A Lei do Retorno em Com as Próprias Mãos 2: O Troco – Uma Vingança Que Merece Ser Vista?
Dezesseis anos se passaram desde que Kevin Sorbo, aquele Hércules que marcou a minha adolescência, encarou mais uma vez o papel de herói em Com as Próprias Mãos 2: O Troco (2007). E, olhando para trás, de 15/09/2025, confesso: a nostalgia me cegou um pouco na primeira vez. Agora, com a distância necessária para uma análise fria, posso dizer que o filme é uma experiência… curiosa.
A sinopse é simples: Nick Prescott retorna à sua cidade natal após a morte misteriosa de seu pai e encontra uma comunidade dominada por uma gangue implacável. Ele assume o posto de xerife e, com a ajuda de amigos, decide limpar a sujeira. A premissa é tão batida quanto um velho faroeste, e aí reside um dos seus encantos… e também um dos seus problemas.
Tripp Reed, na direção, tenta imprimir um ritmo frenético, com tiroteios e perseguições de carro que, apesar da evidente falta de orçamento, conseguem ser eficazes em criar uma atmosfera de tensão. É um filme que sabe o que é, e não tenta ser mais do que pode. Brian Strasmann, no roteiro, entrega um enredo linear, previsível, mas com alguns diálogos surpreendentemente espirituosos – o que eleva o nível do filme acima de um mero produto de ação genérico. A química entre Sorbo e o elenco de apoio, em especial A.J. Buckley e Yvette Nipar, funciona bem, dando uma pitada de humanidade à trama. A atuação de Sorbo, apesar de não ser o ápice de sua carreira, cumpre o que se espera de um astro de ação – carisma e força suficientes para carregar o filme nas costas. Bentley Mitchum e Marc Macaulay completam o elenco com personagens que, mesmo em papéis menores, contribuem para a construção do cenário e da ameaça.
A fotografia e a trilha sonora são, digamos, adequadas. Nada de extraordinário, mas elas cumprem a sua função. O grande trunfo do filme está justamente na sua simplicidade. Não se trata de uma obra-prima cinematográfica, nem pretende ser. É um filme B de ação, com todos os méritos e defeitos do gênero: algumas cenas de luta são mal coreografadas, os efeitos especiais gritam orçamento limitado, e o roteiro apresenta alguns clichês previsíveis.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretor | Tripp Reed |
Roteirista | Brian Strasmann |
Produtor | Andrew Stevens |
Elenco Principal | Kevin Sorbo, Yvette Nipar, A.J. Buckley, Bentley Mitchum, Marc Macaulay |
Gênero | Crime, Aventura, Ação |
Ano de Lançamento | 2007 |
Produtoras | Metro-Goldwyn-Mayer, Sony Pictures Home Entertainment |
Mas a ingenuidade, a falta de pretensão e até mesmo os erros de produção, acabam por criar um tipo de charme peculiar. É um filme que você assiste sem grandes expectativas, e acaba se divertindo com a aventura. A mensagem, apesar da aparente simplicidade, é coerente: a importância da justiça, o peso da responsabilidade e a força da comunidade.
O ponto fraco, sem dúvidas, é a previsibilidade. Você sabe exatamente para onde a história vai desde o primeiro ato. A ausência de profundidade nos personagens secundários também deixa a desejar, especialmente em relação ao motivo da opressão da quadrilha.
Concluindo, Com as Próprias Mãos 2: O Troco não é um filme para quem busca uma experiência cinematográfica profunda ou inovadora. Mas, se você procura um filme de ação leve, com um pouco de humor e um toque de nostalgia, vale a pena dar uma olhada – principalmente se você estiver familiarizado com o trabalho de Kevin Sorbo e busca um filme B bem-feito para uma tarde de domingo em uma plataforma de streaming. Ele não mudou o cinema, mas cumpre o que promete. Recomendo com ressalvas, claro. Mas, mesmo em 2025, ainda tem o seu lugar no coração dos amantes de filmes de ação sem compromisso.