Downton Abbey II: Uma Nova Era

Downton Abbey II: Uma Nova Era – Um Regresso Confortável, Mas Não Sem Suas Falhas

Confesso: sou um apaixonado por Downton Abbey. A série, para mim, representava um escape delicioso para a elegância e os dramas de uma era passada, uma espécie de doce melancolia em forma de narrativa. Três anos se passaram desde que vi Downton Abbey II: Uma Nova Era nos cinemas, em abril de 2022, e a memória ainda permanece vívida. Hoje, olhando em retrospectiva, posso dizer que o filme, embora não tenha revolucionado o gênero ou o universo da família Crawley, ofereceu um retorno agradável, ainda que não isento de algumas arestas.

O longa-metragem, como se sabe, acompanha os Crawley em duas jornadas paralelas. Uma delas se concentra na emocionante viagem da Condessa Viúva e de outros membros da família para uma suntuosa villa no sul da França, um mistério envolvendo uma herança inesperada que promete desvendar segredos do passado. A outra trama acompanha a chegada de uma equipe de cinema a Downton Abbey, em busca de locações para um novo filme – uma situação que, sem spoilers, gera seu próprio conjunto de complicações e encantos.

A direção de Simon Curtis é competente, mantendo o tom e o estilo visual que tornou Downton Abbey tão singular. A fotografia impecável realça a beleza das locações, tanto na Inglaterra rural quanto no vibrante cenário francês. A trilha sonora, suave e discreta, acompanha os acontecimentos com elegância, sem jamais sobressair à narrativa. Mas, sinceramente, esperava um pouco mais de ousadia visual, uma tentativa de imprimir uma identidade cinematográfica ainda mais forte a essa continuação que, em alguns momentos, se assemelha muito a um episódio esticado da série original.

Atributo Detalhe
Diretor Simon Curtis
Roteirista Julian Fellowes
Produtores Julian Fellowes, Gareth Neame, Liz Trubridge
Elenco Principal Hugh Bonneville, Maggie Smith, Jim Carter, Michelle Dockery, Elizabeth McGovern
Gênero Drama, Romance
Ano de Lançamento 2022
Produtoras Carnival Films, Focus Features

O roteiro de Julian Fellowes, embora fiel ao espírito da série, sofre um pouco de estagnação. Se a trama na França possui um certo mistério envolvente, a narrativa na própria Downton Abbey se desenvolve de forma mais previsível, confortável demais para um público que talvez procurasse um pouco mais de intriga. Os trechos de críticas que li na época do lançamento corroboram um pouco essa ideia: “um regresso confortável” se encaixa perfeitamente. Não esperávamos grandes reviravoltas, e elas não apareceram. Há um certo peso na repetição de fórmulas, embora a familiaridade seja, para muitos, parte do encanto.

No elenco, a química entre os atores continua irretocável. Maggie Smith, como sempre, rouba a cena com sua performance magistral e seus diálogos mordazes. Hugh Bonneville, Michelle Dockery e Elizabeth McGovern continuam brilhantes em seus respectivos papéis, representando com nuances os desafios e as alegrias da vida na aristocracia em declínio. O mesmo vale para Jim Carter, um ator que, para mim, sempre carregou a história de Downton Abbey nas costas com maestria.

O filme, no entanto, não se livra de suas falhas. A trama paralela, embora divertida, parece um pouco forçada, como se um segundo enredo fosse necessário para justificar a duração do filme. Há uma certa falta de profundidade em alguns personagens secundários, e o desenvolvimento de alguns arcos narrativos parece apressado. A inclusão de um relacionamento homoafetivo, embora seja um ponto positivo em termos de representatividade, acaba sendo superficial, apenas uma menção, uma pincelada numa paleta onde se poderia ter explorado muito mais.

Por fim, Downton Abbey II: Uma Nova Era é uma experiência cinematográfica nostálgica e agradável. É um filme que abraça os temas familiares da série original: família, amor, mudança e a persistência da tradição. Apesar das suas falhas, o encanto dos personagens e a beleza da produção superam, para a maioria, as fraquezas narrativas. Recomendo o filme para todos os fãs de Downton Abbey que buscam um reencontro com os seus personagens favoritos. Se você nunca assistiu à série, talvez este filme não seja o melhor ponto de partida, mas também não o deixará desapontado, desde que esteja consciente de que assistirá a um filme mais contemplativo do que surpreendente. A jornada, afinal, é quase tão importante quanto o destino, mesmo que o destino seja, aqui, um tanto previsível.

Trailer

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