Fogo Contra Fogo: Uma Chamada de Emergência para o Cinema de Ação?
Passaram treze anos desde que Fogo Contra Fogo (2012) chegou aos cinemas brasileiros, em 6 de novembro daquele ano, e, analisando-o sob a lente de 2025, me pego pensando se este filme de ação com pitadas de drama e comédia negra resistiu ao teste do tempo. A resposta, como a maioria das coisas na vida, é complexa.
A premissa é simples, mas eficaz: Jeremy Coleman (Josh Duhamel), testemunha de um assassinato brutal, vê sua vida virada de cabeça para baixo quando o assassino, o implacável Neil Hagan (Vincent D’Onofrio), demonstra conhecer cada detalhe da sua existência. Para sobreviver, Jeremy entra no programa de proteção a testemunhas, mergulhando num universo de perigos constantes e paranoia. Mas, o que a princípio parece um roteiro padrão, ganha contornos interessantes com a dinâmica de seus personagens.
David Barrett, na direção, opta por uma abordagem direta, sem muitos floreios. Não há grandes experimentos visuais, mas a direção de arte competente e as cenas de ação, embora um tanto genéricas, são eficientes em criar suspense e tensão. O roteiro de Lowell Cauffiel e Tom O’Connor é um pouco irregular, oscilando entre momentos de suspense convincentes e diálogos previsíveis. Há momentos onde a trama se perde em subtramas desnecessárias, desviando a atenção do núcleo central da história. Entretanto, o ritmo ágil e a escolha precisa de algumas cenas de ação compensam algumas dessas falhas.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | David Barrett |
Roteiristas | Lowell Cauffiel, Tom O'Connor |
Produtores | 50 Cent, Andrew Deane, Randall Emmett, George Furla, Richard Jackson, Matthew Rhodes |
Elenco Principal | Josh Duhamel, Bruce Willis, Rosario Dawson, Vincent D'Onofrio, 50 Cent |
Gênero | Ação, Crime, Drama, Thriller |
Ano de Lançamento | 2012 |
Produtoras | Knightsbridge Entertainment, Industry Entertainment Partners, Grindstone Entertainment Group, Cheetah Vision, Mandalay Vision, Paradox Entertainment, Envision Entertainment, Voltage Pictures, Emmett/Furla Films |
As atuações são um ponto misto. Josh Duhamel desempenha o papel de Jeremy com uma convincente mistura de medo e determinação. Bruce Willis, como o agente Mike Cella, entrega mais uma performance competente, embora já não tão surpreendente dado o seu vasto currículo no gênero. Vincent D”Onofrio, contudo, rouba a cena como o ameaçador Hagan, construindo um vilão carismático e imprevisível. Rosario Dawson e 50 Cent oferecem um suporte sólido, ainda que seus personagens não sejam tão bem explorados.
O filme tenta equilibrar ação, drama e até mesmo um toque de humor negro, um pouco como o “viver em custódia protetiva, mas não tanto quando eles te caçam e você tem que lutar pela sua vida”. Essa mistura, no entanto, nem sempre funciona perfeitamente. Às vezes a comédia cai em lugares-comuns, prejudicando o suspense que a trama tenta construir.
O ponto forte de Fogo Contra Fogo reside na sua capacidade de gerar tensão. A ameaça constante sobre a vida de Jeremy mantém o espectador engajado, mesmo com algumas falhas no roteiro. A exploração superficial, porém, da vida dentro do programa de proteção a testemunhas é o seu calcanhar de Aquiles. A trama poderia ter se aprofundado mais nas implicações psicológicas desse estilo de vida.
Em termos de temas, o longa-metragem aborda a justiça, a traição e a luta pela sobrevivência, temas explorados antes, mas ainda assim relevantes. A mensagem é a velha luta do bem contra o mal, mas a execução, apesar de algumas imperfeições, cumpre a tarefa de entreter, ainda que não se apresente como uma obra-prima.
No fim das contas, Fogo Contra Fogo é um filme de ação medianamente satisfatório. Ele não reinventa a roda, mas oferece entretenimento descomprometido, ideal para uma sessão despretensiosa em uma plataforma digital. Não o recomendaria para cinéfilos exigentes, mas para quem busca um filme de ação palatável, sem grandes pretensões, vale a pena dar uma chance, principalmente considerando sua disponibilidade em streaming em 2025. Talvez não seja uma obra-prima, mas certamente uma chama que ardeu brevemente no panorama cinematográfico.