Crepúsculo

Crepúsculo: Uma Ode ao Amor Impossível (ou uma Ode à Nostalgia?)

Dezesseis anos se passaram desde que a saga Crepúsculo invadiu nossas telas e nossas vidas, em 19 de dezembro de 2008. Em 19 de setembro de 2025, olhando para trás, é fácil cair na armadilha da nostalgia e ver apenas o fenômeno cultural que ele representou. Mas, para além da febre adolescente e dos memes inesquecíveis, existe um filme, dirigido por Catherine Hardwicke, que merece uma análise cuidadosa, ainda que distante.

A história, para quem, por milagre, ainda não conhece, acompanha Isabella Swan, uma jovem que se muda para uma cidade pequena no Estado de Washington e se apaixona por Edward Cullen, um rapaz misterioso e extraordinariamente belo. O romance floresce, mas logo Bella descobre a verdade: Edward é um vampiro. O que se segue é uma jornada de autodescoberta, paixão proibida e perigo iminente, uma mistura de romance adolescente e fantasia sobrenatural que, na época, conquistou – e dividiu – opiniões.

A direção de Catherine Hardwicke, embora muitas vezes criticada por sua estética um tanto “artsy” e por vezes excessivamente escura, tem um mérito inegável: ela estabelece o tom sombrio e romântico que permeia toda a saga. A fotografia, carregada de tons frios e nebulosos, reflete perfeitamente a atmosfera misteriosa e o clima de suspense que paira sobre Forks e o relacionamento de Bella e Edward. A trilha sonora, uma mistura de indie e rock alternativo, contribuiu para a construção dessa atmosfera, criando uma trilha sonora memorável que, até hoje, me transporta para aquela época.

AtributoDetalhe
DiretoraCatherine Hardwicke
RoteiristaMelissa Rosenberg
ProdutoresWyck Godfrey, Greg Mooradian, Mark Morgan
Elenco PrincipalKristen Stewart, Robert Pattinson, Billy Burke, Peter Facinelli, Ashley Greene
GêneroFantasia, Drama, Romance
Ano de Lançamento2008
ProdutorasSummit Entertainment, Temple Hill Entertainment, Maverick Films, Imprint Entertainment, Goldcrest, Aura Films

O roteiro de Melissa Rosenberg, baseado no romance de Stephenie Meyer, adapta a história para as telas com uma fidelidade razoável, apesar de algumas simplificações inevitáveis. A química entre Kristen Stewart e Robert Pattinson, protagonistas Bella e Edward, respectivamente, é inegável e, em grande parte, carrega o filme nas costas. Stewart, com sua interpretação contida e enigmática, transmite perfeitamente a complexidade de Bella. Já Pattinson, um tanto inexpressivo em algumas cenas, consegue criar um ar de mistério e perigo que se encaixa perfeitamente na persona de Edward. O resto do elenco cumpre seus papéis com competência, destacando-se Billy Burke como o pai de Bella e Peter Facinelli como o pai adotivo de Edward, Carlisle.

A grande força de Crepúsculo reside justamente na sua simplicidade e na sua capacidade de explorar temas universais, como o primeiro amor, a busca pela identidade e a superação dos medos. O filme também aborda, de forma leve, temas mais complexos como o medo do diferente e a aceitação. A relação entre Bella e Edward, porém, é o grande destaque: um amor apaixonado, mas também perigoso e, acima de tudo, impossível. Esse elemento de proibido, de risco, é o que realmente prende a atenção do espectador.

Por outro lado, a fragilidade do roteiro em momentos e os diálogos muitas vezes melodramáticos, que não envelheceram bem, são os pontos fracos mais evidentes. Certos aspectos previsíveis, a superficialidade de alguns personagens secundários e a direção, que em alguns momentos busca desesperadamente um tom poético que não se encaixa, contribuem para uma experiência que, analisada com olhos críticos de 2025, revela alguns defeitos.

No entanto, é difícil negar o impacto cultural de Crepúsculo. O filme, lançado em um momento específico da história do cinema e da cultura pop, conseguiu capturar a imaginação de uma geração inteira, e a sua relevância transcende as suas imperfeições cinematográficas. Crepúsculo talvez não seja um filme perfeito, mas é, sem dúvida, um marco cultural e um produto de seu tempo, um retrato interessante da paixão adolescente e da busca pelo amor – mesmo que seja um amor sobrenatural, um tanto trágico e indubitavelmente, impossível. Recomendo-o, portanto, não apenas aos fãs saudosos, mas também àqueles curiosos sobre um fenômeno que marcou época, lembrando que a experiência de visualização será profundamente afetada pela perspectiva do espectador e pela sua distância temporal em relação ao lançamento do filme.

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