Capitã Marvel: Um voo solo com turbulências, mas um pouso suave no MCU
Seis anos se passaram desde que Carol Danvers, também conhecida como Capitã Marvel, arrasou as bilheterias em 2019. E, olhando para trás, com a perspectiva que o tempo nos dá, posso dizer que o filme, dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck, foi uma experiência complexa, repleta de altos e baixos que me marcaram de uma forma inesperada. É um longa que, apesar de suas imperfeições, ocupa um espaço importante na história do Universo Cinematográfico Marvel (MCU).
A sinopse oficial resume bem a premissa: uma guerreira Kree, Vers (Brie Larson), perde a memória e precisa redescobrir sua identidade humana como Carol Danvers, enquanto luta contra os Skrulls em uma trama que se desenrola em 1995. Ao longo dessa jornada de autodescoberta, ela cruza o caminho com um Nick Fury bem mais jovem (Samuel L. Jackson), em uma dinâmica eletrizante que funciona como o motor principal da narrativa.
A direção de Boden e Fleck, apesar de competente, não é exatamente memorável. O filme encontra seu ritmo apenas na segunda metade, após um começo um tanto titubeante que tenta equilibrar ação com drama psicológico, mas não sempre consegue. A narrativa, embora eficiente em contar sua história, carece de momentos verdadeiramente memoráveis na sua primeira parte. Em termos de roteiro, há pontos de força – a construção da relação entre Carol e Nick, por exemplo, é deliciosa – mas alguns diálogos soam artificiais e a trama, em alguns momentos, se torna previsível.
Atributo | Detalhe |
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Diretores | Ryan Fleck, Anna Boden |
Roteiristas | Geneva Robertson-Dworet, Ryan Fleck, Anna Boden |
Produtor | Kevin Feige |
Elenco Principal | Brie Larson, Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Jude Law, Annette Bening |
Gênero | Ação, Aventura, Ficção científica |
Ano de Lançamento | 2019 |
Produtora | Marvel Studios |
As atuações, porém, salvam a pele do filme. Brie Larson, apesar de ter sido alvo de algumas críticas – algumas delas até injustas, devo admitir – entrega uma performance convincente como Carol, transmitindo sua força e fragilidade com igual maestria. Samuel L. Jackson, como sempre, é um show à parte, roubando a cena com sua interpretação carismática e divertida do jovem Nick Fury. O elenco de apoio, com destaque para Ben Mendelsohn como o Skrull Talos, também contribui para tornar a experiência envolvente.
Os pontos fortes do filme residem na sua abordagem do gênero de super-heróis. Capitã Marvel foi pioneira na época (2019), ao apresentar uma heroína feminina tão forte e carismática no centro do enredo. A nostalgia dos anos 90, com sua estética e trilha sonora, também contribui para criar uma atmosfera especial. A química entre Larson e Jackson é eletrizante e cria momentos genuinamente memoráveis. Por outro lado, a trama pode apresentar certa falta de originalidade em sua construção, pecando por prever demais algumas reviravoltas. A ação, em alguns momentos, se perde em edição excessiva, prejudicando o impacto de algumas sequências de luta.
O filme explora temas relevantes como a busca pela identidade, o poder do livre-arbítrio e a natureza da guerra, mas não aprofunda esses aspectos tão completamente quanto poderia. A mensagem de empoderamento feminino, no entanto, é cristalina e resistiu ao teste do tempo.
Em resumo, Capitã Marvel é um longa que apresenta uma mistura de pontos altos e baixos. A atmosfera dos anos 90, as atuações sólidas e a introdução de uma poderosa heroína feminina no MCU compensam algumas deficiências em termos de roteiro e direção. Lembro-me da expectativa em 2019, e, embora não tenha atingido o nível de excelência de alguns filmes da Marvel, é uma obra que contribuiu para o rico universo cinematográfico. Recomendo assistir, especialmente para quem aprecia filmes de super-heróis com um toque de nostalgia e personagens carismáticos. A experiência não é perfeita, mas certamente é uma jornada espacial que vale a pena fazer.