Eu Sou Vanessa Guillen

Pôster: Retrato de mulher com uniforme militar camuflado e boina. Fundo abstrato com halo dourado. Clima sério e reverente.

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Há histórias que se recusam a ser esquecidas, que batem à porta da nossa consciência com uma urgência que não podemos ignorar. Eu Sou Vanessa Guillen é uma dessas histórias, e é por isso que me sinto impelido a escrever sobre ele. Não é apenas um documentário; é um grito, um lamento transformado em uma poderosa exigência por justiça, que reverberou quando assisti pela primeira vez em 2022 e continua a ecoar em mim até hoje, em outubro de 2025.

Quando penso em Vanessa Guillén, de 20 anos, não consigo deixar de imaginar o brilho nos olhos de uma jovem com um futuro à frente, que escolheu servir seu país. É um ideal tão nobre, não é? O serviço militar, a honra, a irmandade. Mas, como Christy Wegener, a diretora deste filme, nos mostra com uma delicadeza cortante, essa imagem idealizada pode desmoronar e revelar rachaduras profundas. Wegener não busca um sensacionalismo barato; ela nos convida a caminhar lado a lado com a dor e a determinação de uma família que se recusou a aceitar o silêncio.

O filme nos joga no meio de uma tragédia que, francamente, dói. Vanessa Guillén desapareceu da base militar de Fort Hood e foi encontrada morta. E é a partir daí que a narrativa de “Eu Sou Vanessa Guillen” se constrói, não como uma autópsia forense, mas como um retrato vívido da resiliência humana. A família de Vanessa – você vê nos olhos deles o que significa ter um pedaço da alma arrancado – podia ter se recolhido na dor, mas escolheu lutar. E que luta monumental! Enfrentar uma instituição tão grande e intrincada como o US Army não é para os fracos de coração.

Eu me peguei pensando: como se ergue alguém tão pequeno contra um gigante? A resposta está na paixão, na insistência, na recusa em ser calado. O documentário nos mostra isso, não contando, mas mostrando. As imagens de arquivo da própria Vanessa dão uma camada arrepiante de realidade. Não é apenas um nome em um obituário; é uma jovem sorrindo, sonhando, vivendo. E essa presença, mesmo que fantasmagórica, dá um peso imenso à narrativa. É como se Vanessa estivesse ali, através do filme, pedindo que sua história seja ouvida, não apenas para ela, mas para tantos outros.

Atributo Detalhe
Diretora Christy Wegener
Produtores Lindsey Cordero, Christy Wegener, Isabel Castro, Armando Croda
Elenco Principal Vanessa Guillén, Jackie Speier, Jack Reed, Joni Ernst
Gênero Documentário
Ano de Lançamento 2022
Produtoras Story Syndicate, Conduit Films

A produção de Story Syndicate e Conduit Films, liderada por Lindsey Cordero, Christy Wegener, Isabel Castro e Armando Croda, faz um trabalho excepcional ao tecer os depoimentos da família com as falas de figuras públicas como Jackie Speier, Jack Reed e Joni Ernst. Não é um documentário que aponta o dedo de forma simplista; ele explora a complexidade de um sistema que, apesar de sua importância, falha em proteger seus próprios membros de atrocidades como o sexual assault. Você sente a frustração, a ra raiva justificada, mas também o vislumbre de esperança que surge quando o clamor por mudança começa a ser ouvido.

Há momentos no filme em que o ar parece rarear, quando a burocracia do exército e a lentidão da justiça parecem sufocar qualquer chance de reparação. Mas é nesses momentos que a força da família Guillén e de seus aliados se manifesta com mais intensidade. A narrativa não é linear; ela serpenteia entre a investigação, o luto e a ativismo, criando um ritmo que nos mantém completamente imersos. Ora a câmera foca nos detalhes mais íntimos do luto, ora se abre para a grandiosidade de protestos e manifestações, mostrando a escala do impacto que a história de Vanessa teve.

Quando o filme estreou no Brasil em 17 de novembro de 2022, lembro-me de ter conversado com amigos sobre ele, e a reação era sempre a mesma: uma mistura de tristeza profunda e uma admiração pela coragem. É a capacidade de Eu Sou Vanessa Guillen de tocar nessas duas pontas da experiência humana que o torna tão marcante. Não é só sobre a história trágica de Vanessa; é sobre o que essa história nos revela sobre a sociedade, sobre as instituições, e sobre a força inabalável do amor familiar.

Eu Sou Vanessa Guillen não é um documentário que você simplesmente assiste e esquece. Ele se instala em você, como um lembrete vívido de que algumas batalhas são travadas não apenas por uma pessoa, mas por todos nós. É um testemunho do poder da voz, da luta por responsabilização e da esperança, por mais tênue que seja, de que a justiça, um dia, prevalecerá. E eu, como mero espectador e, acima de tudo, um ser humano, só posso agradecer por ter tido a oportunidade de ouvir e compartilhar a história de Vanessa. Ela, afinal, é a voz que não se calou.

Trailer

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