Confinado

A Gaiola de Aço: Um Thriller que Prende e Sufoca

Saiu! Finalmente assisti a Confinado, e, apesar de algumas expectativas pré-lançamento me deixarem um tanto apreensivo, posso dizer que o longa-metragem superou, em alguns pontos, minhas expectativas. Lançado em 29 de maio de 2025 no Brasil, o filme dirigido por David Yarovesky entrega um thriller claustrofóbico e tenso, que te prende à cadeira do cinema – ou ao sofá, caso opte pelo streaming – do começo ao fim. A premissa é simples: um assalto que dá terrivelmente errado. Eddie, interpretado por um convincente Bill Skarsgård, invade o que acredita ser um alvo fácil, um SUV de luxo. Mas ele encontra algo muito pior do que esperava: William, um justiceiro implacável e interpretado magistralmente por Anthony Hopkins. A partir daí, o veículo se transforma em uma armadilha mortal, uma gaiola de aço sobre rodas.

A Direção e o Roteiro: Um Jogo de Gatos e Ratos

Yarovesky, conhecido por seu trabalho em filmes com uma estética visual forte, entrega aqui uma direção impecável. A claustrofobia do ambiente confinado é intensificada pela câmera, que se move com precisão cirúrgica, criando uma atmosfera sufocante e tensa. A edição contribui para isso, mantendo o ritmo acelerado e nos deixando sem fôlego. O roteiro de Michael Arlen Ross, embora linear, é inteligente na construção da tensão. Ele nos apresenta os personagens de forma gradual, revelando suas motivações e seus pontos fracos com parcimônia, criando uma dinâmica de gato e rato que funciona muito bem. A trama não se perde em subplots desnecessários, mantendo o foco na brutal relação entre Eddie e William.

Atuações Incrivelmente Fortes e um Castigo para o Público

Skarsgård e Hopkins são o coração do filme. Skarsgård consegue transmitir a fragilidade e a desespero de Eddie de forma convincente, nos fazendo sentir sua luta pela sobrevivência. Mas o verdadeiro destaque é Hopkins, que entrega uma atuação imponente e assustadora. Ele interpreta William com uma frieza calculada que te gela a espinha. A química entre os dois atores é palpável, elevando o filme a um outro nível. O restante do elenco também contribui, com Ashley Cartwright, Michael Eklund e Navid Charkhi dando corpo a personagens que, mesmo com pouco tempo em tela, acrescentam à complexidade da narrativa.

Pontos Fortes e Fracos: O Equilíbrio Delicado

Um dos pontos fortes indiscutíveis é a tensão constante. O filme te mantém em estado de alerta do início ao fim, sem momentos de respiro. A construção da atmosfera claustrofóbica é magistral. Por outro lado, alguns podem achar o filme um pouco previsível em certos momentos. A relação entre Eddie e sua filha, mencionada em trechos de críticas que li antes do lançamento, acaba sendo explorada de forma um pouco superficial, deixando a desejar para aqueles que esperavam uma exploração mais profunda do tema “pai e filha”. Essa falta de aprofundamento em uma dinâmica que parecia promissora, para mim, é o ponto fraco mais evidente do longa.

Temas e Mensagens: Uma Justiça Questionável

Confinado não é apenas um thriller de ação. Ele levanta questões sobre justiça, vingança e as consequências de nossas ações. William, apesar de suas intenções questionáveis, se apresenta como um símbolo de justiça fora da lei, um reflexo distorcido daquilo que a sociedade idealiza. É um anti-herói que nos força a questionar a natureza da justiça e se o fim justifica os meios. O filme nos deixa com essa dúvida incômoda, sem respostas fáceis.

Conclusão: Vale a Pena a Experiência?

Apesar do ponto fraco mencionado anteriormente, Confinado é um thriller sólido, eficiente e tenso, impulsionado por atuações excepcionais e uma direção precisa. A experiência cinematográfica como um todo é bastante recompensadora para aqueles que apreciam o gênero. Se você busca um filme que te prenda do começo ao fim, que te faça sentir a tensão na pele, então Confinado é uma excelente opção. Recomendo fortemente, especialmente aos fãs de thrillers psicológicos. O filme foi muito bem produzido, com a participação de nomes importantes como Sam Raimi, e essa qualidade se reflete na tela. Vale a pena assistir, desde que se esteja preparado para uma jornada claustrofóbica e emocionalmente tensa.