Breaking2: A Maratona Humana Contra o Tempo – Uma Resenha Implacável
Oito anos depois de seu lançamento, o documentário Breaking2, da National Geographic, continua a me assombrar. Não apenas pela audácia da empreitada da Nike – tentar quebrar a barreira das duas horas na maratona – mas pela maneira como o filme consegue capturar a intensidade física e mental dessa busca quase impossível. Vi o filme novamente recentemente, em 2025, nas plataformas digitais do canal, e a experiência foi tão visceral quanto da primeira vez.
A sinopse é simples: três dos maiores corredores do mundo – Eliud Kipchoge, Zersenay Tadese e Lelisa Desisa – se preparam para uma tentativa histórica em Monza, Itália, em 6 de maio de 2017. Mas, como qualquer bom documentário que se preze, Breaking2 vai muito além da simples cronometragem. A câmera acompanha os atletas em seus treinos exaustivos, suas estratégias meticulosamente planejadas, seus momentos de dúvida e suas explosões de força. É a luta humana contra os limites do próprio corpo, capturada com uma beleza quase poética.
A direção de Martin Desmond Roe é impecável. Roe evita o melodrama fácil, optando por um estilo observacional que nos permite mergulhar no universo desses atletas. A edição é nervosa, espelhando a adrenalina da corrida, com cortes rápidos e ângulos estratégicos que constroem a tensão em cada passo. O roteiro, embora sutil, é inteligente, tecendo uma narrativa que transcende a simples competição esportiva para explorar temas universais de dedicação, superação e a busca pela excelência.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Martin Desmond Roe |
Elenco Principal | Eliud Kipchoge, Zersenay Tadese, Lelisa Desisa |
Gênero | Documentário |
Ano de Lançamento | 2017 |
Produtora | National Geographic |
As “atuações”, se assim podemos chamar, são autênticas e impressionantes. Kipchoge, Tadese e Desisa não são atores, mas seus corpos e expressões falam volumes. Observá-los lutando contra a dor, o cansaço, o próprio tempo, é uma lição de resiliência. Em nenhum momento, o filme se permite cair no sentimentalismo barato. A emoção é construída gradualmente, culminando em um final cheio de suspense e com um impacto emocional profundo.
Claro, o filme não é perfeito. Como qualquer documentário, ele possui algumas limitações. Alguns podem argumentar que a ênfase excessiva na tecnologia e no projeto da Nike, com seus sapatos especiais e sua estratégia de apoio, desvia um pouco a atenção da performance atlética em si. Para mim, no entanto, essa perspectiva faz parte da história. Foi uma corrida tecnológica tanto quanto uma corrida humana.
Breaking2 é mais do que um documentário esportivo; é um estudo de caso fascinante sobre a capacidade humana de ultrapassar os limites impostos pela própria natureza. As mensagens são claras e ressoam muito além do mundo do atletismo. A busca incansável pela excelência, a importância do trabalho em equipe, a resiliência perante os desafios, tudo isso é explorado de forma subtil e memorável.
Na minha opinião, e depois de todas essas revisitas ao longa, Breaking2 é um filme essencial, não só para os amantes de esportes, mas para qualquer pessoa interessada no poder transformador do espírito humano. Recomendarei o filme com toda a força para o público; um clássico instantâneo que continua a ser tão relevante e emocionante em 2025 quanto foi em 2017. Um triunfo cinematográfico e uma experiência profundamente comovente.