Eternos

Eternals: Uma Ode à Imperfeição Humana (ou a Falta Dela?)

Quatro anos se passaram desde que assisti a Eternals, em 4 de novembro de 2021, e, apesar do tempo, a experiência permanece vívida na memória. Não se trata de um filme perfeito, longe disso. Mas sua imperfeição, sua ousadia em ousar ser diferente dentro do universo Marvel, é justamente o que o torna tão fascinante, tão… humano, ironicamente, para um filme sobre seres imortais.

A sinopse é simples: os Eternos, uma raça de seres alienígenas com poderes sobre-humanos criados pelos Celestiais, vivem em segredo na Terra há milênios, protegendo-a dos Deviantes. Após uma tragédia que quebra sua neutralidade milenar, eles precisam se unir para salvar a humanidade, descobrindo ao mesmo tempo seus próprios segredos e conflitos internos. Este é um roteiro repleto de potencial, um palco para explorar temas profundos e complexos.

E Chloé Zhao, com sua direção singular, consegue, em grande parte, extrair esse potencial. Sua assinatura visual, tão marcante em Nomadland, transparece aqui, conferindo uma beleza estética singular a paisagens deslumbrantes e cenas de ação coreografadas com uma elegância surpreendente. Há momentos de quietude contemplativa que contrapõem a grandiosidade cósmica, criando uma dinâmica visual intrigante. No entanto, a transição entre a grandiosidade épica dos conflitos e os momentos de introspecção individual às vezes soa um tanto abrupta, prejudicando levemente o ritmo narrativo – um ponto que alguns críticos, como aqueles citados nos trechos iniciais, também observaram. A edição também sofre em alguns momentos, com transições que poderiam ser mais suaves.

Atributo Detalhe
Diretora Chloé Zhao
Roteiristas Patrick Burleigh, Ryan Firpo, Kaz Firpo, Chloé Zhao
Produtores Nate Moore, Kevin Feige
Elenco Principal Gemma Chan, Richard Madden, Angelina Jolie, Salma Hayek Pinault, Kumail Nanjiani
Gênero Ficção científica, Ação, Aventura
Ano de Lançamento 2021
Produtora Marvel Studios

O roteiro, fruto do trabalho colaborativo de Patrick Burleigh, Ryan Firpo, Kaz Firpo e a própria Chloé Zhao, é o ponto mais controverso. A ambição de explorar temas complexos como o livre-arbítrio, a responsabilidade moral e o peso da imortalidade é louvável, mas a execução nem sempre é perfeita. O filme tenta abarcar muito em pouco tempo, o que resulta em uma trama que, por vezes, se sente apressada e superficial em certos aspectos. A construção dos personagens, embora bem interpretada pelo elenco estelar, poderia ter sido mais aprofundada, permitindo uma maior conexão emocional com a audiência.

Falando em elenco, a química entre os atores é indiscutível. Gemma Chan, Richard Madden, Angelina Jolie, Salma Hayek Pinault e Kumail Nanjiani, entre outros, entregam performances sólidas, investindo em suas personalidades únicas e dando vida a esses seres tão distintos. Apesar de os personagens serem, na maioria, subdesenvolvidos, os atores conseguem criar uma dinâmica cativante que funciona como um grande elo entre os pontos fracos da narrativa.

Os pontos fortes de Eternals residem na sua audácia. O filme se permite ser diferente, questionar os padrões estabelecidos dentro do MCU, trazendo uma abordagem mais autoral e introspectiva, que nem sempre agrada a todos. A inclusão de uma personagem LGBTQIA+ e o uso da linguagem de sinais são exemplos de decisões importantes que demonstram a preocupação com a representatividade. A direção de fotografia é um espetáculo à parte, e a trilha sonora consegue ser épica e sutil ao mesmo tempo.

Por outro lado, a narrativa fragmentada, a falta de um desenvolvimento mais profundo de alguns personagens e o ritmo irregular podem afastar espectadores que buscam uma experiência mais tradicional de filme de super-heróis. A tentativa de abarcar temas tão complexos em uma única narrativa também acaba diluindo o impacto de alguns momentos importantes.

A mensagem central de Eternals, ao menos para mim, gira em torno da própria natureza humana. A busca por propósito, a luta contra a própria moral e o peso das nossas escolhas são temas que ecoam muito além da ficção científica e das batalhas épicas. Não é um filme para respostas fáceis; é um filme para perguntas profundas.

Em resumo, Eternals é uma experiência cinematográfica complexa, com seus altos e baixos. Não é uma obra-prima impecável, mas sim uma obra ousada e singular dentro do contexto do MCU. Se você procura um filme de super-heróis tradicional, com ação frenética e um enredo linear e previsível, talvez este não seja o filme certo para você. Mas se você está disposto a embarcar em uma jornada visualmente deslumbrante e tematicamente ambiciosa, cheia de nuances e reflexões, então Eternals é uma experiência que vale a pena, mesmo com suas falhas. Recomendo sua visualização em plataformas digitais, desde que você esteja preparado para um filme que, apesar de suas imperfeições, não deixa de ser memorável.

Trailer

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