Amor no Safari: Um Romance que Ruge, mas às Vezes Rosna
Sete anos após seu lançamento em 2018, revisitar Amor no Safari me trouxe uma experiência curiosa. Lembro-me da expectativa em torno do filme, a promessa de um romance escapista em meio à beleza selvagem da África do Sul. E, em parte, o filme cumpre essa promessa. A trama acompanha Kira Slater, uma jovem de Chicago que herda uma reserva animal e precisa decidir entre a vida confortável que leva na cidade e a vida imprevisível, mas fascinante, no coração da savana.
A sinopse, em poucas palavras, é essa: uma mudança de vida radical, um encontro com a natureza exuberante e o florescimento de um romance inesperado. Mas, a experiência de assistir ao filme em 2025 não é tão simples quanto a premissa sugere.
A direção de Leif Bristow é competente, sem ser excepcional. Ele capta bem a grandiosidade das paisagens africanas, oferecendo imagens deslumbrantes que, por si só, já valem a experiência. A fotografia é um dos pontos altos do filme, transmitindo a beleza quase palpável da reserva. Entretanto, a direção peca um pouco na condução da narrativa, que em alguns momentos se arrasta, perdendo o ritmo e o pique.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Leif Bristow |
| Roteirista | Elizabeth Stewart |
| Produtores | Delon Bakker, Kyle Ambrose, Leif Bristow, Agnes Bristow, Ian Whitehead |
| Elenco Principal | Lacey Chabert, Jon Cor, Brittany Bristow, Francis Chouler, John Indi |
| Gênero | Cinema TV, Drama, Romance |
| Ano de Lançamento | 2018 |
| Produtoras | Incendo Productions, Leif Films, Mannequin Pictures |
O roteiro de Elizabeth Stewart, por sua vez, é um tanto previsível. Os personagens são arquétipos de filmes românticos: a heroína independente, o galã misterioso, a amiga ciumenta. Não há grandes surpresas na trama, e o desenrolar dos eventos é bastante linear. Embora a história não seja original, ela cumpre sua função de entreter, principalmente por causa da química entre Lacey Chabert e Jon Cor, que interpretam Kira e Tom, respectivamente.
Falando em atuações, Lacey Chabert entrega uma performance sólida, com uma entrega convincente da jornada emocional de Kira. Jon Cor também se sai bem, construindo um personagem carismático, embora um tanto genérico. O restante do elenco oferece suporte adequado, sem grandes destaques. Brittany Bristow, como Ally, cumpre o papel da antagonista com a medida certa de malícia, sem exageros.
Um dos pontos fortes de Amor no Safari é, sem dúvida, a beleza cênica. As imagens da África do Sul são de tirar o fôlego, e contribuem significativamente para a atmosfera do filme. Por outro lado, o roteiro previsível e a falta de originalidade são seus pontos mais fracos. A história não se aprofunda nas complexidades da vida na reserva, limitando-se a uma abordagem superficial dos desafios ambientais e culturais.
A mensagem principal do filme, acredito, é sobre a importância de se conectar com a natureza e seguir o coração. A busca pela felicidade e a escolha entre a vida urbana e a vida rural são temas recorrentes, abordados de forma doce, porém pouco desafiadora. Não espere uma discussão profunda sobre a preservação ambiental ou sobre as desigualdades sociais na África. O filme foca na jornada pessoal da protagonista, deixando de lado outras narrativas que poderiam enriquecer a trama.
Em resumo, Amor no Safari é um filme romântico leve e agradável para uma tarde despretensiosa. Não espere uma obra-prima cinematográfica, mas também não será uma perda de tempo. Se você aprecia filmes românticos com paisagens deslumbrantes e uma história sem grandes complicações, pode se divertir com essa produção. Para os amantes do cinema mais exigente, porém, pode ser que a previsibilidade da narrativa se torne um obstáculo. Acho que vale a pena assistir, principalmente em plataformas de streaming, onde o acesso é mais fácil que em 2018. Mas não espere ser surpreendido. Recomendo com ressalvas.
