Dead of Winter

Dead of Winter: Um Gelo que Corta Mais que o Vento

Saiu! Finalmente, depois de meses de expectativa (ainda me lembro da primeira vez que ouvi falar do projeto em 2024!), Dead of Winter chegou às plataformas digitais em 22 de setembro de 2025. E posso dizer, com a mão no coração e um certo tremor de emoção ainda presente, que foi uma experiência visceral. Este thriller de ação, dirigido por Brian Kirk, não é apenas um filme; é uma imersão na escuridão glacial, uma jornada na qual a esperança é um fio delicado à beira do rompimento.

A trama, sem entrar em detalhes que possam estragar a surpresa (e acreditem, há muitas!), gira em torno de um grupo de estranhos cujas vidas se cruzam em um cenário brutalmente inóspito, o inverno implacável de um lugar desconhecido. Emma Thompson, impecável como sempre, lidera o elenco como Barb, uma personagem que carrega um peso de mistério que se desvenda aos poucos. Ao seu lado, Judy Greer, Marc Menchaca e Laurel Marsden, entre outros, constroem um conjunto de personagens complexos, cheios de nuances e segredos. O mistério que envolve as relações entre esses personagens é palpavelmente denso, construído com maestria.

A direção de Brian Kirk é, sem sombra de dúvidas, o ponto mais forte do filme. Ele consegue transmitir a claustrofobia e o isolamento da paisagem gelada com uma beleza quase poética. As cenas externas, filmadas com uma paleta de cores frias e vibrantes, são de uma beleza glacial, realçando a fragilidade humana frente à fúria da natureza. Cada plano é meticulosamente pensado, construindo uma atmosfera de suspense que te prende do início ao fim. A utilização de close-ups, focando em expressões quase imperceptíveis, intensifica ainda mais o clima de tensão.

O roteiro, assinado por Dalton Leeb e Nicholas Jacobson-Larson, tem momentos de pura genialidade. A construção da narrativa é lenta, gradual, mas nunca tediosa. A trama se revela lentamente, mantendo o espectador em constante expectativa, jogando com as nossas suposições e nos fazendo questionar as motivações de cada personagem. O diálogo, embora parco em alguns momentos, é incisivo e carregado de significado, reforçando a atmosfera de tensão.

As atuações são, de maneira geral, brilhantes. Emma Thompson entrega uma atuação poderosa, com uma sutileza impecável. Judy Greer, como a enigmática “Purple Lady”, rouba a cena com sua presença enigmática e intrigante. Marc Menchaca apresenta uma performance igualmente convincente, adicionando uma camada de humanidade a um personagem inicialmente misterioso.

Apesar de seus muitos acertos, Dead of Winter não é perfeito. Alguns elementos da trama podem parecer um pouco previsíveis para aqueles familiarizados com o gênero. Há também alguns momentos de ritmo mais lento que podem parecer arrastados para alguns espectadores.

O filme explora temas como sobrevivência, confiança e a fragilidade da condição humana diante da adversidade. É uma reflexão sobre a natureza humana em sua forma mais crua, onde a luta pela sobrevivência coloca em xeque os nossos valores morais e a nossa capacidade de compaixão. A metáfora da pesca, presente na própria sinopse através das palavras chave “fisherman” e “fisherwoman”, é um fio condutor que permeia todo o filme: a busca incansável pela sobrevivência, muitas vezes com métodos duvidosos, em um mar de incertezas.

Em resumo, Dead of Winter é um thriller de ação que prende a atenção do início ao fim. Apesar de algumas pequenas falhas, a beleza visual, a direção impecável, e as atuações excepcionais compensam amplamente. Recomendo fortemente este filme para aqueles que apreciam filmes tensos, com personagens complexos e um roteiro que te deixa pensando muito depois dos créditos finais. Para os fãs do gênero, este é um filme obrigatório. Preparem-se para um inverno que vai gelar vocês até os ossos.