Contos do Dia das Bruxas

Ah, o Dia das Bruxas. Para mim, não é apenas uma data no calendário, é uma sensação, um arrepio gostoso que começa a borbulhar já em outubro. E quando penso em um filme que encapsula toda a essência, a magia e, claro, a malícia dessa noite, meus pensamentos correm imediatamente para Contos do Dia das Bruxas – ou, como é mais conhecido globalmente, Trick ‘r Treat. É quase 20 de outubro de 2025, e a atmosfera está perfeita para revisitar essa joia que Michael Dougherty nos presenteou em 2007.

Por que escrever sobre um filme de quase vinte anos atrás, você pergunta? Porque algumas obras de arte transcendem o tempo, e esta é uma delas. Não é apenas um filme de terror, é uma carta de amor à própria ideia do Halloween. Eu, como um entusiasta incorrigível de antologias de horror e das lendas que cercam essa data, me pego voltando a ele anualmente. É como um ritual pessoal, o aquecimento perfeito para a noite das bruxas, um lembrete vívido de que nem todas as travessuras são inofensivas.

Michael Dougherty, que assina tanto a direção quanto o roteiro, tece uma tapeçaria de narrativas interligadas que se desenrolam na mesma noite de Halloween, numa pequena cidade. O que poderia ser uma coleção desconexa de histórias se torna uma orquestra de horrores e risadas macabras, com a mestria de um contador de histórias que entende o pulso do gênero. Não há uma estrutura linear óbvia, e é exatamente isso que a torna tão envolvente. Você se sente como se estivesse passeando por uma rua escura, ouvindo sussurros e vendo vislumbres de acontecimentos em casas diferentes, até que tudo se converge de uma forma deliciosamente perversa.

No centro de tudo, temos os “Contos”. Há o casal que quebra uma lanterna de abóbora antes da meia-noite, desencadeando a fúria do desconhecido. Conhecemos um grupo de garotas, lideradas pela Laurie de Anna Paquin, que pensam estar se divertindo na floresta, mas descobrem que nem sempre o que se veste de lobo é o verdadeiro predador. E o Steven, interpretado por um assustadoramente convincente Dylan Baker, que parece o pai de família ideal, mas esconde um terrível segredo enterrado no quintal, um mistério envolvendo um velho ônibus escolar e corpos que se recusam a descansar. Baker tem essa habilidade incrível de parecer tão inofensivo e, no instante seguinte, te fazer questionar a sanidade da própria humanidade. É uma performance que grita “serial killer” sem precisar dizer uma palavra.

AtributoDetalhe
DiretorMichael Dougherty
RoteiristaMichael Dougherty
ProdutorBryan Singer
Elenco PrincipalBrian Cox, Quinn Lord, Anna Paquin, Dylan Baker, Leslie Bibb
GêneroTerror, Comédia
Ano de Lançamento2007
ProdutorasLegendary Pictures, Bad Hat Harry Productions, Little Sam Films, Warner Bros. Pictures

E quem poderia esquecer o rabugento Mr. Kreeg, trazido à vida por um icônico Brian Cox? Seu embate com um visitante inesperado é um dos pontos altos do filme, provando que nem sempre a maior ameaça vem do mundo dos mortos. Cox entrega uma performance que é ao mesmo tempo repulsiva e estranhamente carismática, transformando o eremita solitário em um palco para uma soturna visita que ele jamais esquecerá.

Mas a verdadeira estrela, o elo que conecta todos esses fragmentos, é Sam. Pequeno, mascarado, com sua sacola de doces e um pirulito afiado, Sam é o espírito encarnado do Dia das Bruxas. Uma figura enigmática, interpretada por Quinn Lord, que serve como guardião das tradições. Ele não é apenas um “monstro” ou um “fenômeno paranormal”; ele é a consequência, o lembrete de que certas regras não devem ser quebradas, especialmente quando se trata dessa celebração tão antiga. A sua presença é sutil, mas pervasiva, uma espécie de boneco de saco de batata que é, de fato, o verdadeiro monarca do horror festivo.

O que torna Contos do Dia das Bruxas tão especial é sua capacidade de misturar o terror mais visceral com um humor negro afiado. Não é uma comédia pastelão, mas sim aquele tipo de risada nervosa que escapa quando você percebe a ironia ou a brutalidade inteligente de uma cena. Ele entrega sustos genuínos, daqueles que te fazem pular da cadeira, mas também consegue construir uma atmosfera de pavor lento e crescente. A cinematografia de Glen MacPherson banha a tela em tons de laranja e preto, com uma névoa etérea que parece sussurrar segredos antigos, enquanto a trilha sonora de Douglas Pipes embala cada susto e cada riso com a melodia perfeita para a estação.

Lançado em 2007 pela Warner Bros. Pictures, em conjunto com Legendary Pictures e Bad Hat Harry Productions (com Bryan Singer na produção), o filme teve um caminho um tanto turbulento até as telonas. No entanto, ele se solidificou como um clássico cult absoluto, um item essencial na maratona de “holiday horror” de qualquer fã. É uma antologia de terror que não subestima seu público, que entende a importância das lendas urbanas, dos cemitérios nas “woods”, e daquele arrepio que só o Dia das Bruxas pode proporcionar. Ele nos lembra que as “travessuras de Halloween” podem ser realmente mortais, e que as mais variadas criaturas, humanas ou não, estão à espreita quando a linha entre o nosso mundo e o outro se torna tênue.

É um filme que me faz querer me aconchegar com uma caneca de chocolate quente, as luzes apagadas, e deixar que a escuridão da noite de Halloween me envolva. Contos do Dia das Bruxas não é apenas um filme; é uma experiência, um mergulho nas profundezas de uma das celebrações mais fascinantes da humanidade.

E você, qual é a sua história favorita entre os Contos do Dia das Bruxas? Deixe seu monstro preferido nos comentários!

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