Bambi: Uma Aventura na Floresta – Uma Ode à Natureza, com Algumas Falhas
Bambi, o clássico atemporal, ganhou uma nova roupagem em 2024, e assisti-lo em setembro de 2025 me deixou com sentimentos complexos, uma mistura de nostalgia e leve decepção. O filme, dirigido por Michel Fessler, reconta a jornada do jovem cervo desde seus primeiros passos até a vida adulta, explorando temas de amizade, perda e a beleza – e a crueldade – da natureza. A sinopse oficial já resume bem: acompanhamos Bambi em sua descoberta do mundo, a relação com sua mãe e a dolorosa perda, o encontro com Faline e o aprendizado com seu pai, o Príncipe. Não espere grandes desvios da história original; a essência está preservada, mas a execução… aí reside a nuance.
A direção de Fessler é competente, sem grandes arroubos de originalidade, optando por uma abordagem mais tradicional. A fotografia, no entanto, é um ponto alto, capturando a magia da floresta com uma beleza quase palpável. O filme respira vida, principalmente em cenas que mostram a delicadeza do jovem cervo e a exuberância da flora. As cores são vibrantes, contrastando com os momentos mais sombrios da trama, acentuando o drama. É uma escolha estética eficaz que, sozinha, quase compensa alguns tropeços do roteiro.
Falando em roteiro, escrito por Fessler e Laurence Buchmann, temos um texto que, apesar de respeitar a fonte, peca por uma certa previsibilidade. Algumas cenas parecem alongadas, outras, crucialmente importantes, são tratadas com uma superficialidade que as priva de impacto emocional. A tentativa de atualizar a narrativa para um público contemporâneo, que não necessariamente conhece o clássico da Disney, se torna, em alguns momentos, desnecessária e até mesmo um pouco forçada.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Michel Fessler |
Roteiristas | Michel Fessler, Laurence Buchmann |
Produtores | Reginald de Guillebon, Stéphane Millière, Jean-Pierre Bailly |
Elenco Principal | Mylène Farmer, Senta Berger, Arja Koriseva |
Gênero | Aventura, Família, Documentário |
Ano de Lançamento | 2024 |
Produtoras | MC4, Gébéka Films, Kinology |
As atuações de voz, infelizmente, não me convenceram por completo. Embora tenha sido um prazer ouvir a voz de Mylène Farmer na narração (embora sua participação não esteja traduzida na sinopse disponível), a atuação geral carece de uma certa alma. Os personagens, tanto Bambi quanto os outros animais, apesar de bem animados, soam um pouco distantes, sem a expressividade que a história requer. Aqui, a animação, mesmo sendo competente, sofre por não receber uma resposta emocional à altura por parte dos atores de voz.
Os pontos fortes do filme residem na sua fotografia deslumbrante e na capacidade de evocar uma nostalgia reconfortante em quem conhece a história. A mensagem sobre a preservação da natureza e a importância da família permanece poderosa, mesmo após tantas adaptações. Contudo, os pontos fracos residem na falta de originalidade, no roteiro irregular e nas atuações de voz que não conseguem comunicar a profundidade emocional da trama. A narrativa acaba sendo um pouco superficial, o que diminui o impacto geral.
Em suma, “Bambi: Uma Aventura na Floresta” é um filme mediano, que consegue agradar por sua estética e mensagem clássica, mas falha em entregar a experiência emocional plena que se esperaria de uma releitura de um conto tão amado. Recomendo o filme para quem busca uma visualmente bela e familiar jornada na floresta, mas não para quem busca uma reimaginação inovadora ou uma interpretação verdadeiramente profunda do clássico. A data de estreia no Brasil, 28 de agosto de 2025, já passou, então, para os interessados, resta buscar o filme nas plataformas de streaming ou em locadoras. É uma experiência assistível, mas não indispensável.