Estado de Calamidade

Estado de Calamidade: Um Nicolas Cage em Terra de Ninguém (ou quase isso)

Oitenta anos após o lançamento de Blade Runner, ainda buscamos respostas para a pergunta: o que significa ser humano em um futuro distópico? Estado de Calamidade (2017), dirigido por Rob W. King, tenta se inserir nessa conversa, mas tropeça em seus próprios temas ambiciosos. A premissa é promissora: em 2030, um planeta devastado pelo aquecimento global enfrenta uma severa recessão econômica. Para controlar a situação, o governo cria o The Humanity Bureau, uma agência que exila os “improdutivos” para uma colônia chamada Novo Éden – um nome tão irônico quanto cruel. Nicolas Cage, como o agente social Noah Kross, investiga um caso que o leva a questionar a moralidade do sistema.

A trama, embora previsível, funciona como um pano de fundo para explorar a desumanização causada por políticas austeras e a luta por sobrevivência em um mundo em colapso. O roteiro de Dave Schultz, entretanto, peca por ser superficial. Os personagens são arquétipos, faltando-lhes a complexidade necessária para nos envolver verdadeiramente em suas lutas. Sarah Lind, como a mãe desesperada Rachel Weller, e Jakob Davies, como seu filho Lucas, oferecem performances competentes, mas ficam limitados pela escrita.

A direção de Rob W. King é competente, mas pouco memorável. A estética do filme é funcional, transmitindo o tom distópico sem grandes esforços de estilo visual. Em nenhum momento Estado de Calamidade se destaca pela inovação cinematográfica. A fotografia é competente, mas não há nada que realmente impressione. A trilha sonora acompanha a narrativa de forma adequada, sem ser intrusiva.

AtributoDetalhe
DiretorRob W. King
RoteiristaDave Schultz
ProdutoresKelly-Rae Buchan, Danielle Masters, Kevin DeWalt
Elenco PrincipalNicolas Cage, Sarah Lind, Jakob Davies, Hugh Dillon, Vicellous Shannon
GêneroFicção científica, Thriller
Ano de Lançamento2017
ProdutorasMinds Eye Entertainment, VMI Worldwide, Bridgegate Pictures

A atuação de Nicolas Cage, como sempre, é um assunto à parte. No meu ponto de vista, Cage entrega uma performance contida, sem os excessos que o tornaram, digamos, “uma figura controversa” na paisagem cinematográfica. Em Estado de Calamidade, ele é, surpreendentemente, eficaz em sua contenção, representando o cansaço e a crescente descrença de seu personagem. Ainda assim, não basta salvar um filme que, em essência, é bastante genérico.

O grande problema de Estado de Calamidade reside em sua falta de originalidade. O filme parece uma compilação de elementos já vistos inúmeras vezes em outros filmes distópicos, sem oferecer uma perspectiva única ou uma nova abordagem do gênero. As mensagens sobre a desigualdade social e a responsabilidade governamental são importantes, mas são apresentadas de forma tão superficial que parecem meros clichês. O longa-metragem não aprofunda o debate e se contenta em raspar a superfície desses temas complexos.

Considerando sua recepção negativa em 2017 – e, francamente, seu lugar no “ranking” de atuações de Nicolas Cage –, Estado de Calamidade não é um filme para se assistir com altas expectativas. Ele tem seus momentos, principalmente a atuação reservada de Cage, mas no geral, se revela uma experiência mediana. Sua premissa promissora é desperdiçada por um roteiro fraco e uma falta de originalidade.

Recomendo Estado de Calamidade apenas para os fãs mais dedicados de Nicolas Cage que já tenham visto (e se deleitado com) suas performances mais exageradas. Para o público em geral, existem muitas outras opções mais satisfatórias no universo do cinema distópico. Em 2025, olhando para trás, considero que Estado de Calamidade tenha sido uma oportunidade perdida de explorar um tema tão urgente e relevante para a nossa própria realidade.

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