Chuck Norris, Colômbia e explosões: uma retrospectiva de Comando Delta 2 – Conexão Colômbia
Há algo profundamente nostálgico em revisitar filmes de ação dos anos 90. Aquele aroma peculiar de testosterona, efeitos especiais que hoje nos arrancam risadas, e uma certa ingenuidade na construção narrativa que, paradoxalmente, os torna tão cativantes. Comando Delta 2 – Conexão Colômbia, lançado originalmente em 1990 e que eu assisti pela enésima vez em 22/09/2025, se encaixa perfeitamente nessa descrição. A trama, em essência, é clássica: o Coronel Scott McCoy (um Chuck Norris em plena forma, diga-se de passagem) precisa resgatar agentes americanos sequestrados por Ramon Cotta (um memorável Billy Drago), um chefão do narcotráfico colombiano. Missão suicida? Talvez. Mas para McCoy, é apenas mais um dia no escritório.
A direção de Aaron Norris, irmão de Chuck, não é exatamente revolucionária. A câmera treme, as explosões são exageradas, e a edição, bem, vamos dizer que privilegia a ação bruta à sutileza narrativa. Mas isso, estranhamente, funciona. Não estamos aqui para uma obra-prima cinematográfica, estamos aqui para ver Chuck Norris distribuir socos e chutes com a mesma elegância e precisão de um cirurgião fazendo uma delicada operação – e ele o faz com maestria. O roteiro de Lee Reynolds é previsível, sim, mas eficiente. Ele entrega exatamente o que promete: ação pura e simples, com doses generosas de tiroteios e lutas marciais. Não há grandes reviravoltas ou complexidades psicológicas – afinal, somos brindados com um Chuck Norris, e qualquer complexidade narrativa só atrapalharia a entrega de pancadas.
As atuações, como era de se esperar, são mais “funcionalistas” que “performáticas”. Chuck Norris é Chuck Norris: implacável, carrancudo e absurdamente eficiente. Billy Drago, como o vilão, consegue ser ameaçador, mesmo com um roteiro que não lhe permite muita profundidade. Os coadjuvantes, por sua vez, cumprem seu papel sem grandes destaques. Em suma, todos estão no seu lugar, contribuindo para a atmosfera de ação ininterrupta que o filme proporciona.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Aaron Norris |
| Roteirista | Lee Reynolds |
| Produtores | Christopher Pearce, Yoram Globus |
| Elenco Principal | Chuck Norris, Billy Drago, John P. Ryan, Richard Jaeckel, Begonya Plaza |
| Gênero | Ação |
| Ano de Lançamento | 1990 |
| Produtoras | The Cannon Group, Globus-Pierce Productions, Metro-Goldwyn-Mayer |
O maior trunfo de “Comando Delta 2” é, inegavelmente, sua energia. É um filme que não se leva a sério, e essa autoconsciência, aliada à performance física impecável de Norris, o torna quase que uma obra cult. O público de 1990, ávido por ação hollywoodiana sem firulas, certamente se divertiu com as cenas de luta e as perseguições incessantes. Sua fragilidade reside justamente na previsibilidade e na ausência de profundidade dramática. A trama é esquemática, os personagens são arquétipos, e a mensagem subjacente – a luta contra o tráfico de drogas – é tratada de forma superficial.
Mas, e essa é a minha opinião controversa, é exatamente essa simplicidade que torna o filme tão viciante. Ele não se esforça para ser mais do que é: uma sessão de puro entretenimento de ação, sem pretensões artísticas. Não esperem metáforas profundas ou reflexões complexas sobre a sociedade; esperem, sim, um Chuck Norris chutando traseiros e salvando o mundo (ou pelo menos uma pequena porção da Colômbia). Se você procura um filme que exige muito do cérebro, este não é o seu lugar. Mas, se o seu desejo é uma dose generosa de ação, nostalgia e um Chuck Norris imparável, corra para as plataformas digitais e assista a Comando Delta 2 – Conexão Colômbia. Ele não envelheceu bem, mas envelheceu com dignidade – a dignidade de um filme de ação dos anos 90 que sabe exatamente o que é e entrega isso com estilo. Recomendo fortemente para os fãs do gênero, e para quem busca uma escapismo sem compromisso.




