Dog 51

Ah, o cinema! Essa caixa de surpresas que, de vez em quando, nos pega de jeito, nos sacode e nos deixa pensando dias a fio. É exatamente essa a sensação que tive depois de mergulhar de cabeça em Dog 51, o mais recente furacão cinematográfico de Cédric Jimenez, que estreou este ano e já está dando o que falar. Veja bem, não é todo dia que a gente se depara com uma obra que consegue tecer uma tapeçaria tão densa e, ao mesmo tempo, tão pulsante com gêneros que, nas mãos erradas, poderiam facilmente desandar.

Mas Jimenez não é qualquer diretor, né? Quem já conhece o trabalho dele sabe que o homem tem uma queda por narrativas viscerais, por essa estética de sujeira e tensão que permeia cada quadro. Em Dog 51, ele eleva a barra, misturando o ritmo frenético de um thriller de ação com a mente perturbadora do crime e a imaginação ilimitada da ficção científica. E o que emerge dessa fusão? Um universo que, embora nos pareça familiar em sua podridão humana, carrega as sementes de um futuro próximo onde as linhas morais já não são nem cinzas, mas um borrão indefinível.

Sabe aquela sensação de estar preso numa teia, onde cada movimento pode ser o último? Dog 51 te envolve assim. A gente mal tem tempo de respirar entre uma perseguição de tirar o fôlego e um confronto psicológico que te faz apertar os olhos na cadeira. As câmeras de Jimenez são como olhos famintos, seguindo Zem Brecht, interpretado com uma intensidade brutal por Gilles Lellouche, através de becos úmidos e arranha-céus futuristas. Lellouche, com aquele olhar que carrega o peso do mundo e um certo desespero contido, encarna o tipo de personagem que a gente torce, mesmo sem saber se ele merece. É como ver um predador encurralado, reagindo a cada sombra, a cada ruído.

E não posso deixar de mencionar a força de Adèle Exarchopoulos como Salia Malberg. Se Lellouche é a fúria contida, Adèle é o fio desencapado de eletricidade. Ela tem essa capacidade rara de transmitir uma vulneratibilidade cortante sem nunca parecer fraca, sabe? Seus olhos, mesmo em meio à frieza da ficção científica, brilham com uma humanidade tão crua que a gente sente a dor, a raiva, a esperança dela como se fossem nossas. É o tipo de atuação que te faz esquecer que você está vendo uma atriz. Você está vendo Salia, e pronto.

AtributoDetalhe
DiretorCédric Jimenez
RoteiristasCédric Jimenez, Olivier Demangel
ProdutorHugo Sélignac
Elenco PrincipalGilles Lellouche, Adèle Exarchopoulos, Louis Garrel, Romain Duris, Valeria Bruni Tedeschi
GêneroThriller, Ficção científica, Crime, Ação
Ano de Lançamento2025
ProdutorasChi-Fou-Mi Productions, Artémis Productions, StudioCanal, France 2 Cinéma, Shelter Prod

O filme ainda nos presenteia com a presença enigmática de Louis Garrel, que, como Jon Mafram, traz aquele ar de ambiguidade que ele domina tão bem. Ele paira sobre as cenas como uma sombra bem-vestida, com um sorriso sutil que pode significar tanto benevolência quanto um perigo iminente. E o Romain Duris? Em Dog 51, ele mostra uma faceta de Théo Rimarval que é ao mesmo tempo carismática e perturbadoramente imprevisível. É um jogo de gato e rato onde não se sabe quem é o gato e quem é o rato, e Duris joga com essa incerteza de forma brilhante. Valeria Bruni Tedeschi, como Irina Mitrovna, completa o elenco principal com uma frieza calculista, personificando o poder quase intocável que muitas vezes manipula as peças desse xadrez distópico.

A beleza de Dog 51 reside na forma como ele nos força a confrontar questões difíceis sobre identidade, liberdade e o que significa ser humano num mundo que parece cada vez mais desumano. Não espere respostas fáceis, porque o filme não as dá. Em vez disso, ele joga perguntas na sua cara e te desafia a buscar suas próprias conclusões. É como um soco no estômago, mas um soco que você de alguma forma agradece, porque te acorda para a complexidade da vida, mesmo que seja a vida em uma tela grande, projetada em um futuro que esperamos nunca chegar.

Jimenez e Olivier Demangel, no roteiro, construíram uma trama que, mesmo sem uma sinopse explícita, exala perigo e intriga a cada reviravolta. A produção, liderada por Hugo Sélignac e as casas Chi-Fou-Mi Productions, Artémis Productions, StudioCanal, France 2 Cinéma e Shelter Prod, é impecável, entregando um visual que é ao mesmo tempo realista e futurista, com sequências de ação que te deixam sem fôlego.

No fim das contas, Dog 51 é mais do que um filme; é uma experiência. Uma jornada intensa por um futuro que, de tão plausível, se torna assustador. É o tipo de cinema que me faz amar cinema, que me lembra do poder da sétima arte de nos fazer sentir, questionar e, por umas duas horas, esquecer onde estamos.

E você, que tipo de futuro você espera ver explorado no cinema? O que te prende mais: a ação desenfreada ou as reflexões profundas de um bom sci-fi? Conta pra mim nos comentários!

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