O Livro de Floyd

O Livro de Floyd: Uma Comédia Amarga com Sabor de Fantasia

Lançado em 2022, O Livro de Floyd chegou às plataformas digitais prometendo uma mistura peculiar de comédia, drama e fantasia. Três anos depois, olhando para trás, a sensação que me resta é de um filme ambicioso, mas irregular, que, apesar de seus tropeços, consegue prender a atenção e provocar reflexões. A trama gira em torno de Samuel Liston (Emory Cohen), um jovem escritor que, após um acidente, recebe a proposta de biografar o excêntrico Floyd Deveraux (Andy García). O que começa como uma simples tarefa profissional transforma-se numa imersão profunda e desconcertante no universo da família Deveraux, revelando segredos e peculiaridades que desafiam a sanidade de Samuel. É uma sinopse que promete mistério e humor, mas a execução, como veremos, é um território mais acidentado.

Direção, Roteiro e Atuações: Um Trio em Desequilíbrio

Brian Petsos, responsável tanto pela direção quanto pelo roteiro, demonstra uma clara ambição em criar algo fora do comum. A mistura de gêneros é audaciosa, mas nem sempre bem-sucedida. Há momentos de comédia genuinamente engraçados, com diálogos ágeis e situações absurdas que funcionam perfeitamente. Outros, no entanto, caem em armadilhas do melodrama gratuito ou de uma fantasia mal definida. A narrativa oscila entre o realismo cru de certas cenas e a surrealidade quase onírica de outras, sem conseguir sempre equilibrar esses elementos.

O roteiro, por vezes, se perde em subtramas que não se resolvem ou em personagens pouco desenvolvidos. A ideia de explorar a complexidade das relações familiares e o peso do passado é interessante, mas o texto falha em aprofundá-la de maneira consistente. No entanto, as atuações salvam a pele do filme em diversos momentos. Andy García, como Floyd, é soberbo, transmitindo uma aura de mistério e vulnerabilidade com maestria. Emory Cohen, como o protagonista Samuel, convence como um homem perdido e confuso diante de situações inusitadas. Megan Fox e Lucy Hale também entregam performances competentes, apesar de seus personagens serem, em alguns momentos, subdesenvolvidos pelo roteiro. Oscar Isaac, em sua participação, brilha com a naturalidade que o caracteriza.

Atributo Detalhe
Diretor Brian Petsos
Roteirista Brian Petsos
Produtor Greg Lauritano
Elenco Principal Andy García, Emory Cohen, Megan Fox, Lucy Hale, Oscar Isaac
Gênero Comédia, Drama, Fantasia
Ano de Lançamento 2022

Pontos Fortes e Fracos: Uma Balança Desnivelada

O ponto forte de O Livro de Floyd reside, sem dúvida, em seu elenco estelar e em alguns momentos de genialidade criativa. A química entre os atores é palpável e a fotografia consegue capturar a atmosfera peculiar do filme. O humor, quando funciona, é inteligente e ácido, capaz de provocar risadas sem cair na vulgaridade.

Por outro lado, a fragilidade do roteiro e a inconsistência na direção prejudicam a experiência geral. A trama, apesar de envolvente em sua premissa, se perde em seus próprios meandros, deixando algumas pontas soltas e criando uma sensação de inconclusão. A fantasia, elemento que poderia enriquecer a narrativa, se mostra, em muitos momentos, um elemento decorativo sem propósito claro.

Temas e Mensagens: Uma Exploração da Memória e da Identidade

O filme explora temas como a memória, a construção da identidade, e as relações familiares complexas. Ele questiona a própria natureza da verdade, e como a história que contamos sobre nós mesmos pode ser moldada pelas nossas experiências e pelos nossos desejos. Apesar das inconsistências narrativas, essa exploração temática é um dos pontos mais interessantes do longa-metragem. É aqui que a obra se salva, mesmo com os tropeços da narrativa principal.

Conclusão: Vale a Pena Assistir?

Conforme a crítica que li antes de assistir ao filme, o livro imaginário do filme seria, hipoteticamente, melhor que a obra em si. E, honestamente, eu compartilho desta sensação. Há uma chispa de genialidade em O Livro de Floyd que não é totalmente explorada. Se você gosta de filmes com uma pegada independente, atuações sólidas e uma dose de imprevisibilidade, pode valer a pena dar uma chance. Mas esteja preparado para uma experiência irregular, que oscila entre momentos brilhantes e outros decepcionantes. No geral, a minha recomendação é cautelosa. Em 2025, analisando o filme com a distância do tempo, eu o classificaria como um filme “assistível”, mas não uma obra-prima.

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