Cópias: De Volta à Vida – Um Drama Científico Que Nos Toca no Coração
Seis anos se passaram desde que assisti a Cópias: De Volta à Vida pela primeira vez, e ainda hoje o filme me acompanha. Não é uma obra-prima impecável, longe disso, mas sua capacidade de mexer com a fibra emocional do espectador, aliada a um dilema ético intrigante, o torna uma experiência memorável – e, para mim, inesquecível. A premissa é simples, quase clássica para a ficção científica: um neurocientista, William Foster (Keanu Reeves), sofre um acidente que mata sua esposa, Mona (Alice Eve), e seus dois filhos. Desesperado e consumido pela dor, ele se dedica a um projeto clandestino que promete trazer sua família de volta à vida, desafiando as fronteiras da ciência e da moralidade.
A direção de Jeffrey Nachmanoff não se destaca por inovações visuais impressionantes, mas é eficiente em construir uma atmosfera de suspense e desespero que acompanha a jornada obscura de Foster. O roteiro de Chad St. John, por sua vez, é o ponto mais discutível do filme. Há um certo maniqueísmo na construção dos personagens secundários, que funcionam mais como peças de um tabuleiro de xadrez do que como indivíduos complexos. O ritmo também oscila, com momentos de grande tensão seguidos por outros que se arrastam desnecessariamente.
No entanto, é o desempenho de Keanu Reeves que sustenta todo o peso emocional do longa. Ele interpreta William Foster com uma vulnerabilidade comovente, retratando a angústia do luto e a crescente obsessão de maneira convincente. Alice Eve, apesar do pouco tempo em tela, deixa sua marca como a amada esposa, e o restante do elenco cumpre o seu papel de forma competente, sem grandes destaques.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Jeffrey Nachmanoff |
Roteirista | Chad St. John |
Produtores | Keanu Reeves, Lorenzo di Bonaventura, Stephen Hamel, Luis A. Riefkohl, Mark Gao |
Elenco Principal | Keanu Reeves, Alice Eve, Thomas Middleditch, John Ortiz, Nyasha Hatendi |
Gênero | Ficção científica, Thriller, Drama |
Ano de Lançamento | 2018 |
Produtoras | di Bonaventura Pictures, Company Films, Ocean Park Entertainment, Riverstone Pictures, Fundamental Films, Lotus Entertainment, Remstar Productions |
A força do filme reside na exploração de temas complexos como o luto, a perda e a manipulação da vida. A premissa levanta questões éticas perturbadoras sobre a clonagem humana e a natureza da consciência: é possível replicar a essência de um ser humano? A réplica criada seria realmente a mesma pessoa? A jornada de Foster nos força a confrontar essas perguntas, mesmo que o próprio roteiro, como muitos críticos apontaram, não consiga aprofundar de forma totalmente satisfatória essas reflexões na sua conclusão. Aquele final, aliás, é um dos pontos fracos da obra, que apesar da tensão construída, frustra um pouco a expectativa criada.
Cópias: De Volta à Vida não é um filme perfeito. Apresenta falhas narrativas e uma resolução que pode deixar um sabor agridoce na boca. Mas, em 2018, ele se destacou como uma produção que ousou explorar um território moralmente ambíguo, numa exploração dramática e, em alguns momentos, tensa, da ciência e da fragilidade humana. A decisão de assistir a ele dependerá da sua tolerância a essas falhas. Se você busca um thriller científico de alta tensão e impecável, talvez não seja a melhor escolha. No entanto, se busca uma experiência envolvente que te faça refletir sobre a natureza da vida, da perda e do amor, Cópias: De Volta à Vida é uma escolha válida, ainda mais agora, em 2025, disponível em diversas plataformas digitais. Recomendo assistir, especialmente para apreciar a força interpretativa de Keanu Reeves.