Conjuring the Cult: Um Exorcismo de Baixo Orçamento com Alma?
Lançado em 2024, Conjuring the Cult chegou às plataformas digitais prometendo sustos e reflexões sobre o poder da fé – ou da falta dela. O longa acompanha a família Bryson, composta por David, Michelle e sua filha Masha, que se muda para uma propriedade isolada e logo se vê às voltas com eventos inexplicáveis. A trama se desenrola entre o cotidiano familiar e o terror sobrenatural que os assombra, culminando em um confronto direto com forças obscuras. Sem revelar muito para não estragar a experiência, posso dizer que há momentos genuinamente perturbadores, mesmo com o orçamento limitado que salta aos olhos.
A direção de Calvin Morie McCarthy, que também assina o roteiro, revela uma ambição que, infelizmente, não encontra correspondência na execução. Há boas ideias na construção da atmosfera, especialmente nas cenas noturnas que utilizam a escuridão de forma eficaz para criar suspense. Porém, a falta de recursos se manifesta em efeitos especiais bastante amadores, que tiram a imersão em momentos cruciais. A trilha sonora tenta compensar, mas também sofre com o baixo orçamento, muitas vezes soando genérica e repetitiva.
No quesito atuação, Neil Green, Elissa Dowling e Chynna Rae Shurts demonstram um comprometimento notável, considerando as limitações da produção. Eles carregam nas costas o peso dramático da história e, em grande parte, conseguem entregar performances críveis, principalmente na construção da angústia da família. BJ Mezek, como Derek Graves, oferece um contraponto interessante, enquanto Jason Brooks, no papel do “Monstro do Culto”, se destaca pelo esforço de interpretar uma criatura física, mesmo com os recursos técnicos limitados.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Calvin Morie McCarthy |
| Roteirista | Calvin Morie McCarthy |
| Elenco Principal | Neil Green, Elissa Dowling, Chynna Rae Shurts, BJ Mezek, Jason Brooks |
| Gênero | Terror, Drama |
| Ano de Lançamento | 2024 |
| Produtora | 7th Street Productions |
Apesar das atuações razoáveis, a trama peca por um roteiro previsível e, em alguns momentos, superficial. A exploração dos temas, que incluem a fragilidade da fé e as consequências de se entregar ao medo e ao ódio, fica aquém do potencial. Há uma tentativa de profundidade, mas falta uma coesão narrativa mais robusta para tornar as mensagens mais impactantes. A fragilidade do roteiro acaba refletindo-se na experiência como um todo. A crítica que o rotula de “filme de baixo orçamento que parece um filme de baixo orçamento” é, infelizmente, bastante precisa.
Conjuring the Cult não é um filme ruim, exatamente. Ele é, antes de tudo, honesto em sua ambição. É evidente a paixão dos envolvidos, a tentativa de criar algo genuíno com recursos limitados. A 7th Street Productions, claramente, apostou em uma proposta ousada que, talvez, tenha superestimado suas capacidades técnicas. O filme possui alguns momentos de genuíno terror, e as performances do elenco principal sustentam o interesse do espectador até o final.
No entanto, se você procura por um filme de terror impecável, tecnicamente brilhante e com efeitos especiais de ponta, este não é o seu filme. Conjuring the Cult é uma experiência mais próxima de um cinema independente, cru, que busca a emoção em detrimento do acabamento impecável. A recomendação, portanto, é para quem aprecia filmes de terror mais autorais e tem paciência para superar algumas imperfeições técnicas em nome de uma narrativa com potencial, mesmo que não totalmente realizado. Se visto com essa perspectiva, Conjuring the Cult pode se mostrar uma experiência inesperadamente envolvente, mas a expectativa deve ser ajustada considerando suas limitações.




