Aladdin: Uma Aventura que Brilha (e Pisca) em 2019
Seis anos se passaram desde que a The Asylum nos presenteou com sua versão de “Aladdin”, e, olhando para trás em 2025, sinto-me compelido a revisitar essa produção que, admito, me deixou com sentimentos… mistos. Não se trata de uma obra-prima cinematográfica, longe disso, mas sua audácia e peculiaridades a tornam um caso digno de estudo para qualquer fã de cinema B, ou para aqueles que apreciam um bom “so bad, it’s good”.
A história, como podemos esperar de um filme da The Asylum, pega emprestado livremente do conto original das Mil e Uma Noites, apresentando Aladdin, um jovem esperto nas ruas de Agrabah (ou uma versão bem simplificada dela), a princesa Shahzadi, e o ambicioso Vizier Maghreb, que anseia pelo poder contido numa lâmpada mágica. A jornada de Aladdin, salpicada de ação, magia e um toque de romance, é a espinha dorsal do filme, sem revelar, claro, os detalhes que só uma sessão garantirá.
A direção de Glenn Campbell, diga-se de passagem, não é exatamente um primor técnico. Há momentos de pura inépcia visual, com efeitos especiais que lembram mais uma produção caseira do que um longa-metragem. Mas, paradoxalmente, é essa mesma “simplicidade” que, em alguns casos, contribui para o charme peculiar do filme. A falta de polimento, a crudeza na execução, tudo isso cria uma atmosfera quase camp que é difícil de ignorar. O roteiro, também assinado por Campbell e Tammy Klein, segue os tropeços clássicos do gênero, mas carece de profundidade. Os diálogos são, em sua maioria, genéricos e previsíveis, e não há muita tentativa de dar nova vida à narrativa conhecida.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Glenn Campbell |
| Roteiristas | Glenn Campbell, Tammy Klein |
| Elenco Principal | Adam Hollick, Lucia Dimitra Xypteras, Daniel O'Reilly, Tionne Williams, Monroe Robertson |
| Gênero | Aventura, Fantasia |
| Ano de Lançamento | 2019 |
| Produtora | The Asylum |
No entanto, o elenco merece um destaque. Adam Hollick como Aladdin e Lucia Dimitra Xypteras como Shahzadi entregam performances honestas, levando em conta as limitações do material. O verdadeiro destaque, no entanto, é Tionne Williams como o Gênio. Apesar dos efeitos especiais limitados, Williams consegue transmitir a energia e o humor do icônico personagem, criando momentos genuinamente divertidos. A atuação de Daniel O’Reilly como Vizier Maghreb, por outro lado, é bem… genérica.
Os pontos fortes de “Aladdin” são, ironicamente, seus pontos fracos. O baixo orçamento é palpável, mas isso gera um tipo de autenticidade peculiar, uma honestidade na sua própria mediocridade que, estranhamente, o torna cativante. A trilha sonora, simples mas adequada, contribui para a atmosfera de aventura.
Por outro lado, a atuação de alguns atores, além da já mencionada, deixa a desejar, e os efeitos especiais, como mencionei antes, são extremamente limitados. A falta de profundidade na narrativa também se destaca. O filme não explora a fundo os personagens ou os temas apresentados, ficando apenas na superfície.
Em termos de temas, a obra toca em pontos clássicos como a busca pelo poder, o amor e a importância da amizade, porém de forma superficial. Não espere grandes reflexões filosóficas aqui; a mensagem principal é uma versão simplista do bem contra o mal.
Em conclusão, “Aladdin” (2019) é um filme que não se leva muito a sério, e talvez seja essa a sua maior virtude. Não é um filme que eu recomendaria a quem procura uma adaptação fiel e bem-produzida do conto clássico. No entanto, para uma sessão casual, com amigos, onde se busca rir das falhas e apreciar o lado B do cinema, “Aladdin” pode ser uma experiência surpreendentemente divertida. Se você busca um filme que se destaca por sua qualidade técnica, procure em outro lugar. Mas se você procura um filme curiosamente ruim, com um Gênio memorável, vale a pena dar uma chance em alguma plataforma de streaming. É uma daquelas experiências cinematográficas que, em 2025, me fazem sorrir ao lembrar.




