Dois é Bom, Três é Demais

Dois é Bom, Três é Demais: Uma Comédia que Envelheceu Bem (ou Não?)

Confesso: quando vi a notícia de que Dois é Bom, Três é Demais completaria 19 anos em 2025, senti um choque de nostalgia. Lembro-me de ter assistido a essa comédia romântica na época do seu lançamento, em 15 de setembro de 2006, e ter encontrado nela uma fórmula bem-sucedida, apesar de previsível. Revisitando-a agora, quase duas décadas depois, as minhas impressões se tornaram um pouco mais… complexas.

A premissa é simples: Carl, um recém-casado, convida seu melhor amigo, o folgado e desempregado Dupree (um brilhante Owen Wilson), para ficar em sua casa temporariamente. O que deveria ser uma estadia curta se transforma em um pesadelo para Carl e sua esposa, Molly (a sempre encantadora Kate Hudson). A dinâmica entre os três forma o coração da narrativa, um triângulo de amizade e frustração que se desenvolve em meio a uma série de equívocos e situações cômicas. O filme se apoia em gags físicas e diálogos rápidos, típicos das comédias americanas da época.

A direção dos irmãos Russo (antes de dominarem o universo Marvel), ainda em seu período pré-super-heróis, é competente, sem brilhar. A câmera acompanha a ação sem grandes artifícios, deixando a energia do filme recair sobre o roteiro e o elenco. E falando em elenco, temos um time de peso: Owen Wilson, irresistível como o carismático (e problemático) Dupree, contrasta perfeitamente com o mais contido Matt Dillon como Carl. Kate Hudson, por sua vez, consegue transmitir a frustração e o amor com naturalidade, enquanto Michael Douglas adiciona um toque de humor ácido como o sogro controlador. A presença de Seth Rogen, embora em um papel menor, já demonstrava seu talento inegável para a comédia.

Atributo Detalhe
Diretores Anthony Russo, Joe Russo
Roteirista Michael LeSieur
Produtores Owen Wilson, Scott Stuber, Mary Parent
Elenco Principal Owen Wilson, Kate Hudson, Matt Dillon, Michael Douglas, Seth Rogen
Gênero Comédia, Romance
Ano de Lançamento 2006
Produtoras MMCB Film Produktion 2004, Universal Pictures, Kaplan/Perrone Entertainment

O roteiro de Michael LeSieur, apesar de eficaz na construção de situações divertidas, se torna um pouco repetitivo. A fórmula “caos gerado por Dupree, seguido por uma tentativa de resolução, culminando em mais caos” se repete ao longo da trama. Apesar de funcionar por um tempo, a repetição acaba cansando, e o filme não se arrisca a explorar temas mais profundos com a profundidade que merecia. A mensagem, de que as amizades são importantes, mas os limites precisam ser respeitados, é óbvia demais.

Um ponto forte reside no carisma inegável do elenco. Wilson é a força motriz do longa, conseguindo ser ao mesmo tempo irritante e adorável. A química entre os três protagonistas funciona, levando o público a investir no desfecho, mesmo prevendo o caminho. No entanto, a falta de uma originalidade maior e a previsibilidade da narrativa são seus maiores fracos. O filme se contenta em seguir uma fórmula já batida, sem grandes riscos ou inovações.

Em retrospectiva, Dois é Bom, Três é Demais é uma comédia divertida que funciona como um entretenimento leve e despretensioso. No entanto, não se compara à elegância e à complexidade de outras comédias românticas da época. A sua simplicidade e falta de originalidade podem desapontar quem espera algo mais substancial. Recomendaria a sua exibição somente a quem busca uma distração fácil e descompromissada em uma tarde chuvosa, especialmente aqueles que já apreciam o charme único e as peculiaridades de Owen Wilson. Apesar de não ter envelhecido como um vinho refinado, Dois é Bom, Três é Demais continua a ser uma taça de vinho leve e palatável, ideal para uma ocasião informal. A presença de uma cena pós-créditos também adiciona um toque divertido e inesperada.

Trailer

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