Era uma Vez um Boneco de Neve

Ah, o inverno. Ou, no meu caso aqui, a aproximação de mais um fim de ano que me faz sempre buscar aquele calorzinho no peito que só a boa e velha nostalgia pode oferecer. E o que melhor para aquecer a alma do que revisitar uma daquelas pequenas joias que a Disney, de tempos em tempos, nos presenteia? É por isso que, quase cinco anos depois de seu lançamento original em 2020, eu me pego novamente pensando em Era uma Vez um Boneco de Neve.

Sabe, a gente se acostuma tanto com os enredos grandiosos, com as jornadas épicas de princesas e reinos inteiros em perigo, que às vezes esquecemos a beleza dos pequenos recomeços. E este curta-metragem, dirigido com um toque tão leve por Dan Abraham e Trent Correy, é exatamente isso: um recomeço. A história de Olaf, para mim, nunca foi apenas um alívio cômico em Frozen. Ele é a personificação da inocência, da curiosidade e daquele otimismo meio ingênuo que a gente tanto precisa na vida. Mas, vamos ser sinceros, por mais que amemos o boneco de neve, a grande questão de como ele realmente ganhou vida, o que aconteceu nos seus primeiros segundos, ficava ali, suspensa no ar gelado de Arendelle.

Era uma Vez um Boneco de Neve mergulha justamente nesse vácuo narrativo, nos transportando para aqueles momentos logo após Elsa desatar seus poderes e, sem querer, trazer Olaf à existência. Não é só um preenchimento de lacuna; é uma ode à descoberta. Imagina você, acordando em um mundo completamente novo, sem saber quem é, de onde veio ou qual é o seu propósito. É um momento de vulnerabilidade pura, mas para Olaf, é um convite para a aventura. Ele não treme, ele não lamenta. Ele se levanta, com um sorriso já no rosto, e parte em busca de respostas.

E é aí que a magia da animação da Walt Disney Animation Studios, sob a batuta dos produtores Peter Del Vecho e Nicole P. Hearon, realmente brilha. Os primeiros passos desajeitados de Olaf pelas montanhas nevadas ao redor de Arendelle são uma dança cômica e tocante. A forma como ele tenta interagir com o mundo, testando a gravidade de seus galhos ou a sensação do vento em seu nariz de cenoura, é algo que me arranca um sorriso todas as vezes. Não é só uma piada, é a essência de um ser que está aprendendo a existir, a sentir. É o “mostrar, não contar” em seu estado mais puro: vemos a confusão, a alegria, a busca por identidade através de suas reações, não de longos monólogos.

AtributoDetalhe
DiretoresDan Abraham, Trent Correy
ProdutoresPeter Del Vecho, Nicole P. Hearon
Elenco PrincipalJosh Gad, Chris Williams, Idina Menzel, Kristen Bell, Jonathan Groff
GêneroAnimação, Família, Comédia, Fantasia
Ano de Lançamento2020
ProdutoraWalt Disney Animation Studios

E quem poderia dar voz a essa jornada de autodescoberta melhor do que Josh Gad? Ele é, sem dúvida, a alma de Olaf. É fascinante como Gad consegue capturar a essência de um personagem que, em tese, não sabe de nada, mas emite uma sabedoria tão peculiar. Os diálogos que Olaf tem consigo mesmo, ou com objetos inanimados, são um testemunho da genialidade do roteiro e da interpretação de Gad. A gente não ouve só as palavras; a gente sente a curiosidade infantil, a lógica invertida e o calor que, ironicamente, emana de um boneco de neve. A presença de vozes de arquivo de Idina Menzel (Elsa), Kristen Bell (Anna) e Jonathan Groff (Kristoff) é um lembrete sutil do mundo que ele ainda vai encontrar, mas o foco permanece em sua jornada, na sua individualidade nascente. E claro, a breve e hilária interação com Oaken (Chris Williams) é a cereja do bolo, um aceno carinhoso à memória dos fãs.

O curta não se preocupa em ser complexo. Ele se permite ser simples e sincero, como o próprio Olaf. É uma comédia fantástica para a família, mas esconde uma mensagem profunda sobre o valor de encontrar o seu próprio caminho, de abraçar quem você é, mesmo que, no início, você nem saiba exatamente o que isso significa. Para mim, é quase uma analogia sobre a vida de cada um de nós: nascemos sem um manual, sem saber nosso “nome” ou “propósito”, e passamos a vida montando as peças, às vezes perdendo um braço, às vezes encontrando um novo nariz, até nos tornarmos a versão mais autêntica de nós mesmos.

Era uma Vez um Boneco de Neve é um presente de Natal atemporal, um pedacinho de calor em meio ao frio. Não é apenas para os fãs de Frozen; é para quem busca uma dose de otimismo, uma lembrança de que a descoberta da identidade é uma aventura contínua e, muitas vezes, hilária. Cinco anos se passaram desde que ele chegou ao Brasil, um pouco antes do Natal de 2020, e ele continua aqui, intacto, com a capacidade de nos fazer rir e refletir. Um lembrete gentil de que, às vezes, as maiores histórias estão nos menores e mais inesperados começos. E que a busca por quem somos é, talvez, a mais linda de todas as jornadas.

Trailer

Ofertas Imperdíveis na Shopee

Que tal uma pausa? Confira as melhores ofertas do dia na Shopee!

Aproveite cupons de desconto e frete grátis* em milhares de produtos. (*Consulte as condições no site).

Ver Ofertas na Shopee