Delta Force: Uma Ode aos Anos 80 (e a Chuck Norris)
Em 2025, assistindo a “Delta Force” (1986) é como mergulhar numa cápsula do tempo, um passeio nostálgico pelos anos 80, cheios de testosterona, patriotismo à flor da pele e explosões que desafiam qualquer lei da física. O filme acompanha o Major Scott McCoy (Chuck Norris, em estado puro de “rundhouse kick”), um veterano da Força Delta que, após um desentendimento burocrático, retorna à ação para resgatar os reféns de um sequestro de avião liderado pelo implacável Abdul Rifi (Robert Forster). A missão, que parece simples em princípio, transforma-se numa luta frenética contra terroristas em Beirute, numa demonstração de força bruta e músculos (de Norris, principalmente).
A direção de Menahem Golan, uma das figuras centrais da Cannon Group, é tão exuberante quanto o próprio filme. Golan não se preocupa em criar sutilezas ou nuances; a narrativa é direta, implacável, e um tanto previsível. A câmera acompanha Norris com uma devoção quase religiosa, registrando cada soco, cada chute, cada cena de ação com a mesma energia explosiva de uma granada. É uma estética típica da época, com uma montagem frenética e cortes abruptos que, apesar de hoje parecerem um tanto datados, contribuem para a atmosfera frenética do filme.
O roteiro, co-escrito pelo próprio Golan e James Bruner, é funcional, cumprindo seu objetivo de alimentar a máquina de ação. Não há grandes pretensões narrativas, nem diálogos memoráveis. O foco está na ação pura e simples, numa coreografia de violência que, embora muitas vezes exagerada, consegue ser bastante eficaz em sua simplicidade. A química entre Norris e Lee Marvin, no papel do Coronel Alexander, é interessante, criando uma dinâmica de respeito e camaradagem entre esses dois ícones de ação. Os personagens secundários, interpretados por um elenco que inclui nomes como Joey Bishop e Martin Balsam, são caricatos, mas cumprem seu papel com eficiência, servindo como suporte para o protagonismo inabalável de Norris.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Menahem Golan |
| Roteiristas | Menahem Golan, James Bruner |
| Produtores | Yoram Globus, Menahem Golan |
| Elenco Principal | Chuck Norris, Lee Marvin, Martin Balsam, Joey Bishop, Robert Forster |
| Gênero | Ação, Thriller, Aventura, Guerra |
| Ano de Lançamento | 1986 |
| Produtoras | The Cannon Group, Golan-Globus Productions |
Os pontos fortes de “Delta Force” são inegáveis: a energia pura, a ação desenfreada e a nostalgia que o filme desperta. A cena do resgate no avião é tensa, bem filmada e repleta de ação visceral. A coreografia de lutas, embora simples, é eficaz, e a performance física de Norris é, sem dúvida, um espetáculo à parte. Porém, o filme também apresenta algumas fraquezas. O roteiro é superficial, os personagens são unidimensionais, e a representação de árabes e muçulmanos é estereotipada e problemática, um reflexo infeliz do clima político da época. Os momentos de humor inseridos no filme, na tentativa de aliviar a tensão, muitas vezes soam forçados e deslocados.
A mensagem de “Delta Force” é clara: a defesa da liberdade e a justiça americana contra o terror. É uma mensagem simplória, talvez até maniqueísta, mas que funcionava muito bem no contexto de seu lançamento. O filme celebra o herói americano, o justiceiro solitário que, com suas habilidades excepcionais, consegue derrotar o mal. Este nacionalismo exacerbado, que pode soar desconfortável para espectadores modernos, era, no entanto, um elemento central do cinema de ação dos anos 80.
A recepção crítica de “Delta Force” em 1986 foi mista, com alguns elogiando a ação intensa e outros criticando o roteiro fraco e a representação estereotipada dos personagens. No entanto, o filme alcançou um sucesso comercial considerável, consolidando o status de Chuck Norris como um ícone do cinema de ação.
Em 2025, “Delta Force” não é um filme para quem busca profundidade narrativa ou complexidade de personagens. É, no entanto, uma excelente opção para quem aprecia filmes de ação da “velha guarda”, sem pretensões artísticas, mas com muita adrenalina e uma dose generosa de nostalgia. Se você está procurando uma experiência cinematográfica que te faça lembrar dos clássicos filmes de ação dos anos 80, com seus excessos e suas virtudes, então “Delta Force” é uma escolha perfeita. Recomendo-o com entusiasmo aos fãs do gênero e, claro, aos admiradores do inesquecível Chuck Norris. Afinal, quem nunca sonhou em dar um “roundhouse kick” em um terrorista?




