Como Treinar o Seu Dragão 3: Um Adeus Dolorosamente Doce
Seis anos se passaram desde que vi pela última vez Soluço e Banguela voando pelos céus de Berk. Seis anos e muitas mudanças no cenário cinematográfico de animação. Mas ao revisitar “Como Treinar o Seu Dragão 3: O Mundo Escondido”, lançado em 17 de janeiro de 2019, uma coisa permanece inabalável: a magia da DreamWorks. Este terceiro filme não é apenas uma conclusão, é um ato de amor, uma despedida melancólica e, paradoxalmente, uma celebração vibrante da jornada épica iniciada em 2010.
O filme, resumidamente, narra a continuação da luta de Soluço por um mundo em harmonia entre vikings e dragões. A ameaça de um novo vilão, Grimmel, coloca em risco esse equilíbrio arduamente conquistado, forçando Soluço e seus amigos a embarcar numa aventura para encontrar um refúgio secreto para os dragões, um mundo escondido, como o título sugere. Mas, a trama vai muito além da aventura de ação que já conhecemos. O núcleo temático é a inevitável transição para a maturidade, o enfrentamento da perda e a aceitação do ciclo natural da vida.
Dean DeBlois, o diretor e roteirista que moldou essa trilogia com maestria, alcança aqui o ápice de sua obra. A direção é impecável, explorando a beleza visual dos cenários com uma delicadeza que me tocou profundamente. Os voos de Banguela são sempre deslumbrantes, mas aqui ganham uma poética nova, carregada de emoção. O roteiro, apesar de ter momentos previsíveis para quem acompanhou os filmes anteriores, se diferencia pela profundidade emocional. Não se trata de uma simples aventura; é um retrato complexo de laços, perdas e descobertas.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Dean DeBlois |
Roteirista | Dean DeBlois |
Produtores | Bonnie Arnold, Bradford Lewis |
Elenco Principal | Jay Baruchel, America Ferrera, F. Murray Abraham, Cate Blanchett, Gerard Butler |
Gênero | Animação, Família, Aventura |
Ano de Lançamento | 2019 |
Produtoras | DreamWorks Animation, Mad Hatter Entertainment |
As atuações de voz são, sem sombra de dúvidas, impecáveis. Jay Baruchel e America Ferrera entregam performances magistrais, capturando a maturidade e a melancolia dos personagens sem perder a essência que amamos. F. Murray Abraham, como o vilão Grimmel, é a personificação perfeita da ameaça implacável, mas com uma complexidade que o torna, surpreendentemente, memorável.
Um dos pontos fortes do filme é, sem dúvida, sua beleza visual. A animação é de tirar o fôlego, evoluindo a qualidade visual da franquia, com detalhes impressionantes e paisagens de tirar o fôlego. Entretanto, a trama, ao se aproximar do fim, talvez peca um pouco pela previsibilidade. Alguns arcos narrativos poderiam ter sido desenvolvidos de maneira mais surpreendente. A abordagem um tanto sentimental, embora comovente, pode não agradar a todos. Para quem busca uma aventura de ação frenética sem nuances emocionais, talvez “O Mundo Escondido” se apresente como algo mais lento do que o esperado.
O filme aborda temas cruciais como o crescimento, a superação da dor e a importância da conexão entre humanos e natureza. A mensagem de esperança, de preservação e de respeito pela vida, se insere de forma natural na narrativa sem jamais ser didática ou forçada. É essa elegância, essa harmonia entre o entretenimento e a reflexão, que faz de Como Treinar o Seu Dragão 3 uma experiência única no cinema de animação.
Embora alguns espectadores tenham apontado previsibilidade em alguns arcos, deixando-os com uma sensação de “já visto”, para mim, isso não diminui o valor da obra. A qualidade da animação, a profundidade emocional e a mensagem tocante superam os pontos fracos. Considero que este seja um filme que deve ser visto, revisado e relembrado por gerações. É um filme para ser apreciado não apenas pelas crianças, mas principalmente por aqueles que carregam a nostalgia dos dois filmes anteriores, sentindo a beleza de um encerramento que, embora triste, é incrivelmente bonito e genuíno.
Recomendo fortemente Como Treinar o Seu Dragão 3 a todos aqueles que apreciam filmes de animação com uma narrativa profunda, visualmente deslumbrante e emocionalmente rica. Este longa-metragem, que hoje em 2025, já faz parte da história da animação, permanece como uma obra-prima que merece ser celebrada e reverenciada em todas as plataformas de streaming.