As Duas Faces da Lei

As Duas Faces da Lei: Um Baile de Veteranos que Quase Cai na Mesmice

Dezesseis anos se passaram desde que As Duas Faces da Lei (2008) estreou nos cinemas brasileiros, em 10 de outubro daquele ano. E ao revisitar este filme, protagonizado por dois titãs, Al Pacino e Robert De Niro, me vi diante de uma experiência cinematográfica ambígua, um prato cheio para discussão. A sinopse, em poucas palavras, nos apresenta dois detetives veteranos do Departamento de Polícia de Nova York, Fisk (Pacino) e Cowan (De Niro), que investigam um assassinato com conexões a um caso antigo – um caso repleto de poemas macabros e uma vítima que, ironicamente, também era suspeita.

A direção de Jon Avnet, embora competente em criar uma atmosfera de suspense policial clássica, não apresenta nada de particularmente inovador. O filme caminha por um terreno familiar, escolhendo um ritmo quase que deliberadamente lento, apostando na construção de atmosfera e nos diálogos (alguns brilhantes, outros, cansativos) para manter a tensão. Já o roteiro de Russell Gewirtz, por sua vez, é onde o filme patina. A trama, apesar de possuir um gancho inicial interessante, se perde em subtramas que, em última instância, pouco contribuem para o desenrolar principal. O mistério central, que promete reviravoltas surpreendentes, se resolve de maneira um tanto previsível, desperdiçando o potencial dramático das excelentes atuações.

E falando em atuações, aqui reside o grande trunfo do longa. Pacino e De Niro, mesmo sem a química explosiva que esperamos de uma parceria tão icônica, entregam performances sólidas. Pacino, com seu estilo característico, destila uma aura de cinismo e experiência, enquanto De Niro, com sua sutileza habitual, cria um personagem intrigante, repleto de camadas. 50 Cent, como o misterioso Spider, adiciona uma pitada de imprevisibilidade à trama, embora seu papel se mostre, no fim das contas, superficial.

Atributo Detalhe
Diretor Jon Avnet
Roteirista Russell Gewirtz
Produtores Rob Cowan, Lati Grobman, Alexandra Milchan, Randall Emmett, Avi Lerner, Jon Avnet, Daniel M. Rosenberg
Elenco Principal Robert De Niro, Al Pacino, 50 Cent, Carla Gugino, John Leguizamo
Gênero Crime, Thriller, Mistério
Ano de Lançamento 2008
Produtoras Nu Image, Millennium Media, InVenture Entertainment, Emmett/Furla Films, Grosvenor Park Productions, Overture Films

O filme se sustenta, portanto, no peso da atuação e na nostalgia que provoca em quem é fã do gênero policial. Entretanto, a premissa promissora e o elenco de peso não conseguem mascarar os problemas de roteiro e a falta de originalidade da direção. A exploração de temas como vingança, corrupção policial (o submundo da “dirty cop”) e a natureza ambígua da justiça são abordadas, mas de forma superficial, sem a profundidade que o tema exige.

Um dos maiores pontos fracos de As Duas Faces da Lei é a previsibilidade. Você consegue antecipar os principais acontecimentos com certa facilidade, um sinal claro de que a narrativa pecou na construção de suspense. Por outro lado, a fotografia e a trilha sonora contribuem para criar a atmosfera noir desejada, transmitindo a decadência urbana e a atmosfera soturna de Nova Iorque.

Em resumo, As Duas Faces da Lei é um filme que se equilibra precariamente entre o bom e o mediano. Se você busca um thriller policial com performances impecáveis de dois gigantes do cinema, pode ser uma opção razoável. No entanto, se espera um roteiro engenhoso e uma direção ousada, provavelmente sairá decepcionado. Não esperem um clássico instantâneo, mas também não uma experiência completamente ruim. A nostalgia de ver Pacino e De Niro juntos na tela vale um olhar, mas não se prepare para ser surpreendido. Minha recomendação? Procure em plataformas digitais e reserve expectativas. Afinal, até mesmo lendas envelhecem, e nem sempre produzem obras-primas.

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