Duas Bruxas: A Herança Diabólica – Um Terror que Assombra (e Decepciona)
Confesso, quando vi a sinopse de Duas Bruxas: A Herança Diabólica, lançado em 2 de março de 2023 no Brasil, minhas expectativas estavam lá em cima. Duas gerações de bruxas, amaldiçoações, heranças de poder… parecia a receita perfeita para um terror visceral e cheio de suspense. Dois anos depois, assisti ao longa e, bem, a realidade foi um tanto… diferente. A premissa, por si só, é bastante promissora: uma mulher grávida, convencida de estar amaldiçoada, e outra, com impulsos violentos, prestes a herdar os poderes de sua bisavó. A promessa de um confronto entre essas duas linhas temporais e seus respectivos dramas parecia irresistível. Mas o resultado final, apesar de alguns momentos brilhantes, se mostrou aquém do potencial.
Uma Direção Vacilante e um Roteiro Mal Assombrado
Pierre Tsigaridis, diretor e um dos roteiristas (ao lado de Maxime Rancon), demonstra um certo talento visual, com algumas sequências que realmente conseguem criar uma atmosfera sinistra. Há momentos de tensão palpável, especialmente na construção do suspense em torno da gravidez de Masha (Rebekah Kennedy). No entanto, a direção peca por um ritmo irregular, com alguns momentos arrastados que quebram o fluxo da narrativa. A transição entre as duas linhas temporais, embora conceitualmente interessante, acaba se tornando confusa em alguns pontos, prejudicando a imersão do espectador.
O roteiro, infelizmente, é o grande calcanhar de Aquiles do filme. As motivações dos personagens, especialmente de Sarah (Belle Adams), a herdeira dos poderes bruxilescos, são pouco exploradas, tornando-a, em grande parte, unidimensional. O desenvolvimento da trama se torna previsível em diversos momentos, e os sustos, embora presentes, carecem de originalidade e impacto. A construção da maldição, em si, também deixa a desejar, faltando profundidade e justificativa para os acontecimentos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Pierre Tsigaridis |
| Roteiristas | Pierre Tsigaridis, Maxime Rancon |
| Elenco Principal | Rebekah Kennedy, Belle Adams, Jacob DeMonte-Finn, Tim Fox, Clint Glenn Hummel |
| Gênero | Terror |
| Ano de Lançamento | 2023 |
| Produtoras | Incubo Films, The Rancon Company |
Atuações Desiguais em um Cenário de Pouco Brilho
As atuações são um ponto misto. Rebekah Kennedy demonstra certa fragilidade e vulnerabilidade, encaixando bem no perfil de sua personagem. Já Belle Adams, apesar do pouco desenvolvimento da sua personagem, entrega alguns momentos interessantes, transmitindo a loucura latente de Sarah. Os demais atores, no entanto, ficam aquém, com atuações pouco memoráveis e que não acrescentam significativamente à trama.
Pontos Fortes e Fracos: Um Equilíbrio Precário
Os pontos fortes do filme residem, principalmente, na atmosfera de suspense conseguida em alguns momentos e na premissa inicial, que realmente intriga. A fotografia, em certas cenas, cria um clima soturno e eficaz. Porém, os pontos fracos são mais numerosos e significativos: o roteiro fraco, a direção irregular, as atuações desiguais e a previsibilidade da trama. A falta de aprofundamento em vários aspectos da história, como a construção da maldição e o desenvolvimento dos personagens secundários, prejudica significativamente a experiência.
Temas e Mensagens: Um Eco Perdido
O filme toca em alguns temas interessantes, como a herança familiar, o poder e a responsabilidade que o acompanha, e as consequências das nossas ações. No entanto, essas mensagens não são exploradas com a profundidade necessária, ficando diluídas no desenvolvimento raso da trama.
Conclusão: Vale a Pena Assistir?
Duas Bruxas: A Herança Diabólica é um filme de terror que tem o potencial, mas não consegue entregá-lo totalmente. Para os fãs do gênero que buscam algo realmente inovador e assustador, provavelmente, irão se decepcionar. A premissa é boa, mas a execução deixa muito a desejar. Recomendo apenas para aqueles que apreciam filmes de terror B com algumas boas sequências de suspense e não esperam uma obra-prima do gênero. Em resumo: um filme mediano que poderia ter sido muito mais. A esperança é que, em futuras produções, a Incubo Films e The Rancon Company consigam extrair o melhor dos seus talentos e entregar um produto final mais consistente. Hoje, em 2025, o filme é apenas uma memória apagada na vasta lista de lançamentos de terror, sem um grande impacto cultural ou uma legião de fãs apaixonados.




