Crô: O Filme

Crô: O Filme – Uma Ode à Excentricidade (ou uma Comédia Perdida no Tempo?)

Doze anos se passaram desde que Crô, o mordomo mais icônico da teledramaturgia brasileira, migrou das telas da Globo para a grande tela. Em 2013, Crô: O Filme chegou aos cinemas, prometendo uma comédia divertida e uma continuação à altura da trajetória do personagem. Mas, olhando para trás, a partir de 2025, a pergunta que me assombra é: será que o filme cumpriu a promessa? A resposta, como a vida mesma, é complexa.

A sinopse nos apresenta Crô, agora milionário após a morte de sua inesquecível patroa, Tereza Cristina. Cansado da vida fácil, ele parte em busca de uma nova “musa” a quem dedicar sua vida de mordomo, entrevistando diversas mulheres extravagantes e, no processo, descobrindo que a verdadeira musa pode ser alguém completamente inesperado. Essa premissa, em essência, já prenuncia a principal força e fraqueza do longa: sua singularidade.

A direção de Bruno Barreto, um nome respeitado no cinema nacional, é competente, mas sem grandes inovações. O filme flui de maneira previsível, apostando mais na força do personagem e do elenco do que em artifícios visuais ou narrativos ousados. O roteiro de Aguinaldo Silva, o criador de Crô, é fiel à essência do personagem: exagerado, divertido, às vezes até irritante. Ele mantém o tom da série, com diálogos rápidos, piadas escrachadas e um certo ar de “nonsense” que pode agradar ou não. Aí está o ponto crucial, pois o humor de Crô: O Filme é datado. O que funcionava bem na TV em 2013, em 2025, se mostra mais cansativo do que hilário.

AtributoDetalhe
DiretorBruno Barreto
RoteiristaAguinaldo Silva
ProdutoraPaula Barreto
Elenco PrincipalMarcelo Serrado, Carolina Ferraz, Alexandre Nero, Kátia Moraes, Carlos Machado
GêneroComédia
Ano de Lançamento2013

O elenco, no entanto, brilha. Marcelo Serrado, como Crô, entrega uma performance impecável, carregando o filme nas costas com sua energia contagiante e sua capacidade de transitar entre a comédia e o drama com precisão. Carolina Ferraz, Alexandre Nero e Kátia Moraes compõem um elenco de apoio sólido, cada qual com seu papel bem definido, sem roubar o protagonismo de Serrado. A química entre os atores é palpável, e isso contribui para que o filme, apesar de seus defeitos, seja assistível.

O filme explora o tema da busca pela identidade e pelo pertencimento, mas o faz de maneira superficial. A jornada de Crô em busca de uma nova musa funciona mais como um pretexto para uma série de situações cômicas do que uma exploração profunda da psicologia do personagem. A mensagem principal, se é que existe uma, é sobre a importância da amizade e do amor incondicional, mas ela se perde no meio de tantas gags que, em alguns momentos, se tornam repetitivas.

Enquanto pontos fortes, o filme destaca a performance magistral de Marcelo Serrado, o carisma inerente ao personagem de Crô e uma nostalgia induzida por uma certa estética televisiva dos anos 2010. Os pontos fracos são claros: o humor, que não envelheceu bem, o roteiro um tanto previsível e uma falta de profundidade temática.

Concluindo, Crô: O Filme é um produto de seu tempo. Ele funciona como um registro de um momento específico da cultura brasileira, mas como um filme para se assistir em 2025, ele deixa a desejar. Recomendo-o apenas aos fãs ávidos do personagem ou aos amantes de comédia brasileira dos anos 2010 que queiram uma dose de nostalgia – desde que preparados para enfrentar alguns momentos que certamente envelheceram mal. Para o público mais jovem, ou para aqueles que buscam um cinema mais sofisticado, talvez seja melhor procurar outras opções nas plataformas digitais. A experiência, no entanto, é interessante como um estudo de caso sobre a efemeridade do humor e a dificuldade de transportar um personagem de sucesso da TV para as telonas.

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