Megaton e Norman Spinrad, se perde em alguns desvios narrativos que poderiam ter sido melhor explorados ou simplesmente eliminados. A complexidade da relação mãe-filha é apresentada de forma superficial, deixando a desejar em termos de profundidade emocional.
No quesito atuação, Alexandra Negrão entrega uma performance surpreendente como Alice, transmitindo com maestria a fragilidade e a determinação da personagem. Jean-Marc Barr, como o enigmático Hugo, adiciona uma camada interessante de ambiguidade à narrativa. Já Asia Argento, como a policial Anita, entrega um desempenho correto, mas que não chega a ser memorável. Frances Barber como Eva consegue projetar um ar de poder e frieza que se encaixa bem no perfil da personagem. A escolha do elenco como um todo, contudo, contribuiu para a credibilidade da trama.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Olivier Megaton |
| Roteiristas | Alain Berliner, Robert Conrath, Olivier Megaton, Norman Spinrad |
| Produtores | Simon Arnal, Carole Scotta |
| Elenco Principal | Jean-Marc Barr, Asia Argento, Frances Barber, Andrew Tiernan, Alexandra Negrão |
| Gênero | Drama, Ação, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2002 |
| Produtoras | Haut et Court, StudioCanal, France 2 Cinéma |
O Alerta Vermelho tem seus pontos fracos, principalmente na construção dos personagens secundários e em alguns momentos de roteiro que soam um tanto artificiais. A trama, apesar de emocionante, carece de uma profundidade psicológica que exploraria mais a fundo as motivações dos personagens e a complexidade da dinâmica familiar. No entanto, sua maior força reside na capacidade de prender a atenção do espectador, criando uma experiência cinematográfica eletrizante, apesar de algumas falhas. O filme explora temas como a fragilidade da infância frente à violência adulta, a busca pela identidade e a construção de laços familiares inesperados. A busca de Alice por seu pai, em meio a uma realidade distorcida pela violência, é a força motriz da narrativa.
Em resumo, O Alerta Vermelho é um thriller eficiente, com uma direção competente, boas atuações e um ritmo que dificilmente te deixará desligar. Ele não é um filme perfeito, mas certamente cumpre seu objetivo de entreter e, em alguns momentos, até mesmo instigar reflexões sobre a complexidade das relações humanas. Recomendo este filme aos amantes de thrillers com um bom ritmo e uma trama que te mantém grudado na tela, mesmo que não busque uma complexidade narrativa profunda. Disponível em diversas plataformas digitais, é uma boa pedida para uma sessão de cinema em casa.




