Diablo: A Última Corrida

Ah, o cinema, né? Tem dias que a gente só quer uma boa dose de adrenalina, uma história que acelere o coração e, quem sabe, nos faça pensar um pouquinho sobre o que faríamos por aqueles que amamos. Foi exatamente com essa expectativa, e uma pitada de curiosidade pelo cinema polonês, que me joguei em Diablo: A Última Corrida. Lançado lá em 2019, o filme parece ter passado meio despercebido por aqui, mas, vejam bem, carrega uma energia que pulsa forte e merece um olhar mais atento, especialmente se você, como eu, aprecia um bom drama de ação com um coração batendo por trás da borracha queimada.

Desde os primeiros minutos, é impossível não sentir o peso do mundo nos ombros de Kuba Król, interpretado com uma intensidade crua por Tomasz Włosok. As mãos de Kuba, sujas de graxa, tremem não só pelo motor quente, mas pela pilha de contas médicas que não para de crescer, um lembrete constante da irmã gravemente doente. Esse é o combustível, o porquê inegociável que o empurra para as sombras das corridas ilegais de carro. Não é por glória, não é por uma diversão vazia; é pura e simples desesperança, a necessidade visceral de grana para manter a família de pé. E a gente, do lado de cá da tela, sente essa urgência, essa falta de escolha que o corrói.

E é nesse cenário de neon e asfalto molhado, onde o cheiro de borracha queimada se mistura ao suor do medo e à promessa de perigo, que ele busca uma saída. As corridas ilegais não são apenas sobre velocidade; são um palco para a vaidade, a brutalidade e, claro, a grana fácil – ou nem tão fácil assim. Os diretores Michał Otłowski e Daniel Markowicz, que também assinam o roteiro, não se contentam em apenas filmar carros voando. Há uma preocupação em nos fazer sentir a claustrofobia dentro da cabine, o vento no rosto e o silêncio tenso antes de cada largada. É como um cassino sob rodas, onde a aposta é a própria vida, e cada derrapagem pode significar a diferença entre a salvação e a ruína. A montagem é afiada, pulando entre a ação frenética e momentos de respiro, onde a vulnerabilidade dos personagens respira, onde a gente consegue ouvir a pulsação de cada um.

Mas nem tudo é só tensão e motor roncando. No meio desse turbilhão, surge Ewa, uma figura interpretada com carisma por Karolina Szymczak. Tão apaixonada por carros quanto ele, mas com uma dose extra de um certo idealismo, ou talvez, um pragmatismo mais suave que tenta equilibrar a balança. A química entre Tomasz Włosok e Karolina Szymczak é palpável, sabe? Não é só um romance jogado ali para cumprir tabela; é a centelha de esperança que ambos encontram um no outro, uma promessa de que talvez, só talvez, eles possam frear a espiral descendente e construir algo que vá além das pistas ilegais. É o tipo de conexão que nos lembra que, mesmo nos lugares mais sombrios, a busca por um futuro melhor e um laço afetivo pode ser o motor mais potente de todos.

AtributoDetalhe
DiretoresMichał Otłowski, Daniel Markowicz
RoteiristasDaniel Markowicz, Michał Otłowski
ProdutorDaniel Markowicz
Elenco PrincipalTomasz Włosok, Karolina Szymczak, Cezary Pazura, Mikołaj Roznerski, Rafał Mohr
GêneroAção, Crime
Ano de Lançamento2019
ProdutoraLightcraft

Claro, a estrada de Kuba está cheia de obstáculos, muitos deles na forma de personagens que povoam esse submundo. Cezary Pazura, com seu Jarosz, é a face da corrupção institucionalizada, aquele poder que se esconde nas sombras e puxa as cordas, lembrando a gente que nem sempre os vilões são os que mais gritam. Já Mikołaj Roznerski, como ‘Kieł’, e Rafał Mohr, como Max, são os desafios mais imediatos, a personificação da rivalidade visceral que permeia as ruas, cada um com seus próprios demônios e motivações. Eles adicionam camadas importantes ao filme, mostrando que a complexidade humana raramente se encaixa em caixas de “bom” ou “mau”.

O filme não glamoriza o crime, tá? Ele mostra as consequências, o preço que se paga por cada atalho, por cada vitória duvidosa. Kuba não é um herói imaculado; é um cara desesperado, fazendo escolhas difíceis, e é exatamente aí que “Diablo” ganha sua profundidade – na linha tênue entre a moralidade e a sobrevivência, entre o certo e o necessário. A produtora Lightcraft, sob a batuta do produtor Daniel Markowicz, conseguiu criar um universo visualmente impactante, que nos imerge na atmosfera noturna e perigosa das ruas, mas que não se esquece de ancorar a história em uma emoção genuína.

Ao final, Diablo: A Última Corrida me deixou com uma sensação agridoce. É um lembrete potente de que, às vezes, a corrida mais importante não é a que se ganha na pista, mas a que se trava contra as adversidades da vida, buscando um futuro que pareça, pelo menos, um pouco mais leve. É um filme que, apesar do verniz de ação, fala sobre resiliência, sacrifício e a força do amor, seja ele fraterno ou romântico. E isso, meu caro leitor, é o que faz um filme valer a pena, né? Não apenas a explosão na tela, mas a ressonância no coração.

Trailer

Oferta Especial Amazon Prime

Assine o Amazon Prime e assista a Diablo: A Última Corrida no Prime Video.

Você ainda ganha frete GRÁTIS em milhares de produtos, milhões de músicas com o Amazon Music e muito mais. *Benefícios sujeitos aos termos do Amazon Prime.

Assinar Amazon Prime