Como Se Fosse a Primeira Vez (2019): Um Reencontro Azedo?
Sei que muitos vão me criticar por isso, mas a verdade é que eu esperava mais do remake mexicano de Como Se Fosse a Primeira Vez. Lançado em 2019, seis anos atrás, o filme prometia a mesma fórmula mágica da comédia romântica original, com a pitada de drama que só uma amnésia diária pode proporcionar. A premissa, como vocês sabem, gira em torno de Luci e Diego, um casal improvável cujo relacionamento é testado diariamente pela perda de memória de Luci. Diego, o persistente conquistador, precisa reconquistá-la a cada amanhecer. Simples assim, porém, o que poderia ser uma comédia leve e charmosa, se transforma, em alguns momentos, em algo um tanto… cansativo.
Direção, Roteiro e Atuações: Uma Mistura Desequilibrada
Mauricio T. Valle, responsável pela direção e pelo roteiro, optou por uma abordagem mais contida em comparação com a versão americana. Há momentos de humor genuíno, alguns até bastante criativos, mas a falta de uma energia mais frenética, que caracterizava o filme de 2004, deixa a narrativa um tanto arrastada. O roteiro, embora fiel à premissa, se perde em alguns subplots desnecessários, diluindo o foco na relação central. A trama se estende por mais tempo do que precisava, resultando em uma sensação de repetição e previsibilidade, principalmente no segundo ato.
As atuações, apesar de decentes, também não se destacam. Ximena Romo e Vadhir Derbez demonstram química, mas não conseguem transpor a tela com a mesma força e carisma de Drew Barrymore e Adam Sandler. Alejandro Camacho e Iliana Fox, no entanto, em seus respectivos papéis, entregam atuações sólidas, embora seus personagens sejam pouco explorados. A impressão geral é de que o elenco se esforça, mas luta contra um roteiro e direção que não os impulsionam.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Mauricio T. Valle |
| Roteirista | Mauricio T. Valle |
| Elenco Principal | Ximena Romo, Vadhir Derbez, Alejandro Camacho, Iliana Fox, Loraida Bobadilla |
| Gênero | Comédia |
| Ano de Lançamento | 2019 |
Pontos Fortes e Fracos: O Amor que Se Esvai
Entre os pontos positivos, destaco a trilha sonora, que consegue criar uma atmosfera romântica que funciona, apesar do ritmo morno do filme. A fotografia também é competente, com belos cenários mexicanos que colaboram para o clima da trama. Entretanto, esses elementos positivos são ofuscados pelas falhas em outros aspectos. O humor, embora presente, é irregular e, muitas vezes, cai no lugar-comum. A repetição diária da conquista de Luci torna-se exaustiva, tirando a graça da situação. A falta de desenvolvimento mais profundo dos personagens secundários também é um ponto fraco considerável.
Temas e Mensagens: Uma Reflexão Apagada
A versão mexicana aborda os mesmos temas da original: o amor incondicional, a perseverança e a importância de valorizar cada momento. No entanto, a mensagem acaba sendo diluída pela própria estrutura narrativa. A repetição da rotina impede que o filme explore a fundo as implicações da amnésia de Luci e o impacto disso na psique de Diego. Perdemos a profundidade emocional que o filme original conseguiu alcançar.
Conclusão: Um Reencontro que Não Vale a Pena?
Em resumo, Como Se Fosse a Primeira Vez (2019) é uma adaptação que, apesar de ter boas intenções e alguns acertos pontuais, não consegue igualar a magia do filme original. A direção e o roteiro pecam pela falta de energia e profundidade, deixando a narrativa arrastada e previsível. As atuações são competentes, mas não conseguem salvar o filme de sua própria inércia. Não recomendo o filme para quem já assistiu ao original, pois a experiência pode ser frustrante. Para aqueles que buscam uma comédia romântica leve e despretensiosa, talvez o filme ofereça um passatempo aceitável, mas sem grandes surpresas. A opção de assisti-lo em plataformas digitais, em 2025, pode até ser uma boa escolha em uma tarde chuvosa, mas só se você não tiver expectativas muito altas. O charme da original se perdeu nesse remake.
