Através da Minha Janela: Um Romance Adolescente que Divide Opiniões, Três Anos Depois
Lançado em 04 de fevereiro de 2022 no Brasil, Através da Minha Janela chegou às plataformas digitais prometendo ser mais um daqueles romances adolescentes que aquecem o coração. A premissa é simples: Raquel, apaixonada pelo vizinho Ares, o observa de longe, num típico caso de amor à distância que promete um encontro inesquecível. Mas será que essa fórmula batida consegue surpreender? Três anos depois do seu lançamento, ainda me pego pensando sobre esse filme.
A história, escrita por Eduard Sola e dirigida por Marçal Forés, acompanha a evolução dessa paixão unilateral, mergulhando na dinâmica entre Raquel e Ares, mas também nos relacionamentos com seus respectivos irmãos e amigos. Há o elemento de diferença de classes sociais, o típico conflito entre desejo e realidade, e, inevitavelmente, o drama adolescente que se instaura. A sinopse entrega exatamente o que o filme oferece: um romance adolescente com pitadas de comédia e um toque dramático na medida certa. Não esperem grandes reviravoltas ou narrativas complexas.
A atuação de Clara Galle como Raquel e Julio Peña como Ares é, digamos, adequada ao gênero. Eles transmitem a paixão juvenil, a insegurança e a inexperiência com uma certa credibilidade, embora em alguns momentos as expressões se tornem um pouco forçadas, carentes de uma profundidade emocional maior. O restante do elenco cumpre seu papel, dando sustentação aos personagens secundários, mas não há performances memoráveis que roubem a cena. Guillermo Lasheras, como Yoshi, e Natalia Azahara, como Daniela, conseguem criar personagens simpáticos e relevantes, mas em última instância, o foco permanece em Raquel e Ares.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Marçal Forés |
Roteirista | Eduard Sola |
Produtores | Núria Valls, Adrián Guerra |
Elenco Principal | Clara Galle, Julio Peña, Guillermo Lasheras, Natalia Azahara, Hugo Arbues |
Gênero | Romance, Drama, Comédia |
Ano de Lançamento | 2022 |
Produtora | Nostromo Pictures |
A direção de Marçal Forés é competente, mas não se destaca. A narrativa segue um ritmo previsível, com alguns momentos de leveza e outros de tensão romântica. A fotografia é bonita, capturando bem a atmosfera juvenil e o cenário, mas não inova esteticamente. O roteiro de Eduard Sola, por sua vez, é o ponto mais fraco do filme. A crítica inicial de “a girl, a boy, different social classes, blah blah blah, they fall in love” acerta em cheio. O roteiro se apoia em clichês previsíveis do gênero, sem grandes esforços para surpreender ou aprofundar a trama. As cenas são previsíveis e não há uma construção de personagens que vá além do superficial.
Apesar dos seus defeitos, Através da Minha Janela tem seus acertos. A química entre os protagonistas funciona em alguns momentos, criando certa empatia com o público. A trama explora sutilmente a questão das obrigações familiares e as pressões sociais, principalmente sobre Ares, que precisa lidar com a responsabilidade de seu negócio familiar. Entretanto, a exploração desses temas fica muito aquém do potencial, apresentando um conflito superficial em detrimento de uma análise mais profunda.
Em suma, Através da Minha Janela é um filme mediano. Um romance adolescente para quem busca um entretenimento leve e sem grandes pretensões. Se você procura uma narrativa profunda, personagens complexos e uma história inovadora, talvez se decepcione. O filme é exatamente o que se anuncia: um romance previsível, com alguns momentos agradáveis, mas que não deixa nenhuma marca duradoura. Recomendo a produção apenas para fãs de romances adolescentes que não se importem com clichês e com um desenvolvimento de trama pouco consistente. No geral, é um entretenimento descartável, bom para uma sessão de cinema casual e relaxante, mas que dificilmente entrará na lista de filmes inesquecíveis. A produção, embora tenha gerado certa repercussão na época de seu lançamento, não se tornou um marco no gênero, e talvez essa seja a sua melhor definição: um filme mediano, sem grandes méritos ou defeitos flagrantes, perfeitamente esquecível três anos depois.