Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime

Dupla Explosiva 2: Uma Comédia de Ação Que Explode em Risadas (e Algumas Explosões)

Quatro anos se passaram desde que assisti a Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime nos cinemas – lembro-me perfeitamente da data: 1º de julho de 2021 – e, a essa distância, posso dizer com convicção: foi uma experiência deliciosa. O longa-metragem, sequência do sucesso que nos apresentou a dinâmica hilariante entre o guarda-costas Michael Bryce (Ryan Reynolds) e o assassino Darius Kincaid (Samuel L. Jackson), se entrega de corpo e alma à sua premissa: comédia de ação frenética e repleta de piadas. A trama, sem entrar em spoilers, envolve uma nova missão para a dupla improvável, que desta vez inclui a igualmente imprevisível esposa de Darius, Sonia (Salma Hayek Pinault), em uma trama global que ameaça a Europa.

A direção de Patrick Hughes mantém o ritmo alucinante do primeiro filme, com sequências de ação coreografadas com precisão e um senso de humor físico que raramente falha. Há explosões, perseguições de carros dignas de um filme de ação clássico e até mesmo um toque de acrobacias – tudo apresentado com uma energia contagiante que não deixa o espectador respirar. O roteiro, assinado por Phillip Murphy, Brandon Murphy e Tom O’Connor, é o ponto forte, equilibra a ação com piadas inteligentes e um diálogo ágil, que tira proveito da química indiscutível entre os três protagonistas. A construção dos personagens é consistente com seus filmes anteriores, mantendo a essência deles.

Ryan Reynolds está no auge de sua forma cômica, entregando um Bryce que é, ao mesmo tempo, competente e um tanto patético. Samuel L. Jackson brilha como o sempre cínico Darius Kincaid, adicionando um toque de sarcasmo e ironia que faz a dupla funcionar. Mas a revelação, sem dúvida, é Salma Hayek Pinault. Sonia Kincaid é um furacão de energia e imprevisibilidade, roubando a cena em cada aparição. Ela é, ao mesmo tempo, o elemento de ligação e a força motriz do caos, adicionando uma camada de feminilidade poderosa e hilária ao filme. Antonio Banderas, como o vilão, e Morgan Freeman, em um papel menor mas impactante, completam o elenco de primeira linha.

No entanto, “Dupla Explosiva 2” não está livre de falhas. A trama, embora divertida, não busca grandes profundidades, privilegiando a diversão e a ação em detrimento de um desenvolvimento narrativo mais complexo. Em alguns momentos, a quantidade de piadas, por mais criativas que sejam, pode se tornar um pouco exaustiva, comprometendo alguns desenvolvimentos importantes.

Apesar desses pontos fracos, a obra traz um tema importante, ainda que implícito: a redenção e o segundo ato. Michael continua a lutar contra seus demônios internos, Darius a sua forma de vida explosiva e Sonia encontra sua redenção – todos crescendo como pessoas ao longo do filme. A mensagem final é clara: mesmo os indivíduos mais problemáticos podem encontrar seu lugar e propósito no mundo, ainda que envolvendo inúmeras explosões.

Em resumo, Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime é um filme que cumpre sua função perfeitamente. Não espere uma obra-prima cinematográfica, mas prepare-se para uma experiência divertida e repleta de ação, com um elenco incrível, piadas inteligentes e momentos de pura adrenalina. Se você busca um filme leve e despretensioso para assistir em uma tarde de domingo, com os amigos ou em família, esta é a escolha ideal. Recomendo fortemente sua visualização em qualquer plataforma digital onde estiver disponível. A experiência é tão agradável quanto a sensação de uma boa gargalhada, e a combinação da performance impecável do trio principal torna a experiência inesquecível. Aquele final, aliás, deixa um gostinho de “quero mais” e a esperança de um terceiro filme!