Bad Boys Para Sempre

Ah, meu amigo leitor, permita-me tirar um fôlego e refletir um pouco sobre o porquê de, em pleno outubro de 2025, eu estar aqui a rabiscar minhas impressões sobre Bad Boys Para Sempre. A verdade é que, para muitos de nós que crescemos nos anos 90 e 2000, Mike Lowrey e Marcus Burnett não eram apenas mais dois detetives; eles eram a personificação do caos estiloso e da camaradagem inabalável no coração de Miami. A ideia de revisitar essa dupla, especialmente após um hiato tão longo desde o segundo filme, lá em 2003, sempre me gerou uma mistura peculiar de empolgação e um temor quase palpável. Será que eles ainda teriam a chama? Ou seria apenas uma tentativa forçada de reviver uma glória passada? Bem, o filme, lançado em 2020, há alguns bons anos, nos deu algumas respostas, e não foram todas pretas no branco, como a vida insiste em nos mostrar.

A Volta dos Que Não Foram, Mas Estavam Quase Lá

Quando se fala em “Bad Boys”, a primeira imagem que me vem à mente é o sol escaldante da Flórida, o ritmo frenético de uma perseguição de carro pelas ruas de Miami e, claro, a dinâmica inimitável entre Will Smith e Martin Lawrence. Bad Boys Para Sempre nos convida a mergulhar novamente nesse universo, mas com uma camada extra de tempo. Marcus, nosso querido Burnett, embarcou numa fase mais, digamos, burocrática da vida, ascendendo a inspetor e buscando uma paz que a vida de detetive de rua dificilmente oferece. Mike Lowrey, por outro lado, parece preso num eterno ciclo de negação, encarando uma crise de meia-idade com a mesma intensidade com que encara bandidos, mas com uma dose extra de vulnerabilidade que não víamos tanto antes. Essa premissa, de ver nossos heróis envelhecendo e questionando seu lugar no mundo, já é por si só um toque de nuance num gênero que muitas vezes prefere o escapismo puro.

A trama, então, joga os dois de volta para a linha de frente, quase como uma última dança. Um mercenário albanês, movido por uma sede de vingança implacável por um irmão que a dupla capturou, emerge das sombras, prometendo transformar a aposentadoria iminente de Marcus e Mike em um inferno. É a velha história, tá? O passado volta para assombrar. E é aqui que o filme realmente testa a fidelidade dos fãs. Será que a nostalgia seria suficiente para carregar a narrativa, ou teríamos algo mais profundo por trás dos tiros e explosões?

Atributo Detalhe
Diretores Adil El Arbi, Bilall Fallah
Roteiristas Joe Carnahan, Chris Bremner, Peter Craig
Produtores Jerry Bruckheimer, Doug Belgrad, Will Smith
Elenco Principal Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Charles Melton
Gênero Thriller, Ação, Crime
Ano de Lançamento 2020
Produtoras Columbia Pictures, 2.0 Entertainment, Don Simpson/Jerry Bruckheimer Films, Overbrook Entertainment

O Coração da Dupla e a Injeção de Sangue Novo

O que sempre fez “Bad Boys” funcionar foi a química. É inegável. Will Smith e Martin Lawrence em cena, trocando farpas, piadas e, ocasionalmente, um olhar de profundo carinho fraternal, é o oxigênio que a franquia respira. E Bad Boys Para Sempre brilha justamente nesses momentos. Quando Mike e Marcus estão juntos, sejam em diálogos sobre suas vidas, suas escolhas ou simplesmente brigando sobre quem vai dirigir o carro, o filme ganha uma energia contagiante. Eles não precisam “contar” que são amigos; você vê nas mãos que se apoiam no ombro em um momento de perigo, na forma como se completam as frases um do outro.

Mas há também o elemento novo. Sob a batuta dos diretores Adil El Arbi e Bilall Fallah, que assumiram o posto de Michael Bay (cuja produção ainda se faz presente, mas com uma direção menos “Bayhem”), a franquia tenta se renovar. A introdução de um novo time de elite, com Kelly (Vanessa Hudgens), Dorn (Alexander Ludwig) e Rafe (Charles Melton), foi uma aposta arriscada. Eles representam a nova guarda, mais tecnológica, mais “comportada”, contrastando com o estilo anárquico de Mike e Marcus. Essa tensão geracional, essa dicotomia entre o velho e o novo, é um tema fascinante, especialmente quando vemos Mike, o arquetípico `action hero`, relutando em aceitar que o mundo mudou e que talvez ele não seja mais o centro das atenções. Rafe, em particular, adiciona uma camada de complexidade na vida de Mike, um elo com um `past relationship` que se revela ser um dos pontos mais emocionais e `reflective` do filme.

Ação, Crime e um Toque de Melancolia

Como esperado de um `buddy cop` film, Bad Boys Para Sempre entrega sequências de `police chase` eletrizantes e confrontos cheios de adrenalina, movendo-se entre os subgêneros de `thriller`, `ação` e `crime`. As ruas de Miami e as incursões até o México, envolvendo cartéis de drogas e a busca por vingança, são o cenário perfeito para a ação desenfreada. Mas o filme também se permite momentos de pausa. Há uma sensação sutil de melancolia, de que o tempo está correndo, de que a vida de `police detective` tem um custo. Ver Mike lutando com seus demônios, sua “crise de meia-idade” — que para mim soa mais como uma crise existencial, para ser honesto — é um lembrete de que até os mais durões têm seus momentos de vulnerabilidade.

Alguns críticos apontaram que o filme teve seus momentos mais “dull”, e eu, honestamente, consigo ver onde eles querem chegar. Há certas subtramas ou elementos que não decolam com a mesma força do coração da história – a interação entre Mike e Marcus. Mas, para um fã, aqueles brilhos de piadas internas, aqueles momentos de pura sinergia, valem o ingresso. E você sabe, o prazer de ver Will Smith com uma arma na mão e Martin Lawrence surtando de forma hilária é algo que simplesmente não envelhece. Mesmo que o filme explore uma `prison escape` ou um `murder` brutal ligado a um `drug cartel`, o fio condutor sempre volta para a dupla.

O Legado e a Promessa de um Próximo Capítulo

Bad Boys Para Sempre é uma `sequel` que, para minha surpresa (e alívio), conseguiu mais acertos do que erros. Não é um filme perfeito, claro. Há certas reviravoltas que a gente já via de longe, e nem todos os novos personagens tiveram o mesmo impacto. Mas ele soube honrar o passado enquanto tentava abrir caminho para o futuro. Os diretores Adil e Bilall trouxeram uma energia renovada, uma visão que, embora ainda honre a estética da franquia, não se prende totalmente ao legado de Bay. Eles conseguiram entregar um filme que, apesar de seus defeitos, mantém a essência de uma `buddy film` que amamos.

No fim das contas, o que fica é a certeza de que, para Mike e Marcus, a palavra “aposentadoria” é apenas uma sugestão. Há algo de intrinsecamente humano na teimosia desses dois em continuar na ativa, mesmo quando a idade e as circunstâncias imploram por uma vida mais calma. É a paixão pela justiça, a lealdade um ao outro, e, quem sabe, um pouco daquela adrenalina viciante que só a vida de `detective` pode oferecer. E, para mim, foi exatamente isso que fez valer a pena a revisita ao universo de “Bad Boys”. Afinal, não somos todos um pouco Mike e Marcus, tentando encontrar nosso lugar no mundo, mesmo quando as coisas mudam ao nosso redor? Penso que sim.

Trailer

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