Deus da Guerra: Uma Ode à Ação, Um Suspiro à Profundidade
Oito anos se passaram desde que Deus da Guerra aportou nas telas, e ainda me pego pensando nesse filme de ação histórico. Lançado em 2017, a produção, dirigida por Chen Karson, prometia um banquete de espadas e explosões ambientado no século XVI, com piratas japoneses assolando as costas chinesas. A promessa foi cumprida, em parte. Mas, como todo bom banquete, alguns pratos são memoráveis, outros deixam a desejar.
A sinopse, sem spoilers, resume a trama: um conflito brutal entre os piratas japoneses e o exército chinês, protagonizado por um carismático general e o experiente comandante Yu. A luta pelo controle dos mares e a defesa das cidades costeiras formam o palco para um espetáculo visual impressionante, repleto de combates ferozes e estratégias militares. A trama, contudo, se desenvolve de forma quase linear, sem muitos desvios narrativos. É uma jornada de ação direta, sem grandes reviravoltas surpreendentes para o público acostumado a narrativas mais complexas.
A direção de Chen Karson se destaca nos momentos de ação. As cenas de luta, coreografadas com maestria, são a grande força do filme. A energia frenética dos combates, a precisão dos movimentos e o realismo (dentro do limite de um filme de ação, claro) são de tirar o fôlego. A escolha de Sammo Hung para o papel de Comandante Yu foi um acerto. Sua experiência em artes marciais transparece na tela, adicionando uma camada de credibilidade à violência visceral dos combates. Vincent Zhao, no papel do General Qi, também entrega uma performance sólida, mas em um papel menos complexo que o de Hung.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | 陳嘉上 |
Roteiristas | Maria Wong Si-Man, 谭广源 |
Produtores | 陳嘉上, 鄭振邦 |
Elenco Principal | 赵文卓, 洪金寶, 万茜, 倉田保昭, 吴樾 |
Gênero | Ação, História |
Ano de Lançamento | 2017 |
Produtoras | Media Asia Films, Sun Entertainment Culture, Bona Film Group, Huaxia Film Distribution |
O roteiro, assinado por Maria Wong Si-Man e Tan Guangyuan, peca em profundidade. Apesar das ótimas sequências de ação, a narrativa carece de nuances psicológicas nos personagens. Eles são, em sua maioria, arquétipos: o bravo general, o comandante experiente, a esposa dedicada. Falta uma exploração mais profunda dos conflitos internos, das motivações dos personagens para além da simples defesa da nação. A história se contenta em narrar eventos, sem mergulhar na complexidade da situação histórica em si. Aqui reside uma oportunidade perdida: o cenário histórico é riquíssimo, mas subutilizado em favor de cenas de ação.
Os pontos fortes de Deus da Guerra residem, inegavelmente, na sua coreografia de luta e na estética visual. A fotografia capta a beleza e a brutalidade da época com competência, e a trilha sonora intensifica a tensão em cada combate. Mas os pontos fracos se encontram em uma trama previsível e personagens pouco explorados. A história se concentra na ação desenfreada, em detrimento do desenvolvimento de personagens e uma investigação mais aprofundada do conflito histórico.
Apesar de suas falhas, Deus da Guerra entrega exatamente o que promete: ação bruta, visualmente impactante. O filme tem seu lugar na história do cinema de ação asiático, mas não se destina a quem procura uma narrativa complexa ou personagens multifacetados. É uma obra para aqueles que apreciam a estética clássica de filmes de artes marciais, com combates épicos e visuais de tirar o fôlego. O filme se sustenta pelo talento de seus atores e o vigor de suas cenas de luta. Se você é fã de ação pura e simples, vale a pena dar uma olhada, disponível em diversas plataformas digitais em 2025. Mas não espere mais que isso. Não é uma obra-prima cinematográfica, mas uma experiência de entretenimento válida para uma noite de pura adrenalina.