Alma da Festa: Uma Comédia de Maternidade que Cai na Rotina
Sete anos se passaram desde que Alma da Festa chegou aos cinemas brasileiros em 30 de agosto de 2018, e, analisando-o com o olhar de 2025, a impressão é de uma comédia que tentou, mas não conseguiu totalmente decolar. A premissa é promissora: Deanna Miles (Melissa McCarthy), uma dona de casa dedicada que, após o divórcio repentino, decide recomeçar sua vida ingressando na faculdade ao lado da filha, Maddie (Molly Gordon). A sinopse já antecipa a jornada de autodescoberta da protagonista, sua transformação de dona de casa em “Dee Rock”, e os embates inevitáveis entre mãe e filha em um ambiente universitário.
O filme se apoia quase inteiramente no carisma de Melissa McCarthy, que, como sempre, entrega uma performance divertida e cheia de energia. Seu talento cômico é inegável, e ela consegue criar momentos genuinamente hilários, mesmo quando o roteiro falha em entregar piadas tão afiadas. O elenco de apoio, incluindo Matt Walsh como o marido desalmado e Gillian Jacobs, contribui para a dinâmica familiar e as situações cômicas, embora a maioria dos personagens se limitem a arquétipos bem conhecidos do gênero.
A direção de Ben Falcone, que também assina o roteiro com Melissa McCarthy, é competente, mas não chega a brilhar. A condução da narrativa é previsível, sem grandes surpresas ou momentos que se destacam na memória. O roteiro, por sua vez, sofre de uma estrutura um tanto desleixada, transitando entre momentos de humor físico, situações mais emocionais (que, lamentavelmente, carecem de profundidade), e uma trama romântica pouco convincente. A premissa de uma mãe tentando se reinventar na faculdade tinha potencial para ser muito mais explorada, explorando com mais nuances a complexa relação entre mãe e filha em meio a essa nova dinâmica.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Ben Falcone |
| Roteiristas | Melissa McCarthy, Ben Falcone |
| Produtores | Ben Falcone, Melissa McCarthy, Chris Henchy |
| Elenco Principal | Melissa McCarthy, Matt Walsh, Molly Gordon, Gillian Jacobs, Luke Benward |
| Gênero | Comédia |
| Ano de Lançamento | 2018 |
| Produtoras | On the Day, New Line Cinema, Warner Bros. Pictures |
A maior fraqueza de Alma da Festa é, sem dúvida, a sua previsibilidade. A trajetória de Deanna é tão linear e esperada que dificilmente surpreende o espectador. O filme se acomoda em uma fórmula cômica batida, sem ousar em experimentações narrativas ou em uma abordagem mais original dos temas abordados. Apesar disso, alguns momentos pontuais de humor funcionam bem e demonstram a química entre McCarthy e Gordon, criando dinâmicas familiares que, no mínimo, se revelam reconhecíveis para quem já experimentou o desafio de uma relação mãe-filha.
Em termos temáticos, o filme explora a busca pela identidade em uma nova fase da vida, o desafio da maternidade, e a importância de se reinventar após uma decepção amorosa. São temas relevantes, mas que são tratados de forma superficial, sem aprofundar em suas complexidades. A mensagem central, de que nunca é tarde para recomeçar e buscar a felicidade, é positiva, mas é transmitida de maneira muito simplista e pouco impactante.
Os trechos de críticas que li para este artigo parecem refletir a experiência de muitos espectadores: uma sensação de decepção frente a um potencial não realizado. A minha avaliação pessoal se alinha a esse sentimento, embora eu reconheça o esforço de McCarthy em carregar o filme nas costas. Para mim, Alma da Festa é uma comédia mediana, que se destaca pela performance da atriz principal, mas que peca por uma narrativa previsível e um roteiro pouco inspirado. Recomendo apenas para quem busca uma comédia leve e despretensiosa para um final de tarde casual, sem grandes expectativas de profundidade ou originalidade. Para quem espera uma comédia que explore de forma mais sagaz as complexidades da vida adulta, este filme provavelmente irá decepcionar.
