Um Natal em Hudson: Doce, previsível, e deliciosamente viciante
Confesso: sou um crítico de cinema com uma fraqueza por filmes natalinos. Aquele conforto familiar, a promessa de um final feliz, a avalanche de cores quentes na tela… me conquistam fácil. Então, quando me deparei com Desejo de Natal em Hudson, lançado em 2021, minha curiosidade – e meu desejo por um pouco de açúcar cinematográfico – foram imediatamente aguçados. Quatro anos se passaram desde o seu lançamento, e, honestamente, ainda sinto o gostinho delicioso (e um pouco enjoativo, admito) desse filme na boca.
A sinopse é a clássica receita do gênero: Lori, interpretada com uma doçura contida por Alex Rinehart, está cansada de seu trabalho e decide abandonar tudo para ir a Hudson, Wisconsin, conhecer Patrick, um bombeiro viúvo e participante de um reality show de culinária (interpretado por um Rib Hillis com um charme que beira o caricato, mas funciona). A viagem é motivada por uma necessidade de mudança, uma fuga da rotina, e claro, um toque de romance – aquele que promete aquecer mais do que a lareira crepitante que certamente aparece em algum momento do filme.
A direção de Elizabeth Snoderly é competente, sem grandes inovações, mas eficiente em criar a atmosfera acolhedora e festiva que se espera. A fotografia, repleta de tons quentes e aconchegantes, contribui significativamente para isso. O roteiro de Lisa Hepner, no entanto, é onde o filme vacila um pouco. A trama é previsível, seguindo os clichês do gênero com uma fidelidade quase religiosa. Não há grandes surpresas, e quem já assistiu a uma dúzia de filmes de Natal provavelmente conseguirá adivinhar o arco narrativo principal com facilidade.
Mas aqui está o ponto crucial: embora previsível, o filme é eficaz em seu propósito. A atuação de Rinehart, em particular, carrega uma simpatia genuína que transcende a simplicidade do roteiro. O elenco de apoio, com Lexi Giovagnoli, Megan Corse e Lauren Schuster, também cumpre seu papel, adicionando nuances e humor às cenas. A dinâmica entre Lori e Patrick é o cerne da narrativa, e, apesar da falta de originalidade na construção dos personagens, a química entre os atores funciona, dando ao público a dose de romance agridoce que procura.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretora | Elizabeth Snoderly |
| Roteirista | Lisa Hepner |
| Produtor | Paul Winkels |
| Elenco Principal | Alex Rinehart, Rib Hillis, Lexi Giovagnoli, Megan Corse, Lauren Schuster |
| Gênero | Cinema TV, Comédia, Romance |
| Ano de Lançamento | 2021 |
| Produtoras | Sappy Films, Nicely Entertainment |
Os pontos fortes residem na atmosfera e na performance do elenco principal. A ambientação natalina é impecável, transmitindo aquela sensação de calor e aconchego tão essencial para o gênero. Por outro lado, a previsibilidade da trama e a ausência de originalidade são seus maiores pontos fracos. O filme não se esforça para reinventar a roda, e isso pode ser tanto um trunfo quanto uma falha, dependendo da perspectiva do espectador.
Desejo de Natal em Hudson não busca ser um filme inovador. Sua mensagem é simples, mas eficaz: a importância da família, a busca por um novo começo, e o poder transformador do amor e da conexão humana. É um filme para ser apreciado em um domingo à tarde chuvoso, com um chocolate quente na mão e um cobertor aconchegante. Não espere grandes revelações ou momentos memoráveis, mas espere ser embalado por uma onda de nostalgia e afeto.
No fim das contas, a recepção do público, quatro anos depois de seu lançamento em plataformas digitais, parece ter sido favorável, em sua maioria. Apesar de não ter conquistado a crítica especializada com suas inovações cinematográficas, Desejo de Natal em Hudson cumpre a sua promessa de entretenimento leve e divertido. Recomendo para aqueles que apreciam filmes natalinos clássicos, sem pretensões de originalidade, mas com um charme inegável. É um filme que sabe exatamente o que é, e o abraça completamente. E, sinceramente, eu aprecio isso.




