Depois do Universo

Depois do Universo: Uma Sinfonia de Emoções, com Algumas Notas Falsas

Confesso, cheguei a Depois do Universo com certa reserva. Mais um filme brasileiro de romance dramático? Já vi tantos… Mas a sinopse, com sua promessa de música clássica e uma história centrada na luta contra o lúpus, me instigou o suficiente para dar uma chance. Três anos depois de seu lançamento em 27 de outubro de 2022, posso dizer que a experiência foi… complexa. Uma sinfonia de emoções, sim, mas com algumas notas falsamente tocadas.

O longa acompanha Nina, uma brilhante pianista que enfrenta os desafios devastadores do lúpus, e seu encontro com Gabriel, um médico que entra em sua vida e a transforma. Sem entrar em detalhes que possam estragar a experiência para quem ainda não assistiu, a trama explora a relação entre os dois personagens e como o amor, a perda e a luta contra a doença moldam seus destinos. A música clássica, aliás, serve como um contraponto perfeito à narrativa, ora doce e suave, ora dramática e intensa, refletindo a trajetória emocional de Nina.

A direção de Diego Freitas, em parceria com o roteiro assinado por ele mesmo e Ana Reber, apresenta uma estética cuidadosa. Há momentos de real beleza visual, principalmente nas cenas que exploram a música e a relação dos protagonistas. A fotografia, por exemplo, consegue capturar a delicadeza e a fragilidade de Nina, contrastando com a força de sua personalidade. Entretanto, em alguns momentos, a direção se mostra um tanto previsível, deixando escapar oportunidades de explorar a profundidade emocional dos personagens com mais originalidade.

Atributo Detalhe
Diretor Diego Freitas
Roteiristas Diego Freitas, Ana Reber
Produtores André Carreira, Luciano Reck
Elenco Principal Henry Zaga, Giulia Be, João Miguel, Othon Bastos, Leo Bahia
Gênero Romance, Drama, Música
Ano de Lançamento 2022
Produtora Camisa Listrada

As atuações são, em sua maioria, convincentes. Giulia Be, como Nina, entrega uma performance visceral, transmitindo com maestria a luta interna de sua personagem contra a doença e a busca pela superação. Henry Zaga, como Gabriel, cumpre bem seu papel, embora seu personagem às vezes soe um pouco estereotipado. O elenco de apoio, com destaque para João Miguel e Othon Bastos, contribui para enriquecer a narrativa, mesmo que alguns personagens pareçam pouco desenvolvidos.

Um dos pontos fortes do filme é, sem dúvida, a trilha sonora. A música clássica não é apenas um pano de fundo, mas um elemento narrativo fundamental, intensificando as emoções e elevando a experiência do espectador. Entretanto, é justamente nesse ponto que reside um dos seus pontos fracos. Apesar da belíssima execução musical, a integração da música com a narrativa, por vezes, soa artificial, como se tentasse preencher lacunas emocionais que o roteiro não conseguiu construir adequadamente.

Depois do Universo toca em temas importantes como a doença, a perda, o amor e a superação, mas não aprofunda todos eles com a mesma intensidade. A representação do lúpus, embora sensível, em alguns momentos soa superficial, privilegiando o drama romântico em detrimento de uma exploração mais completa da experiência da doença. A mensagem central de esperança e resiliência, embora bem-intencionada, fica diluída em um roteiro que, em certos momentos, se perde em clichês.

No geral, Depois do Universo é uma produção que vale a pena ser assistida, principalmente por aqueles que apreciam dramas românticos com pitadas de música clássica. A performance de Giulia Be é memorável, e a trilha sonora é impecável. No entanto, o filme não se destaca pela originalidade, pecando em algumas escolhas narrativas e no desenvolvimento de personagens secundários. Se você está procurando um filme leve e emocionante, Depois do Universo pode te agradar. Mas se busca uma obra cinematográfica profunda e inovadora, provavelmente vai se deparar com algumas decepções. Recomendaria sua exibição nas plataformas digitais, principalmente para os amantes de dramas românticos brasileiros, apesar de sua natureza previsível. Esperava mais da Camisa Listrada, produtora de filmes com um histórico mais consistente. Ainda assim, uma experiência que deixa algumas reflexões. Três estrelas de cinco.

Trailer

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