Anônimo

Anônimo: A Surpreendente Virada de Bob Odenkirk

Quatro anos se passaram desde que presenciei a explosão de violência contida e a transformação inesperada de Bob Odenkirk em Anônimo (Nobody, 2021), e confesso: ainda estou maravilhado. Lembro-me claramente de sair da sala de cinema em maio de 2021 com a sensação de ter assistido a algo… diferente. Não era apenas mais um filme de ação; era um estudo de personagem disfarçado de pancadaria frenética, um coquetel explosivo que misturou ação visceral com uma pitada de melancolia existencial.

A sinopse, como vocês sabem, é bastante simples: Hutch Mansell, um pai de família aparentemente comum e submisso, tem sua vida pacata no subúrbio abalada por um assalto. A reação dele, ou melhor, a falta dela, desencadeia uma série de eventos que o levam a confrontar seu passado obscuro e revelar habilidades letais que ele mantinha cuidadosamente escondidas. Mas a trama superficial serve apenas como trampolim para a exploração de temas muito mais complexos.

Ilya Naishuller, na direção, entrega uma coreografia de luta brutalmente eficiente e visualmente impactante. A câmera se move com uma energia frenética, imersindo o espectador na violência, mas sem cair no excesso gratuito. As cenas de ação são visceralmente realistas, e isso se deve muito à direção de Naishuller, que sabe explorar o espaço e o timing para criar sequências de luta verdadeiramente memoráveis. Em vários momentos, pensei: “Nossa, isso é cinema de ação como deve ser!”.

Atributo Detalhe
Diretor Илья Найшуллер
Roteirista Derek Kolstad
Produtores David Leitch, Kelly McCormick, Bob Odenkirk, Marc Provissiero, Braden Aftergood
Elenco Principal Bob Odenkirk, Алексей Серебряков, Connie Nielsen, Christopher Lloyd, Michael Ironside
Gênero Ação, Thriller
Ano de Lançamento 2021
Produtoras 87North Productions, OPE Partners, Eighty Two Films

O roteiro de Derek Kolstad (da franquia John Wick), embora não seja perfeito – e alguns pontos da trama são, sim, um tanto convenientes –, funciona como um motor narrativo potente. Ele cria uma dinâmica interessante entre a ação desinibida e os momentos de reflexão de Hutch, nos permitindo entender a sua jornada interior e a sua busca por uma reconexão com a sua própria identidade. E, apesar dos clichês inerentes ao gênero, Kolstad consegue evitar muitas das armadilhas comuns, criando personagens secundários interessantes e, principalmente, construindo uma atmosfera tensa e cheia de suspense.

E Bob Odenkirk? Simplesmente brilhante. Ele transcende o papel do “cara comum” e entrega uma performance física e emocionalmente contundente. A transformação de Hutch, de um sujeito apático para um assassino implacável, é convincente e, ao mesmo tempo, comovente. Ele consegue equilibrar a vulnerabilidade de um homem em crise de meia-idade com a força letal de um profissional treinado. O apoio do elenco, com nomes como Connie Nielsen (Becca), Alexei Serebryakov (Yulian Kuznetsov), e Christopher Lloyd (David Mansell), também é crucial. Cada um contribui para criar um universo rico e verossímil.

Pontos Fortes e Fracos

Os pontos fortes de Anônimo são inegáveis: a coreografia das lutas, o roteiro ágil, a performance excepcional de Odenkirk e o ritmo frenético. No entanto, alguns desvios de trama e algumas soluções narrativas convenientes poderiam ter sido melhor trabalhadas. A história, em certos momentos, prioriza a ação em detrimento do desenvolvimento de personagens secundários, o que, apesar de não comprometer a experiência geral, é algo que poderia ter sido aprimorado.

Temas e Mensagens

Para além da ação, Anônimo explora temas como a masculinidade em crise, a busca por identidade, a importância da família e as consequências das escolhas que fazemos. A jornada de Hutch é, em essência, uma exploração do que significa ser um homem, um pai, e um marido em uma sociedade que muitas vezes impõe expectativas irreais. É uma jornada de autodescoberta violenta, porém catártica.

Conclusão

Em 2025, Anônimo continua sendo um filme de ação excepcionalmente bem-feito e surpreendentemente tocante. Ele transcende os limites do gênero, oferecendo uma história cativante e personagens memoráveis. Recomendo fortemente a todos os amantes de filmes de ação, mas também a quem busca algo além das explosões e tiroteios – uma análise da masculinidade moderna salpicada de pancadaria. Se você ainda não assistiu, faça isso; você não vai se arrepender. A sequência, Anônimo 2, lançada em 2023, já demonstrava uma evolução, embora não tenha atingido o mesmo nível de impacto do original. Mas a experiência original de Anônimo permanece única.

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