Bleach: Uma Jornada Espiritual que Resistiu ao Tempo (e Às Minhas Expectativas)
Confesso: sempre fui um pouco cético em relação a Bleach. Aquele hype colossal dos anos 2000 me deixava desconfiado. Afinal, muito barulho nem sempre significa obra-prima. Mas em 2025, com a série disponível em diversas plataformas de streaming, decidi finalmente encarar o desafio. E, surpresa! Apesar de algumas ressalvas, minha jornada com Ichigo Kurosaki e a Soul Society foi bem mais gratificante do que eu esperava.
A sinopse é simples, mas eficaz: Ichigo, um adolescente com a capacidade de ver espíritos, tem sua vida virada de cabeça para baixo quando conhece Rukia Kuchiki, uma Shinigami que precisa de sua ajuda para combater um Hollow. Ao passar seus poderes para Ichigo, Rukia o envolve em uma aventura repleta de ação, mistério e, claro, muitos espíritos. Sem revelar muito, posso garantir que a trama se desenvolve de forma envolvente, com arcos narrativos que te prendem até o fim (embora alguns sejam mais memoráveis que outros).
A animação de Bleach, produzida pela Pierrot entre 2004 e 2012, envelheceu razoavelmente bem. Se comparada a alguns animes modernos, ela não ostenta o mesmo nível de detalhamento, mas possui um estilo próprio que, ao meu ver, funciona muito bem, especialmente considerando o seu contexto de produção. A direção, embora não revolucionária, consegue equilibrar momentos de ação frenética com cenas mais contemplativas, criando um ritmo que, apesar de algumas oscilações, consegue manter o espectador engajado.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Produtores | 富永禎彦, 本多祐, 土方真, Genki Negishi |
| Elenco Principal | Masakazu Morita, Fumiko Orikasa, Hiroki Yasumoto, Yuki Matsuoka, Noriaki Sugiyama |
| Gênero | Action & Adventure, Animação, Ficção Científica e Fantasia |
| Ano de Lançamento | 2004 |
| Produtoras | Pierrot, Aniplex, Shueisha, TV Tokyo, dentsu, Zack Promotion, PIERROT FILMS |
O roteiro, por sua vez, é a parte mais controversa da série. Nos primeiros arcos, a história se sustenta em uma premissa interessante e personagens carismáticos. A dinâmica entre Ichigo, Rukia, Chad, Orihime e Uryu é um dos pontos altos da série, criando um grupo de amigos com personalidades complementares e conflitos interessantes. No entanto, a narrativa tende a se tornar mais extensa e repetitiva em alguns momentos, com arcos que se prolongam desnecessariamente e desenvolvimentos previsíveis. Este é o ponto que mais fez ecoar a crítica de que a fama de Bleach era apenas “hype”. Mas não nego que, em outros pontos, a série encontra um ritmo e um tom únicos.
As atuações de voz (seiyuu) no original japonês são impecáveis. Masakazu Morita como Ichigo, Fumiko Orikasa como Rukia e o restante do elenco principal entregam performances que transmitem as emoções e as personalidades de seus personagens de forma convincente. A química entre eles é palpável e contribui significativamente para o sucesso da série.
Bleach explora diversos temas interessantes, como a responsabilidade, o sacrifício, a amizade e a busca pela justiça. A série demonstra que, por mais poderoso que seja o protagonista, ele não consegue enfrentar tudo sozinho, e que a ajuda e o apoio dos amigos são fundamentais para superar os desafios. É uma mensagem de solidariedade e parceria que, na correria dos dias de hoje, ainda é muito necessária. No entanto, a forma como esses temas são tratados varia muito ao longo da série, com alguns arcos mostrando maior profundidade do que outros.
No fim das contas, Bleach é uma experiência complexa. Uma montanha-russa emocional que me surpreendeu em alguns momentos e me deixou um pouco frustrado em outros. Apesar de seus defeitos, principalmente no desenvolvimento longo e irregular do roteiro, Bleach merece ser assistida, principalmente pelos amantes de ação e fantasia. A conexão entre os personagens, a animação em seu estilo e o mundo único que a série constrói são elementos que compensam as falhas.
Minha recomendação? Se você está procurando uma série de ação e aventura com personagens carismáticos e um enredo envolvente (apesar de irregular), vá em frente. Mas vá com a mente aberta, pronto para apreciar os momentos brilhantes e tolerar os momentos menos inspirados. Em 2025, Bleach é uma jornada nostálgica para alguns, e uma descoberta para outros. Em ambos os casos, é uma experiência que vale a pena ser vivida.




