Preparem-se, amantes do terror canino! Em 30 de outubro de 2025, a tela grande nos presenteará com Bom Menino, um filme que promete (e cumpre, em parte) a promessa de sustos arrepiantemente peludos. A sinopse nos apresenta Todd, um rapaz que se muda para uma casa de campo isolada com seu fiel cão. O que começa como uma mudança tranquila logo se transforma em um pesadelo sobrenatural, com forças escuras ameaçando a vida do dono, e o cão, nosso herói de quatro patas, tendo que se tornar o escudo contra o mal. É um terror com pitadas de suspense, prometendo uma experiência que te deixará na ponta da cadeira… ou talvez roendo as unhas.
A direção de Ben Leonberg, que também assina o roteiro ao lado de Alex Cannon, é onde o filme se mostra mais ambicioso. A opção pela estética “found footage” com alguns elementos de POV (point of view) a partir da perspectiva do cão é ousada e, em certos momentos, brilhante. Ela gera uma intimidade perturbadora com o medo, permitindo-nos sentir a apreensão do animal, que percebe as ameaças sobrenaturais antes mesmo de Todd. No entanto, essa escolha também é sua fraqueza. A câmera, às vezes tremida demais, ocasiona momentos de desconforto visual que ultrapassam a intenção de suspense e se tornam simplesmente incômodos.
As atuações são um ponto misto. Shane Jensen como Todd entrega uma performance competente, retratando a vulnerabilidade e o terror de forma crível. Já o elenco de apoio, incluindo Larry Fessenden, Arielle Friedman, Stuart Rudin e Anya Krawcheck, se destaca mais pela atmosfera criada do que por atuações memoráveis individualmente. A dificuldade aqui é justamente criar uma química real com o elemento central que é o cachorro, e não apenas focar no “ator” humano. O desafio é enorme, e a solução encontrada não é perfeita, mas compreensível.
Os pontos fortes de Bom Menino residem, sem dúvida, na atmosfera. A casa mal-assombrada é palpável, emanando uma sensação de claustrofobia e dread que te acompanha além dos créditos. A trilha sonora, com seus tons baixos e discordantes, contribui significativamente para o clima de apreensão constante. A criatividade na construção do terror, explorando a perspectiva canina, é um diferencial audacioso e, em momentos específicos, francamente assustador. Por outro lado, o roteiro peca em alguns clichês do gênero, e algumas reviravoltas previsíveis diminuem o impacto final.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Ben Leonberg |
Roteiristas | Alex Cannon, Ben Leonberg |
Produtores | Kari Fischer, Ben Leonberg |
Elenco Principal | Shane Jensen, Larry Fessenden, Arielle Friedman, Stuart Rudin, Anya Krawcheck |
Gênero | Terror, Thriller |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtora | What’s Wrong with Your Dog |
A mensagem central do filme, ao meu ver, transcende o simples susto barato. Há uma interessante exploração do vínculo inquebrantável entre homem e animal, a lealdade incondicional e o amor incondicional que transcende o plano físico, mesmo diante do sobrenatural. É nesse ponto que o filme atinge sua maior força emotiva.
Em resumo, Bom Menino não é um filme perfeito. Os problemas técnicos em alguns momentos e a previsibilidade de certos elementos do roteiro prejudicam a experiência. Entretanto, a atmosfera opressiva, a audaciosa perspectiva canina e a exploração de temas tão profundos quanto o laço homem-animal o elevam acima da média dos filmes de terror que temos visto ultimamente. Recomendo a experiência para fãs do gênero que apreciam uma abordagem diferente e não se incomodam com algumas oscilações técnicas. A estreia em 30 de outubro de 2025 nas salas de cinema brasileiras será uma oportunidade de discutir, e talvez até debater acaloradamente, os méritos e os defeitos deste longa. Preparem-se para uma experiência canina… e sobrenaturalmente assustadora.