Benji: Uma Revisitada Carinhosa, Mas Não Sem Falhas
Sete anos se passaram desde que Benji, o cachorrinho de olhos doces e coração gigante, voltou às telas em 2018, num reboot do clássico de 1974. E, olhando para trás, aquele filme, dirigido por Brandon Camp (filho do diretor do original, Joe Camp, que também assina o roteiro desta versão junto com Brandon), me deixa com sentimentos mistos, uma espécie de doce-amargo cinematográfico. A premissa é simples e eficaz: duas crianças criam um laço inquebrável com um vira-lata órfão, Benji, e quando elas são sequestradas, cabe ao nosso herói canino (com a ajuda de um parceiro humano, claro) salvá-las.
Um Cão de Família, mas com Momentos de Ação
A direção de Brandon Camp é competente, mas não brilhante. Ele entrega exatamente o que se espera: cenas fofas com Benji interagindo com as crianças, interpretadas com naturalidade por Gabriel Bateman e Darby Camp, e sequências de ação que, apesar de não serem memoráveis, cumprem a função de manter a tensão. A fotografia é agradável, os cenários são bem escolhidos e a montagem flui bem, o que contribui para uma experiência cinematográfica relativamente agradável. O roteiro, contudo, peca por uma certa previsibilidade. Sabemos desde o início o que vai acontecer, e a jornada, embora repleta de momentos emocionantes envolvendo o vínculo entre humanos e animais, carece daquela pitada de originalidade que poderia elevar o filme a um patamar superior.
Atuações Caninas e Humanas
O desempenho de Benji é, obviamente, o ponto alto do longa. A interação do cachorro com os atores mirins é convincente, e a equipe de treinamento de animais merece todo o crédito. Já as atuações humanas são um pouco mais desiguais. Bateman e Camp são adoráveis como as crianças, mas os adultos, especialmente os vilões interpretados por Will Rothhaar e Gralen Bryant Banks, ficam devendo em termos de profundidade. Kiele Sanchez, como a mãe das crianças, cumpre seu papel, mas não deixa uma marca inesquecível.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretor | Brandon Camp |
Roteiristas | Brandon Camp, Joe Camp |
Produtores | Brandon Camp, Jason Blum |
Elenco Principal | Gabriel Bateman, Darby Camp, Kiele Sanchez, Gralen Bryant Banks, Will Rothhaar |
Gênero | Drama, Família, Aventura, Crime |
Ano de Lançamento | 2018 |
Produtoras | Blumhouse Productions, Symbolic Exchange |
Pontos Fortes e Fracos
O maior trunfo de Benji é, sem dúvida, o apelo emocional. A relação entre as crianças e o cão é genuinamente comovente, e a preocupação com o bem-estar do animal permeia toda a narrativa. A música também contribui muito para criar a atmosfera adequada, alternando entre momentos de ternura e suspense. Por outro lado, a previsibilidade da trama e a falta de profundidade dos personagens adultos são pontos negativos que prejudicam o filme. A ação, apesar de presente, não é particularmente emocionante ou memorável, tornando-se um elemento funcional, mas não marcante.
Temas e Mensagens: O Poder do Amor Incondicional
Benji transmite uma mensagem simples, mas poderosa: o amor incondicional, especialmente entre humanos e animais. O filme celebra a lealdade, a amizade e a importância da família, valores universais que ressoam em diferentes culturas e gerações. É uma mensagem positiva e necessária em tempos tão turbulentos, e é esse poder emotivo que acaba perdoando as falhas técnicas e narrativas.
Conclusão: Uma Opção Agradável, Mas Não Essencial
Em resumo, Benji de 2018 é um filme agradável, ideal para uma sessão familiar despretensiosa. Ele não recria a magia do original, mas entrega uma história comovente e bem-intencionada, com um protagonista canino irresistível. Se você busca um filme de ação explosivo ou uma narrativa complexa, este não é o seu filme. Mas se você aprecia histórias de amizade e lealdade, e se derreter diante de um cachorrinho charmoso, Benji pode ser uma ótima opção para uma tarde de entretenimento leve. Recomendo sua exibição em plataformas de streaming, mas não espere nada revolucionário ou memorável em termos de cinema. Na minha opinião pessoal, é um filme bom para uma tarde preguiçosa, mas não um clássico instantâneo.