É Hora de Passar o Natal em Casa

Aí está você, leitor! O calendário mal virou para setembro de 2025, e a folhagem lá fora ainda teima em ostentar um verde teimoso, mas veja só o que me peguei pensando: Natal. De novo. Não, não é a síndrome do panetone pré-Halloween, mas sim uma certa melancolia, ou talvez uma antecipação precoce, que me levou a revisitar um filme de 2021, que chegou aqui no Brasil um ano depois: É Hora de Passar o Natal em Casa. E por que justo esse, você me pergunta, quando há um universo inteiro de filmes natalinos? Ah, meu amigo, essa é uma história que envolve um quê de esquecimento e um muito de reencontro.

Sabe, eu sempre tive uma queda por histórias que nos lembram da fragilidade da memória e, ao mesmo tempo, da sua incrível capacidade de nos definir. É quase poético. E É Hora de Passar o Natal em Casa pega essa linha e a entrelaça com o brilho aconchegante do Natal de uma forma que me desarma toda vez. A premissa é daquelas que a gente vê e pensa: “Tá, mais um filme de TV com amnésia no Natal?”. E sim, em parte é, mas há algo no toque de Peter Benson na direção e na sensibilidade do roteiro de Marcy Holland que o eleva um pouquinho acima da média.

A gente é apresentado a Jane, interpretada com uma doçura e uma vulnerabilidade palpáveis por Jessy Schram. Ela acorda sem saber quem é, sem lembranças, um verdadeiro papel em branco. E o que temos como única pista? Um recorte de jornal velho, amarrotado, sobre um festival de Natal em uma cidadezinha qualquer. Já senti aquele cheirinho de pinho e biscoito de gengibre só de imaginar a cena. É nesse ponto que entra Paul, o enfermeiro de bom coração vivido por Brendan Penny. Ele não só a acompanha nessa jornada de redescoberta, como se torna o fio condutor, o porto seguro para essa alma perdida. E aqui, a química entre Schram e Penny não é forçada; ela se constrói na delicadeza dos olhares, nos sorrisos cautelosos e na paciência que um dedica ao outro. Você vê a confiança brotando, não é apenas dito.

A viagem deles para essa cidadezinha natalina é o cerne do filme. É um Road Movie disfarçado de conto de Natal. E é aqui que o filme realmente respira. A cidadezinha, com seu festival, suas luzes piscantes e a neve que parece cair no momento exato, não é apenas um cenário. Ela se torna quase um personagem, um útero acolhedor onde Jane, ou talvez Rebecca (sim, o filme tem suas reviravoltas), pode começar a se encaixar. É como se o próprio espírito do Natal, a ideia de lar e pertencimento, estivesse sussurrando as respostas para ela, pedaço por pedaço.

AtributoDetalhe
DiretorPeter Benson
RoteiristaMarcy Holland
ProdutorCharles Cooper
Elenco PrincipalJessy Schram, Brendan Penny, Lochlyn Munro, Brendon Zub, Lisa Durupt, April Telek, Agnes Tong, Alix West Lefler, Paula Giroday, Drew Henderson
GêneroCinema TV, Comédia, Romance, Drama
Ano de Lançamento2021
ProdutorasTime Road Productions IV, Front Street Pictures

Gêneros como Comédia, Romance e Drama se misturam sem atropelar um ao outro. Tem umas tiradas leves, uns momentos de flerte que fazem a gente torcer pelo casal, e o drama da amnésia é tratado com a seriedade necessária, mas sem cair no melodrama excessivo. O elenco de apoio, com nomes como Lochlyn Munro como o Xerife Crowley e April Telek como Roberta, contribuem para essa atmosfera de comunidade, onde cada rosto parece esconder uma história, um segredo, ou uma mão amiga. É um conjunto que te faz sentir parte daquele lugar, como se você também estivesse tentando juntar as peças do quebra-cabeça da vida de Jane.

E sobre as palavras-chave que me guiam: “based on novel or book”, “based on song, poem or rhyme”, “christmas”. Embora o filme não seja explicitamente uma adaptação de uma canção ou livro no sentido tradicional, o próprio título, É Hora de Passar o Natal em Casa, evoca uma canção, um poema que canta a nostalgia, o desejo de retorno, o calor do lar durante as festas. Não é só sobre um lugar físico; é sobre encontrar seu lugar no mundo, seu “lar” interno, especialmente quando você se perdeu. A essência de uma canção de Natal que fala sobre reencontro, sobre a magia de estar junto, permeia cada cena. É essa a melodia que o filme tenta tocar, e muitas vezes, consegue.

Hoje, em 2025, com o mundo correndo a 200 por hora, revisitar um filme como este é um lembrete valioso. É um lembrete de que, às vezes, a simplicidade de uma história sobre alguém que busca sua identidade, embalada na magia do Natal, pode ser exatamente o que precisamos. Não é um blockbuster, não vai revolucionar o cinema, mas tem uma sinceridade que toca. Ele nos convida a desacelerar, a sentir o cheiro das árvores de Natal imaginárias, a acreditar que, mesmo quando tudo está nebuloso, há sempre uma pista, um recorte de jornal, ou um coração generoso que pode nos guiar de volta para casa. E para mim, que adoro um bom conto de fadas moderno, isso já basta. Isso já é Natal.

Trailer

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