Entergalactic: Uma Ode Vibrante à Vida, ao Amor e à Arte em Nova York
Há quase três anos, em setembro de 2022, a Netflix nos presenteou com Entergalactic, um filme de animação para adultos que, para minha surpresa, transcendeu as expectativas e se tornou uma experiência memorável. Não era apenas mais uma animação com trilha sonora; era uma imersão na alma de Nova York, uma exploração sensível das relações humanas e uma celebração da arte em todas as suas formas.
O filme acompanha Jabari, um artista talentoso prestes a se mudar para seu apartamento dos sonhos em Nova York. O encontro com Meadow, sua nova vizinha, coloca sua vida de cabeça para baixo, embarcando-o em uma jornada de amor, autodescoberta e desafios criativos. É uma sinopse simples, mas que abriga uma riqueza de nuances e emoções que se revelam gradualmente ao longo da narrativa.
A direção de Fletcher Moules é impecável. O estilo visual, com suas cores vibrantes e linhas expressivas, captura perfeitamente a energia contagiante de Nova York, contrastando com a intimidade dos momentos mais sensíveis. A animação, longe de ser um mero adereço, funciona como uma extensão da narrativa, enriquecendo-a com detalhes sutis que ampliam o impacto emocional das cenas. A trilha sonora, assinada por Kid Cudi (que também dubla o protagonista), é a cereja do bolo, uma obra-prima de R&B e hip-hop que se integra perfeitamente à história, elevando-a a outro nível.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Fletcher Moules |
| Roteiristas | Ian Edelman, Maurice Williams, Esa Lewis, Sidney Schleiff, Judnick Mayard |
| Produtor | Michael Penketh |
| Elenco Principal | Kid Cudi, Jessica Williams, Laura Harrier, Ty Dolla Sign, Timothée Chalamet |
| Gênero | Animação, Romance, Música |
| Ano de Lançamento | 2022 |
| Produtoras | Khalabo Ink Society, Mad Solar, DNEG |
O roteiro, creditado a Ian Edelman, Maurice Williams, Esa Lewis, Sidney Schleiff e Judnick Mayard, consegue equilibrar o humor com a profundidade emocional. Há momentos genuinamente hilários, sem recorrer a piadas fáceis ou grosseiras, e outros profundamente comoventes, que ressoam muito tempo depois dos créditos finais. As atuações de voz são impecáveis, com Kid Cudi entregando uma performance visceral como Jabari, e Jessica Williams roubando a cena como a charmosa e espirituosa Meadow. A presença de nomes como Timothée Chalamet e Laura Harrier adiciona um brilho extra ao elenco, mas sem jamais eclipsar a química central entre Cudi e Williams.
Um dos pontos altos de Entergalactic é sua capacidade de retratar com autenticidade a experiência de viver em uma cidade cosmopolita como Nova York. A diversidade de personagens, o ritmo frenético da vida urbana, e a constante busca pela realização pessoal são retratados com uma sensibilidade impressionante. No entanto, o filme não se limita a ser um simples retrato urbano; ele explora temas universais como o amor, a amizade, a ambição e a busca pela identidade, temas que ressoam com o público de forma profunda e duradoura.
Apesar de suas qualidades inegáveis, o filme não está isento de pequenos defeitos. Certos enredos secundários poderiam ter sido mais desenvolvidos, e algumas transições narrativas poderiam ter sido mais fluidas. Mas esses são detalhes menores em um quadro geral extremamente positivo.
Em suma, Entergalactic é mais do que um simples filme de animação; é uma experiência multissensorial que nos transporta para o coração de Nova York, ao mesmo tempo em que nos convida a refletir sobre nossas próprias vidas e relações. É uma ode vibrante à vida, ao amor e à arte, e uma produção que, passados três anos, continua a merecer todos os elogios que recebeu em seu lançamento. Recomendo Entergalactic a todos que apreciam animação para adultos, amantes de boa música e, acima de tudo, àqueles que buscam uma história envolvente e emocionalmente rica. É uma obra que deixa uma marca duradoura, e certamente permanecerá na minha memória por muitos anos.




