Fuga de Absolom

Fuga de Absolom: Uma Ilha de Brutalidade e Surpreendente Elegância

Há alguns anos, em 1994 para ser preciso, assisti a Fuga de Absolom (Escape from Absolom) e, desde então, ele se manteve vivo na minha memória cinematográfica, não como um clássico intocável, mas como uma experiência complexa e fascinante, digna de revisitação, especialmente agora, em 2025. O filme, um thriller de ação com pitadas de ficção científica e um tempero de distopia, conta a história de J.T. Robbins (Ray Liotta), um oficial condenado por homicídio que é enviado para Absolom, uma ilha-presídio de segurança máxima, governada por uma cruel ironia: a lei do mais forte. Robbins chega à ilha, um microcosmo de selvageria e rivalidades, e se vê envolvido numa guerra entre facções de presos, lutando por sobrevivência num cenário primitivo e claustrofóbico.

A direção de Martin Campbell, que mais tarde dirigiria grandes sucessos como “007 – Cassino Royale”, já demonstra aqui uma habilidade notável para construir tensão e criar uma atmosfera opressiva. A ilha, cenário principal do filme, é retratada como uma personagem em si, um personagem cru, brutal e fascinante, tão hostil quanto os seus habitantes. A fotografia contribui significativamente para essa construção, pintando um quadro de cores opacas e contrastantes, que refletem a brutalidade e a beleza sombria do ambiente. A ilha não é apenas um cenário, mas um símbolo da própria natureza humana em seu estado mais primitivo.

O roteiro, escrito por Joel Gross e Michael Gaylin, é um tanto irregular. Em alguns momentos, ele se destaca pela construção eficiente da trama e pela criação de personagens memoráveis, como o enigmático “The Father” (Lance Henriksen), uma figura quase mítica que domina a ilha com uma mistura de carisma e terror. Por outro lado, há momentos de roteiro que são um pouco artificiais, com diálogos que pecam em naturalidade e alguns elementos da trama que parecem apressados ou pouco explorados.

AtributoDetalhe
DiretorMartin Campbell
RoteiristasJoel Gross, Michael Gaylin
ProdutoraGale Anne Hurd
Elenco PrincipalRay Liotta, Lance Henriksen, Stuart Wilson, Kevin Dillon, Kevin J. O'Connor
GêneroAção, Drama, Ficção científica, Thriller
Ano de Lançamento1994
ProdutorasPlatinum Pictures, Pacific Western, Allied Filmmakers, Savoy Pictures

O elenco, no entanto, é um trunfo inegável. Ray Liotta entrega uma performance poderosa e convincente, mostrando a complexidade de Robbins, que, apesar de seu passado violento, desperta a nossa simpatia em alguns momentos. Lance Henriksen, como sempre, rouba a cena com sua presença magnética e enigmática. Os demais atores do elenco de apoio, como Stuart Wilson e Kevin Dillon, desempenham seus papeis de forma competente, contribuindo para o ambiente tenso e caótico da ilha.

Os pontos fortes do filme residem em sua atmosfera tensa e claustrofóbica, na construção convincente do mundo de Absolom e nas atuações robustas do elenco. A exploração dos temas de sobrevivência, brutalidade e a natureza humana em condições extremas também é um ponto forte, embora, talvez, não tão profundamente explorado quanto poderia. Por outro lado, o roteiro desigual e alguns desvios narrativos se configuram como fraquezas, prejudicando o impacto geral da experiência.

A mensagem subjacente do filme, se é que podemos falar em uma mensagem única e concisa, é a de que a natureza humana é frágil e imprevisível, capaz de tanto heroísmo quanto de extrema crueldade, dependendo do contexto. A ilha de Absolom serve como um experimento social brutal, mostrando o que acontece quando as regras são quebradas e a sobrevivência se torna o único objetivo.

Em suma, Fuga de Absolom é um filme complexo e desigual, que apesar de seus defeitos, consegue cativar e intrigar. Não é uma obra-prima, longe disso, mas possui uma força e uma atmosfera que o tornam uma experiência memorável. Se você busca um filme de ação frenético e sem muitas nuances, talvez se decepcione. Mas, se você aprecia filmes com uma atmosfera densa, personagens interessantes e uma abordagem mais sombria e realista sobre a natureza humana, eu recomendo a sua busca em plataformas de streaming. É um filme que, passados mais de 30 anos de seu lançamento, ainda tem muito a oferecer ao espectador atento. Vale a pena revisitar este experimento de distopia carcerária.

Trailer

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