Casa Gucci

Casa Gucci: Um Espetáculo de Luxo e Trevas

Quatro anos se passaram desde que assisti a Casa Gucci, e a memória vívida daquela experiência – uma mistura de fascínio, repulsa e um certo deleite culposo – me impulsiona a escrever esta resenha. O filme de Ridley Scott, lançado em 25 de novembro de 2021 no Brasil, não é apenas um retrato da ascensão e queda da dinastia Gucci, mas um mergulho visceral na ambição, traição e, claro, moda, em sua forma mais exuberante e decadente.

A história acompanha a meteórica (e fatal) relação entre Patrizia Reggiani e Maurizio Gucci, herdeiro do império da moda italiana. A narrativa, sem revelar os pontos cruciais da trama, nos apresenta uma família dividida por disputas de poder, intrigas e uma ambição desmedida que se mostra tão fascinante quanto repulsiva. É uma saga familiar que poderia facilmente se perder em seu próprio melodrama, mas consegue, em grande parte, evitar esse destino graças à direção segura e ao elenco excepcional.

Ridley Scott, mestre do cinema de época, entrega uma direção impecável, imersiva e visualmente rica. A estética do filme é simplesmente deslumbrante, capturando a opulência do mundo da moda italiana nas décadas de 1980 e 1990. As locações, figurinos e a fotografia contribuem para criar uma atmosfera de luxo decadente que contrasta perfeitamente com a violência latente que permeia a trama. Entretanto, algumas escolhas de ritmo me pareciam um pouco apressadas, quase atropelando momentos que poderiam ser explorados com mais profundidade.

Atributo Detalhe
Diretor Ridley Scott
Roteiristas Becky Johnston, Roberto Bentivegna
Produtores Mark Huffam, Ridley Scott, Giannina Facio, Kevin J. Walsh
Elenco Principal Lady Gaga, Adam Driver, Al Pacino, Jeremy Irons, Jared Leto
Gênero Drama, Crime, História
Ano de Lançamento 2021
Produtoras Metro-Goldwyn-Mayer, Bron Studios, Scott Free Productions

O roteiro, enquanto apresenta uma estrutura narrativa coesa, ocasionalmente peca pela simplificação excessiva de personagens complexos. Há um risco em retratar figuras tão conhecidas, e a decisão de focar em determinados aspectos da história, inevitavelmente, deixa outros de lado. Apesar disso, o texto consegue manter o espectador engajado, principalmente impulsionado pela construção de tensões narrativas.

E que elenco! Lady Gaga entrega uma atuação poderosa e comprometida como Patrizia Reggiani, dominando a tela com uma interpretação que oscila entre o charmoso e o calculista. Adam Driver, como Maurizio, é igualmente brilhante, retratando a fragilidade e a ambivalência de um homem perdido no meio de uma guerra familiar. Al Pacino e Jeremy Irons roubam a cena em suas respectivas performances como Aldo e Rodolfo Gucci, enquanto Jared Leto, apesar de ter recebido algumas críticas por seu desempenho, contribuiu para o conjunto heterogêneo de personalidades do longa. A meu ver, Jeremy Irons realmente brilhou, transmitindo a sabedoria e a amargura de Rodolfo com uma maestria sem igual. Concordo com parte das críticas sobre os sotaques italianos que, de fato, soaram um pouco forçados em alguns momentos.

A força do filme reside na exploração de temas universais como a ambição desenfreada, a fragilidade dos laços familiares e o poder corruptor do dinheiro. É um drama familiar que transcende o universo da alta costura, oferecendo reflexões sobre o preço da riqueza e a busca incessante por poder. A narrativa, apesar de algumas simplificações, consegue construir um retrato fascinante, embora nem sempre simpático, dos personagens envolvidos.

No entanto, Casa Gucci não está isento de falhas. Como mencionado anteriormente, alguns personagens poderiam ter sido explorados com mais profundidade, e algumas escolhas narrativas pareciam apressadas. A busca pelo tom de comédia negra, embora em alguns momentos bem-sucedida, não é sempre equilibrada, e soa, em alguns instantes, superficial em relação à gravidade dos acontecimentos.

Em resumo, Casa Gucci é um filme visualmente espetacular e interpretado por um elenco de primeira linha. Ele entrega uma história cativante e repleta de drama, apesar de algumas falhas narrativas e um tom que não sempre encontra o equilíbrio ideal entre drama e comédia negra. Apesar dessas ressalvas, a experiência de assistir a esse longa-metragem é inesquecível, e eu o recomendo aos entusiastas de dramas, filmes de época e a todos os que apreciam um bom espetáculo de luxo e trevas. A disponibilidade do filme em plataformas digitais garante um fácil acesso ao público, garantindo que sua história continue a ser discutida e apreciada por muitos anos.

Trailer

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