Um Verão de Sangue, um Inverno de Tédio: A Resenha de Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (2025)
Confesso, cheguei à sessão de Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (2025) com uma mistura de expectativa e ceticismo. A franquia, vamos ser honestos, já viveu dias melhores. A promessa de um reboot, com um elenco jovem e uma diretora que, em trabalhos anteriores, demonstrou certa sensibilidade para a construção de personagens, me deixou esperançosa, mas a sombra de outros fracassos recentes pesava. E após ter visto o filme, em 13 de Setembro de 2025, posso dizer que a experiência foi… complexa.
A sinopse, sem spoilers, é simples: um grupo de amigos encobre um acidente fatal durante um feriado e, um ano depois, são perseguidos por um assassino que parece saber tudo o que fizeram. É a receita clássica do slasher, e aqui ela é executada com uma estética polida, quase impecável. Mas a beleza superficial não esconde uma carcaça um tanto oca.
A direção de Jennifer Kaytin Robinson é, sem dúvida, o ponto alto do filme. Ela consegue criar uma atmosfera tensa, principalmente nas cenas de perseguição, usando a câmera com inteligência e explorando a beleza da paisagem para criar um clima de opressão. No entanto, a narrativa peca pela falta de originalidade. O roteiro, escrito pela própria Robinson em parceria com Sam Lansky, se apoia demais nos clichês do gênero, oferecendo pouco em termos de inovação ou suspense genuíno. A trama previsível e os sustos baratos, na maior parte das vezes, caem em saco roto.
Atributo | Detalhe |
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Diretora | Jennifer Kaytin Robinson |
Roteiristas | Jennifer Kaytin Robinson, Sam Lansky |
Produtor | Neal H. Moritz |
Elenco Principal | Chase Sui Wonders, Madelyn Cline, Jonah Hauer-King, Tyriq Withers, Sarah Pidgeon |
Gênero | Terror, Mistério, Thriller |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Columbia Pictures, Mandalay Pictures, Original Film, Screen Gems, TSG Entertainment |
O elenco jovem, formado por Chase Sui Wonders, Madelyn Cline, Jonah Hauer-King, Tyriq Withers e Sarah Pidgeon, entrega atuações competentes, mas o material com o qual trabalham os limita. Os personagens, apesar de apresentados com certa complexidade inicial, são pouco desenvolvidos e acabam se tornando arquétipos unidimensionais. A tentativa de dar a eles um pouco mais de profundidade, mostrando suas inseguranças e conflitos, se perde no ritmo frenético e na falta de substância do roteiro.
Os pontos fortes do filme residem, portanto, na atmosfera criada pela direção e na fotografia impecável. A estética impecável, a escolha de locações e a trilha sonora contribuem para criar uma experiência visualmente agradável, ainda que superficial. Por outro lado, a previsibilidade da trama, a falta de sustos genuínos e o desenvolvimento raso dos personagens, tudo isso prejudica o impacto da narrativa. O filme se torna um exercício de estilo sem alma.
Jennifer Kaytin Robinson tenta atualizar a fórmula do slasher, mas a falta de originalidade e o enredo previsível, que decepcionaram até mesmo aqueles que esperavam uma reviravolta ou um toque mais inovador, são problemas difíceis de ignorar. O filme se perde numa estética impecável, mas vazia.
Apesar da tentativa de abordar temas como a culpa, a amizade e as consequências dos nossos atos, essas mensagens ficam submersas no mar de clichês e sustos baratos. O filme parece mais preocupado em se mostrar bonito do que em contar uma história memorável. E essa busca pela estética perfeita, em detrimento da substância narrativa, é um dos seus maiores defeitos.
Concluindo, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (2025) é uma experiência cinematográfica frustrante. É um filme que parece mais preocupado com sua aparência do que com sua alma. A direção é competente, a fotografia é impecável e os atores entregam o que podem, mas o roteiro fraco e a previsibilidade da trama tornam o resultado final decepcionante. Recomendo apenas para os fãs mais fervorosos do gênero slasher que estejam dispostos a ignorar a falta de originalidade. Para o público mais exigente, sugiro pular este lançamento e esperar por algo mais substancioso. Acho que até mesmo “Eu Ainda Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado” (em uma hipotética comparação) teria mais a oferecer. E isso, amigos, é dizer muito.