Asterix e Obelix no Reino do Meio

Asterix e Obelix: Um Reino do Meio Que Decepcionou (ou não?)

Confesso, cheguei à sessão de “Asterix e Obelix: No Reino do Meio” em 2023 com expectativas conflitantes. A franquia sempre foi um território familiar, um misto nostálgico de quadrinhos franceses e humor físico que me acompanhou desde a infância. Mas, por outro lado, o cinema, infelizmente, nem sempre fez jus à magia das páginas. Passados mais de dois anos desde a estreia no Brasil (19/05/2023), olhando para trás, a experiência continua a me intrigar.

A trama, sem grandes spoilers, leva nossos queridos gauleses a uma aventura na China. A Princesa Fu Yi precisa de sua ajuda para salvar a Imperatriz e seu império das garras de um príncipe ambicioso. A clássica fórmula da comédia de ação, repleta de personagens excêntricos e situações hilárias, está presente, porém com uma pitada de aventura internacional que, em tese, poderia enriquecer a fórmula.

Guillaume Canet, diretor e também intérprete de um Astérix que se esforça por ser mais sério do que o habitual, assina um trabalho visualmente competente. A China é retratada com um colorido vibrante, contrastando com os tons mais sóbrios da Gália. A direção, entretanto, não consegue totalmente se decidir entre uma comédia pastelão frenética e uma aventura épica mais elaborada. Há momentos de grande inspiração visual, mas outros em que a narrativa se perde em uma sucessão de gags que, francamente, nem sempre funcionam.

O roteiro, escrito por Philippe Mechelen, Julien Hervé e o próprio Canet, tenta equilibrar o humor escrachado e a aventura, mas peca pela falta de coesão em certos momentos. A piada fácil predomina sobre um desenvolvimento mais profundo dos personagens e da trama. Algumas gags funcionam muito bem, especialmente aquelas que exploram o choque cultural entre a Gália e a China. Outras, no entanto, se revelam forçadas e previsíveis, caindo em clichês desgastados do humor físico.

AtributoDetalhe
DiretorGuillaume Canet
RoteiristasPhilippe Mechelen, Julien Hervé, Guillaume Canet
ProdutorAlain Attal
Elenco PrincipalGuillaume Canet, Gilles Lellouche, Vincent Cassel, Jonathan Cohen, Julie Chen
GêneroFamília, Comédia, Aventura
Ano de Lançamento2023
ProdutorasLes Éditions Albert René, Les Enfants Terribles, Pathé, Trésor Films, Artémis Productions, Canal+, White and Yellow Films, OCS, TF1, TF1 Films Production

O elenco, no entanto, merece aplausos. Guillaume Canet, apesar de não ser a minha escolha ideal para Astérix – sinto falta do charme irônico de Christian Clavier -, cumpre seu papel com desenvoltura. Gilles Lellouche, como Obélix, entrega o desempenho esperado, com aquela mistura de ingenuidade e força física que caracteriza o personagem. Vincent Cassel como César, apesar de ter pouco tempo em cena, traz sua habitual intensidade. Jonathan Cohen rouba a cena como Graindemaïs, o alívio cômico que funciona perfeitamente dentro da dinâmica da narrativa. Julie Chen como a Princesa Fu Yi cumpre seu papel com dignidade.

Pontos Fortes e Fracos: Uma Balança em Equilíbrio Precário

Os pontos fortes do filme residem no visual exuberante, na energia contagiante do elenco e em algumas gags memoráveis. A cena de batalha, por exemplo, é um espetáculo visual cheio de ação. A tentativa de integrar elementos da cultura chinesa, embora às vezes superficial, é louvável.

Por outro lado, o roteiro desequilibrado e a dependência excessiva do humor pastelão são os maiores pontos fracos. Senti falta de uma narrativa mais coesa e de um desenvolvimento mais consistente dos personagens secundários. A história, apesar de apresentar uma premissa interessante, acaba se perdendo em um excesso de piadas e perseguições.

Temas e Mensagens: Um “Reino” de Reflexões Superficiais?

O filme, apesar de suas falhas, toca em temas como amizade, coragem e a importância de lutar contra a injustiça. Mas são temas tratados de forma superficial, mais como um pano de fundo para as piadas do que como um elemento central da narrativa. A mensagem final, se houver uma, é bastante óbvia e pouco impactante.

Conclusão: Uma Aventura Divertida, Mas Não Excepcional

Dois anos depois, “Asterix e Obelix: No Reino do Meio” continua sendo um filme divertido, ideal para uma sessão despretensiosa em família. Mas, para um fã ávido dos quadrinhos, como eu, deixou a desejar. Não é um filme ruim, longe disso, mas não alcança a excelência dos melhores trabalhos da franquia. Recomendo a sua visualização em plataformas de streaming ou aluguel digital, mas com as expectativas moderadas. Se você busca uma comédia leve e descompromissada, provavelmente vai se divertir. Mas se espera uma adaptação fiel e profunda dos quadrinhos, talvez seja melhor rever os clássicos animados.

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